Abordagem
O médico da unidade básica de saúde fará o diagnóstico na maioria dos casos de vitiligo. Somente em casos atípicos será necessário consultar um dermatologista.[34]
História
A avaliação clínica é respaldada pela anamnese para descartar outros distúrbios genéticos, inflamatórios ou induzidos por trauma. As evidências sugerem perguntar sobre os seguintes aspectos:[14]
Extensão, duração e disseminação das lesões
Possíveis gatilhos e fatores de risco (como história familiar, trauma, uso de tintas químicas para os cabelos, infecção)
Episódios e tratamentos prévios
Um diagnóstico ou sintomas sugestivos de doença autoimune comórbida.
Idade abaixo de 30 anos e história familiar de vitiligo ou doenças autoimunes relacionadas são fatores de risco fortes para o desenvolvimento de vitiligo.[1][6] Até 20% dos pacientes com vitiligo têm, pelo menos, um parente de primeiro grau com a doença.[8][9]
Estudos sugerem uma história familiar de doenças autoimunes em até 20% dos pacientes com vitiligo.[8][35][36] A doença mais frequentemente associada ao vitiligo é a doença tireoidiana autoimune.[31][30] Doenças menos comumente associadas incluem anemia perniciosa, lúpus eritematoso sistêmico, alopecia areata, diabetes do tipo 1 e doença de Addison.
Exame físico
Realize um exame completo da pele, com e sem lâmpada de Wood (veja abaixo), para determinar o subtipo da doença, o tipo de pele e a gravidade da doença medidos pela área de superfície corporal afetada.
A principal característica do vitiligo é a pele completamente despigmentada, e não hipopigmentada.
O exame completo da pele pode revelar envolvimento em qualquer local, embora o rosto, genitais, a pele acral e a periorificial sejam afetados com mais frequência. Três níveis diferentes de pigmentação podem ser observados no chamado vitiligo tricrômico, em que uma borda de epiderme hipopigmentada cerca as áreas completamente acrômicas da pele.
Nevo halo (de Sutton) é 10 vezes mais comum em pacientes com vitiligo.[31]
Eritema, edema e formação de bolhas nas áreas afetadas em decorrência de queimaduras solares também podem ser sinais manifestos. A despigmentação pode afetar o epitélio da retina e da coroide em até 40% dos pacientes, embora sintomas oculares reais sejam muito raros. A uveíte também é um achado associado em pacientes com vitiligo.[37][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Vitiligo focal no punhoDo acervo pessoal do Dr. John E. Harris [Citation ends].[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Vitiligo periocular típico com poliose de vários cíliosFotografia do acervo de Sara Stein, MD, University of Chicago, usada com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Despigmentação da mãoDo acervo pessoal do Dr. Bernhard Ortel [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Distribuição típica do vitiligo: pele periungueal, articulações e punhoFotografia do acervo de Sara Stein, MD, University of Chicago, usada com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Envolvimento cutâneo perianal e genital no vitiligo generalizadoFotografia do acervo de Sara Stein, MD, University of Chicago, usada com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Vitiligo tricrômico. Há áreas de hipopigmentação entre a pele normal e a pele despigmentadaDo acervo pessoal do Dr. John E. Harris [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Aparência clássica de um nevo haloDo acervo pessoal do Dr. John E. Harris [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Halo de despigmentação em torno de nevo congênito em criança negraFotografia do acervo de Sara Stein, MD, University of Chicago, usada com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Padrões de distribuição no vitiligoDo acervo pessoal do Dr. Bernhard Ortel [Citation ends].
Exame com a lâmpada de Wood
A lâmpada de Wood (luz negra) emite radiação ultravioleta A (UV-A) (315-400 nm) com um pico em 365 nm e quase sem luz visível. Dois critérios são úteis para diagnosticar vitiligo:
Intensificação: em decorrência da perda de pigmento epidérmico e da profundidade de penetração limitada de UV-A, a lâmpada de Wood acentua o contraste entre a pele afetada e a não afetada
Fluorescência: uma fluorescência azulada característica que é observada no vitiligo, mas não na pele simplesmente hipopigmentada.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Acentuação de aspectos clínicos pelo exame com a lâmpada de WoodDo acervo pessoal do Dr. Bernhard Ortel [Citation ends].
Investigações laboratoriais
A associação entre vitiligo e tireoidite autoimune é relativamente comum. A avaliação clínica da doença tireoidiana deve ser feita em todos os pacientes, mas o rastreamento de rotina para disfunção tireoidiana em pacientes sem sintomas de doença tireoidiana não é recomendado.[38]
O teste sorológico para outras enfermidades é de valor limitado no diagnóstico de vitiligo.
Biópsia de pele
Raramente, é necessária uma biópsia de pele para o diagnóstico de vitiligo.
A coloração de Fontana-Masson destaca a pigmentação por melanina na epiderme, embora os melanócitos sejam melhor identificados usando colorações especiais.
A coloração de di-hidroxifenilalanina de cortes de congelamento pode revelar melanócitos não pigmentados ao mostrar atividade da tirosinase.
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