Abordagem

Para cada placa branca que envolve a mucosa oral, quando nenhuma outra causa definida puder ser identificada e nenhum diagnóstico "verdadeiro" de leucoplasia oral puder ser feito, recomenda-se a eliminação dos fatores contribuintes (abandono do hábito de fumar, abandono do uso de noz-de-areca [bétele] e redução/abstinência do uso de bebidas alcoólicas). No entanto, exceto por essas medidas, não há razão para separar as formas de leucoplasia (por exemplo, entre formas de leucoplasia associadas ao tabaco e formas idiopáticas) em termos de tratamento geral.[138]

Para o tratamento definitivo da leucoplasia, as opções são influenciadas pelo potencial maligno percebido da lesão baseado em características clínicas (por exemplo, local e tamanho da lesão) e no grau de qualquer displasia epitelial associada presente. A biópsia pode não evidenciar lesões displásicas ou até mesmo carcinomas precoces. Até a presente data não há um protocolo de manejo efetivo confiável para a prevenção de transformação maligna da leucoplasia.[139] Em geral, uma observação cuidadosa é o mínimo recomendado para todos os casos de leucoplasia. Para muitos, como aqueles com histopatologia benigna confirmada, isso é suficiente. No entanto, para casos de leucoplasia oral com potencial maligno ou que mostraram displasia epitelial moderada a grave, a excisão por bisturi ou a laser deve ser a modalidade preferencial de manejo.

Lesões com potencial maligno

O tratamento cirúrgico ainda é a primeira opção; no entanto, estudos de acompanhamento de taxas de transformação maligna em pacientes que não se submeteram a remoção cirúrgica da leucoplasia não são comparáveis por causa das diferenças nos desenhos dos estudos e nas técnicas utilizadas (excisão por laser ou bisturi, crioterapia). Os resultados dos estudos disponíveis são muito variáveis e apresentam, muitas vezes, conclusões conflitantes.[140][141]

Apesar de a remoção cirúrgica ser o tratamento mais comum para lesões displásicas, seja usando instrumental a frio ou a laser, não há ensaios clínicos randomizados e controlados que comparem a cirurgia à vigilância isolada, e há algumas evidências de que a cirurgia reduz o risco de transformação maligna, mas não elimina completamente o risco.[142]​ Além disso, as taxas de recidiva após a cirurgia variam de 15% a 30%.[143][144]​​

Entretanto, pelo fato de os estudos terem previamente mostrado carcinomas não detectados em leucoplasias, parece prudente remover as leucoplasias por uma ou outra modalidade reconhecida.[80][81]

Os tratamentos podem ser eficazes na resolução de uma lesão; no entanto, recidivas e efeitos adversos são comuns.[145]

Leucoplasia homogênea

Essa variante de leucoplasia oral carrega o menor risco de progressão maligna, com um estudo indicando a frequência de desenvolvimento maligno em 3% (comparada com 20% dos casos de leucoplasias não homogêneas desenvolvendo carcinomas).[146]

Quando uma biópsia representativa mostrar doença benigna e ausência de displasia epitelial, a observação frequente de rotina será uma estratégia aceitável. A repetição da biópsia incisional de qualquer alteração clínica é necessária, com a excisão de qualquer displasia confirmada. O acompanhamento é obrigatório.

Leucoplasia sublingual (ceratose sublingual)

A distribuição anatômica da leucoplasia sobre o assoalho da boca, às vezes estendendo-se até a superfície ventral da língua, é geralmente caracterizada por amplas áreas de alterações regulares a heterogêneas na superfície com grau elevado de alterações displásicas a malignas, sendo que alguns afirmam aproximadamente 1 em cada 2 casos pode se tornar maligno, embora taxas menores também tenham sido relatadas.[128][129]​ Quando possível, a excisão cirúrgica com ou sem cobertura com enxerto autólogo é preferível. As alternativas incluem a excisão a laser.

Leucoplasia salpicada

O alto risco de displasia significativa e transformação maligna dessas formas de leucoplasia requerem excisão total com ou sem cobertura com enxerto autólogo.[147] As estratégias de tratamento alternativo à cirurgia excisional com bisturi envolvem o uso da excisão a laser.

Leucoplasia verrucosa proliferativa

Por causa das extensas áreas envolvidas na leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP) e sua natureza multifocal, é difícil eliminá-la cirurgicamente sem se comprometer a função. As lesões da LVP frequentemente recidivam após a cirurgia. A LPV requer acompanhamento cuidadoso e cirurgia se houver suspeita de neoplasia maligna.[148]

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