Abordagem
O tratamento deve ser iniciado assim que o diagnóstico for estabelecido. Não se sabe qual é a duração ideal para o tratamento; a quantidade de dados controlados é reduzida. Espera-se, como regra geral, um ciclo prolongado de tratamento. Deve-se administrar ácido fólico por pelo menos 3 meses e até 1 ano, dependendo da resposta clínica. O tratamento com antibióticos foi administrado por períodos entre 2 semanas e 1 ano, mas a maior parte dos experimentos apresenta bons desfechos com 3 a 6 meses de tratamento. Também se recomenda suplementação com cianocobalamina (vitamina B12) se os sintomas permanecerem por mais de 4 meses ou na presença de baixos níveis de vitamina B12, independentemente da duração dos sintomas.
Suplementação com ácido fólico
Deve-se administrar uma dose alta de ácido fólico como tratamento de primeira linha para todos os pacientes com espru tropical (ET).[31][32][33] Ela deve ser administrada em caso de suspeita de ET, mesmo em pacientes sem deficiência de folato documentada.[24] Embora doses com variação de 1 a 10 mg por dia tenham sido estudadas, uma dose de 5 mg/dia é considerada adequada. A resposta clínica dever ser imediata e drástica. Melhoras em relação à anemia megaloblástica e ao achatamento patológico das vilosidades foram observadas 2 dias a 1 semana após o início do tratamento com ácido fólico.[35]
Tratamento com antibiótico
Dados observacionais que associam o ET a infecções bacterianas do intestino delgado dão suporte ao uso de antibióticos como tratamento. Os antibióticos provaram ser efetivos e agora são amplamente utilizados como terapia de primeira linha.[35][36][37] A qualidade das evidências é limitada pela época em que os estudos foram realizados. Entretanto, eles são prescritos devido à ampla disponibilidade, ao baixo custo e à eficácia comprovada. A tetraciclina é a mais comumente usada. Outros antibióticos (por exemplo, cloranfenicol) foram usados no passado, mas não há muitas evidências empíricas que deem suporte a seu uso.
Não existem estudos com antibióticos alternativos. A rifaximina poderia parecer uma escolha razoável, mas não há evidências para dar suporte. Outra alternativa seria encaminhar pacientes alérgicos à tetraciclina a um alergologista para confirmar a alergia e realizar a dessensibilização.
Suplementação com cianocobalamina (vitamina B12)
Os benefícios do tratamento com cianocobalamina (vitamina B12) são menos evidentes. Na maioria dos pacientes, o ácido fólico isolado é suficiente para melhorar sintomas e corrigir várias anormalidades laboratoriais. Alguns são a favor da abordagem que só trata pacientes que apresentem deficiência comprovada de cianocobalamina (vitamina B12), enquanto outros tratam de forma empírica com vitamina B12 subcutânea.
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