Complicações
Tem sido discutido se a ACS com um padrão de respiração de Cheyne-Stokes (ACS-RCS) é simplesmente o reflexo de um miocárdio doente ou se pode contribuir para o aumento da morbidade e da mortalidade. Vários estudos examinaram a mortalidade e o tempo até o transplante em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC), e a maioria constatou que a ACS-RCS foi um fator de risco independente para morte ou transplante. Acredita-se que a ativação do sistema nervoso simpático que ocorre durante os episódios apneicos seja um fator contribuinte importante.
O tratamento com pressão positiva contínua nas vias aéreas melhora a qualidade do sono, os níveis noturnos de oxigênio e a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), mas não parece melhorar a mortalidade.[22] Em contraste, a servoventilação adaptativa tem sido associada a aumentos das taxas de mortalidade em pacientes com ICC com fração de ejeção reduzida e ACS.[22][45] Estudos longitudinais adicionais são necessários para se identificar com precisão o impacto de longa duração dessa e de outras formas de pressão positiva nas vias aéreas em pacientes com ACS e ICC com FEVE variadas, bem como naqueles com fração de ejeção preservada.[45][55]
A ventilação não invasiva com dois níveis de pressão positiva tem uma tendência de piora do índice de apneia-hipopneia com base no aumento do número de apneias centrais em comparação com os mesmos pacientes em tratamento com pressão positiva contínua nas vias aéreas. Esse fenômeno pode ser explicado pelo aumento da ventilação durante as fases hiperpneicas da respiração na ACS, causando, assim, hipocapnia relativa e aumento do risco de ultrapassar o limite apneico.[65]
Suspeita-se de uma ligação bidirecional entre arritmias e distúrbios respiratórios do sono.[28] A ACS parece estar associada a um aumento de 2 a 3 vezes na probabilidade de desenvolvimento de fibrilação atrial (FA), com maior probabilidade nos idosos.[28][29][30] Em pacientes com ACS com RCS, mais focos ectópicos ventriculares foram encontrados durante a fase hiperpneica, quando a quimioestimulação, a pressão arterial e a frequência cardíaca atingem seu pico.[87] Além disso, a ACS também foi considerada um preditor de taquicardia ventricular letal específica do sono em pacientes com insuficiência cardíaca.[87] No entanto, a maioria dos estudos que descrevem arritmias em coortes com distúrbios relacionados ao sono sofre de falta de clareza em relação ao subtipo fisiopatológico preciso, ou seja, apneia obstrutiva do sono versus ACS, limitando a capacidade de se avaliar a causalidade.[28]
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