Caso clínico

Caso clínico #1

Uma mulher de 30 anos vai ao hospital se queixando de ter sentido dor no flanco esquerdo na semana passada sem nenhum outro sintoma associado. Ela descreve a dor como uma pontada lancinante, com gravidade 10 em uma escala de 1 a 10, embora tivesse uma aparência tranquila quando estava sentada na sala de espera. Ela conta que a irmã dela "acabou de receber alta na semana passada" e que sua mãe e seu irmão também tinham morrido recentemente. Seu exame físico, incluindo um exame pélvico, está normal. Uma assistente social é chamada para ajudar a incluir a paciente nos serviços da comunidade, mas a paciente se recusa a autorizar a assistente social a entrar em contato com a família para ajudar a coordenar os cuidados.

Caso clínico #2

Uma doadora voluntária de fígado parcial de 39 anos é hospitalizada com uma infecção por ferida bacteriana aeróbia mista 5 semanas depois da cirurgia de transplante. Nos meses seguintes, ela foi internada novamente 3 vezes com recorrências da infecção, cada vez com um crescimento de patógeno diferente na cultura. Depois de uma nova investigação e da análise de registros clínicos prévios, foi descoberto que essa paciente tem uma história pregressa de infecções por ferida com complicação depois de uma cirurgia no joelho e da remoção de um tumor.

Outras apresentações

Os relatos de caso da literatura demonstram a abrangência dos sintomas manifestos. A síndrome de Munchausen é um subtipo de transtorno factício descrito pela primeira vez por Richard Asher em 1951.[2] Nessa forma extrema os pacientes podem apresentar histórias dramáticas de viagens e de doenças agudas, normalmente chamando muita atenção da equipe do hospital. Com o desenrolar da história, descobre-se que o paciente já passou por diversos hospitais com pseudônimos e com diversas queixas, normalmente não aceitando as recomendações médicas quando fica claro que os sintomas são forjados. O paciente pode ter várias cicatrizes de laparotomias desnecessárias, talvez até mesmo induzindo a complicações não intencionais, como obstruções intestinais. Embora a síndrome de Munchausen seja a manifestação mais drástica do transtorno factício, a maioria dos casos é menos grave, com os pacientes usando pseudônimos, consultando médicos em um sistema de saúde e passando por várias internações hospitalares pelo mesmo problema. Normalmente, esses pacientes recebem o diagnóstico de uma condição que, em algum momento, em retrospecto, foi forjada.[3]

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