Caso clínico

Caso clínico #1

Uma criança de 18 meses, com história de prematuridade (28 semanas de gestação, 1200 gramas), vem à consulta por atraso em marcos do desenvolvimento. A criança sentou sem apoio com 1 ano, fala poucas palavras, não se levanta e apresenta reflexos tendinosos profundos aumentados nos membros inferiores e clônus sustentado em ambos os tornozelos. Há boa função dos membros superiores. Uma ressonância nuclear magnética (RNM) cranioencefálica revela leucomalácia periventricular. A criança é diagnosticada com paralisia cerebral (PC) diplégica espástica.

Caso clínico #2

Um menino de 2 anos de idade, com gestação e parto normais, apresenta marcha assimétrica. O exame físico revela espasticidade leve dos membros superior e inferior esquerdos, reflexos tendinosos patelar e aquileu aumentados à esquerda, e dorsiflexão diminuída do tornozelo esquerdo, se comparado com o direito. O paciente caminha na ponta dos pés, apoiado nos pododáctilos do pé esquerdo, e com o braço esquerdo levemente flexionado na altura do cotovelo com a palma da mão voltada para o chão (antebraço pronado). A panturrilha esquerda é menor que a direita em diâmetro, ocasionando o diagnóstico de PC hemiplégica.

Outras apresentações

Os pacientes com paralisia cerebral (PC) quadriplégica espástica grave apresentam envolvimento corporal total, são normalmente alimentados por gastrostomia, se houver comprometimento orofaríngeo e risco de aspiração, e podem ter história de complicações no nascimento, convulsões e doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). A hipotonia inicial evolui para um estado espástico ou discinético ao longo de 14 meses ou mais. Esses pacientes necessitam de cadeira de rodas com sistema de assento especial e são dependentes em relação à mobilidade e todas as atividades da vida diária.

Alguns pacientes podem apresentar formas não espásticas, incluindo distonia (intermitente, mas com postura sustentada involuntária com mudanças súbitas de tônus muscular e atividade reflexa primitiva), atetose (movimentos de contorção distal, tipicamente com hiperextensão dos dedos), coreia (comprometimento muscular mais proximal, mais rápido e espasmódico) e/ou ataxia (perda de equilíbrio, com marcha de base ampla, tremor e tendência a quedas).

Alguns pacientes apresentam características de elementos espásticos e não espásticos; isso é denominado PC mista.

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