Abordagem
O tratamento de lactentes com trauma cranioencefálico violento depende do tipo de lesão. Nos casos graves, o tratamento é focado nos cuidados de suporte, porque o dano cerebral e outras lesões sofridas em decorrência do abuso geralmente são irreversíveis.[38][58] Os cuidados precisam ser coordenados por diversas equipes.
Tratamento de emergência
As vias aéreas, a respiração, a circulação e o controle da coluna cervical do lactente devem ser avaliados e estabilizados imediatamente.[59] Um importante objetivo da estabilização é evitar uma lesão secundária ao cérebro traumatizado por hipóxia, hipotensão ou pressão intracraniana elevada.[58]
Ressuscitação cardiopulmonar, oxigênio suplementar e intubação traqueal podem ser necessários. Deve-se administrar glicose para corrigir a hipoglicemia. Podem ser necessários benzodiazepínicos para tratar convulsões persistentes.[60] Deve-se tentar reduzir a pressão intracraniana com intervenção clínica ou cirúrgica.[61]
Lactentes com lesões graves podem ter anormalidades hematológicas (por exemplo, anemia ou coagulopatias), que podem exigir transfusão de sangue ou a substituição dos fatores de coagulação (por exemplo, com plasma fresco congelado ou transfusão de plaquetas).[62]
O tratamento urgente de outras lesões violentas, como a lesão intra-abdominal ou fraturas instáveis, também pode ser necessário.
Manejo interdisciplinar
Comumente, o manejo do trauma cranioencefálico violento exige o envolvimento de assistentes sociais, médicos da equipe da proteção à criança, radiologistas, neurocirurgiões ou neurologistas, oftalmologistas e, possivelmente, cirurgiões ortopédicos.
A avaliação do diagnóstico diferencial também pode exigir a opinião de geneticistas, especialistas em metabolismo e hematologistas.
Questões legais/de proteção à criança
É importante consultar a equipe de proteção à criança e os serviços de assistência social do hospital o quanto antes quando for identificado um possível caso de abuso infantil.[1][22]
Se houver outras crianças na residência, os serviços de proteção à criança avaliarão o risco de recorrência da lesão do paciente e de outras crianças sob os cuidados do mesmo cuidador. Depois de analisar a família e outros cuidadores, os serviços de proteção à criança podem impedir que a criança fique exposta ao cuidador agressor. Além disso, a maioria dos casos de trauma cranioencefálico violento será encaminhada à polícia ou às autoridades pertinentes para uma investigação criminal.
O diagnóstico exato de abuso é importante para proteger o paciente e outras crianças de abusos contínuos e para evitar falsas acusações de abuso nos casos em que os achados clínicos podem ser explicados por distúrbios clínicos subjacentes (por exemplo, problemas de coagulação, doença metabólica ou infecção).
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