Caso clínico

Caso clínico

Um homem de 65 anos apresenta insônia e despertares frequentes durante a noite. Há dois anos, ele foi diagnosticado com doença arterial coronariana e cardiomiopatia isquêmica. Ele foi hospitalizado três vezes no último ano por causa de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) descompensada e agora está com fibrilação atrial. Ele relata ortopneia intermitente e dispneia paroxística noturna ocasional. Depois de mais perguntas, ele afirma que adormece com frequência durante o dia quando não está ativo. Quando ele acorda durante a noite, tem dificuldade de voltar a dormir. Ele quase sofreu um acidente de carro há 2 semanas porque dormiu enquanto dirigia. Sua esposa relata que a respiração noturna dele mudou. Ela observa que ele para de respirar em alguns momentos e, em outros, sua respiração é rápida e profunda, às vezes acompanhada por roncos.

Outras apresentações

Embora pacientes com ICC possam apresentar apneia obstrutiva do sono (AOS) isolada ou combinada com ACS (conhecida como apneia central mista), a ICC é a causa mais comumente reconhecida de ACS com respiração de Cheyne-Stokes (RCS) na prática clínica. Em muitos casos, sinais e sintomas clássicos de ICC, como dispneia paroxística noturna e ortopneia em pessoas com insuficiência cardíaca, podem ser explicados por ACS-RCS. Embora pacientes com insuficiência cardíaca e distúrbios respiratórios do sono geralmente não relatem queixas relacionadas ao sono, como sonolência diurna excessiva, as características clínicas de pacientes com ACS-RCS podem ser indistinguíveis daqueles com AOS. Por exemplo, ronco, apneias observadas, sonolência diurna excessiva, sexo masculino e idade avançada são comuns na ACS e na muito mais prevalente síndrome de AOS. Embora não haja achados de história e exame físico patognomônicos confiáveis, até 16% dos pacientes com ACS-RCS podem apresentar respiração periódica durante a vigília, e isso é incomum na síndrome de AOS.[4][5] Os pacientes com ACS-RCS têm maior probabilidade de apresentar fibrilação atrial e classe de acordo com a New York Heart Association (NYHA) mais desfavorável, o que apoia a noção de que a RCS é uma consequência de insuficiência cardíaca progressiva e um possível indicador de maiores morbidade e mortalidade.[6] Em pacientes classificados como classe II a IV da NYHA, com insuficiência cardíaca e suspeita de distúrbios respiratórios do sono ou sonolência diurna excessiva, é necessária uma avaliação formal do sono para distinguir a AOS da ACS.[7] Embora encontrada com mais frequência na ICC, a RCS não é patognomônica pois também pode ser observada em acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal crônica.

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