Abordagem

O diagnóstico é clínico.

História clínica

Enxaqueca com ou sem aura

  • Gatilhos alimentares (por exemplo, queijo, chocolate, frutas cítricas) e estresse podem ser fatores desencadeantes em crianças predispostas.[17][18][19]

  • Os pacientes >2 anos de idade geralmente apresentam início gradativo de cefaleia unilateral ou bilateral com ou sem aura e ficam inteiramente bem entre os ataques.

  • Os sintomas associados podem incluir náuseas, vômitos, diplopia, fotofobia, fonofobia e visão turva.

  • Pode haver uma ligação entre enxaqueca infantil e síndromes periódicas, o que inclui vômitos cíclicos, torcicolo paroxístico benigno, vertigem paroxística benigna da infância e enxaqueca abdominal. Essas condições podem ser precursoras de enxaqueca ou estarem associadas a ela.

Enxaqueca com aura tronco-encefálica

  • Os sinais do tronco encefálico são predominantes, e os principais sintomas incluem cefaleia occipital, ataxia, diplopia, visão turva, vertigem e zumbido.

  • A ptose pode estar evidente, com pupilas dilatadas; pode haver desenvolvimento de alteração do nível de consciência e convulsão generalizada. Após o ataque, ocorre o completo retorno à normalidade.

  • Muitos desenvolvem enxaqueca com ou sem aura em idade avançada, e a maioria apresenta uma forte história familiar de enxaqueca.

Enxaqueca hemiplégica

  • Manifesta-se como sinais motores ou sensoriais unilaterais durante um episódio de enxaqueca.

  • Os ataques podem persistir por dias. Mais de um ataque é incomum na infância, embora uma história familiar positiva seja comum.

A enxaqueca também pode se apresentar como um estado de confusão agudo, precedido por alguns sintomas típicos de enxaqueca com ou sem aura. Deve-se tomar muito cuidado para excluir diagnósticos alternativos mais graves antes de se obter este diagnóstico.

Exame físico

Para o diagnóstico ser seguro, o exame físico deve estar normal. A presença de algum dos seguintes fatores junto com cefaleia sugere um diagnóstico alternativo; deve-se procurar especificamente por eles e excluí-los:

  • Alteração do nível de consciência

  • Convulsão

  • Comportamento inapropriado (sobretudo se o início for recente)

  • Aumento do perímetro cefálico, olhar de "sol poente" e veias do couro cabeludo proeminentes

  • Papilloedema

  • Início ou agravamento de estrabismo

  • Hipertensão com ou sem bradicardia

  • Paralisia dos nervos cranianos ou deficits motores

  • Sinais cerebelares

  • Hepatoesplenomegalia.

Investigações clínicas

Para uma criança com quadro clínico clássico e exame físico normal, não é necessária nenhuma investigação. Exames laboratoriais, punção lombar e eletroencefalograma não são recomendados como rotina.

Geralmente, a tomografia computadorizada e a ressonância nuclear magnética cranioencefálicas não são indicadas; porém, realisticamente, existem casos individuais nos quais é essencial aliviar níveis extremos de ansiedade. Tais imagens podem ser "terapêuticas", embora continue havendo um risco de se detectar uma anormalidade acidental que aumente a ansiedade (e que seja assintomática): por exemplo, uma malformação de Arnold-Chiari.[3] A presença de hipertensão, bradicardia, alteração do nível de consciência ou qualquer deficit neurológico focal sugere uma lesão mais grave ou um diagnóstico alternativo e é um indicativo para que sejam obtidas imagens urgentes do sistema nervoso central. Em casos muito raros, o escaneamento pode demonstrar isquemia focal em pacientes com enxaqueca hemiplégica.

A neuroimagem e o rastreamento da infecção são obrigatórios quando há suspeita de enxaqueca com aura tronco-encefálica, para descartar diagnósticos alternativos.

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