Prevenção primária

Diretriz confiável

ebpracticenet recomenda que você priorize as seguintes diretrizes locais:

Prévention de l’InfluenzaPublicada por: Groupe de travail Développement de recommandations de première ligneÚltima publicação: 2018Preventie van influenzaPublicada por: Werkgroep Ontwikkeling Richtlijnen Eerste Lijn (Worel)Última publicação: 2018

Na temporada de 2020/2021, os níveis de atividade do vírus da gripe (influenza) foram extremamente baixos, como resultado das medidas de prevenção da doença do coronavírus 2019 (COVID-19) (como higienização das mãos, uso de máscara, distanciamento social e restrições para viagens) e continuaram baixos na temporada de 2021/2022. Na temporada de 2022/2023, houve um ressurgimento da atividade da gripe à medida que o contato social voltou ao normal.[8][9][10]​​​​​​​​ A vacinação contra gripe (influenza) é estimulada como medida para aliviar a pressão do inverno sobre os serviços de saúde. A vacina contra gripe (influenza) e a vacina contra COVID-19 podem ser administradas na mesma visita.[30][38]

A prevenção primária contra a gripe é fornecida pela vacina contra gripe.[39][40][41][42][43][44][45][46][47]​​​​​​ As vacinas contra a gripe (influenza) são preparadas com o uso de cepas de vírus de acordo com as recomendações da OMS. As vacinas quadrivalentes contra influenza contêm dois subtipos de influenza A e dois subtipos de influenza B; as vacinas trivalentes contêm dois subtipos de influenza A e um vírus B. Todas as vacinas são com vírus inativado, exceto a vacina contra influenza com vírus vivo atenuado. Além da prevenção primária da infecção por influenza sazonal, a vacinação contra influenza também pode atenuar o ciclo da doença nos indivíduos com uma infecção após a vacinação (infecção disruptiva, ou de escape).[48][49]

As diretrizes internacionais variam quanto às recomendações sobre quem deve receber a vacinação. Para a temporada de 2024-2025 no Reino Unido, a vacinação contra influenza é recomendada para todas as crianças de 2 e 3 anos de idade em 31 de agosto de 2024, todas as crianças do Ensino Fundamental nos anos iniciais (até o 6º ano), crianças do Ensino Fundamental nos anos finais e Ensino Médio do 7º ao 11º ano, todas as pessoas com 65 anos ou mais, indivíduos de 6 meses de idade a menos de 65 anos que fazem parte de grupos de risco (por exemplo, doença respiratória, cardíaca, renal, hepática ou neurológica crônica, diabetes, imunossupressão, dificuldades de aprendizagem, obesidade), gestantes, contatos próximos de pessoas vulneráveis a infecções (por exemplo, indivíduos imunocomprometidos, aqueles com risco de COVID-19 grave), cuidadores, profissionais da saúde e assistentes sociais e aqueles que vivem em instituições de longa permanência.[50]

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA atualmente recomendam vacina para gripe para todas as pessoas ≥6 meses que não tenham contraindicação à vacinação.[30]​​ CDC: influenza (flu) Opens in new window​ Para 2023-2024, o Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP) do CDC recomenda que qualquer vacina contra a gripe (influenza) licenciada, quadrivalente e adequada à idade pode ser usada, inclusive a vacina de vírus vivo atenuado, quando adequada.[30]​ Os adultos ≥65 anos de idade devem receber, de preferência, uma das vacinas com dose mais alta ou vacinas contra a gripe (influenza) com adjuvante (vacina contra influenza quadrivalente com vírus inativado em alta dose, vacina contra influenza recombinante quadrivalente ou vacina contra influenza quadrivalente de vírus inativado com adjuvante). Se nenhuma dessas vacinas preferenciais estiver disponível, poderá ser usada qualquer outra vacina contra gripe (influenza) apropriada à idade.[30]​ A American Academy of Pediatrics (AAP) também recomenda que qualquer vacina licenciada, recomendada e adequada à idade seja usada para as crianças, sem preferência por um produto ou formulação sobre outro (a menos que haja contraindicação).[17]​​​​​​​​​​​​​​​ As crianças com idade entre 6 meses e 8 anos precisam de duas doses da vacina contra gripe (influenza) (administradas com ≥4 semanas de diferença) durante a primeira fase de vacinação, para otimizar a resposta.[30]​ O ACIP recomenda que as crianças com idade entre 6 meses e 8 anos que tiverem recebido previamente ≥2 doses de vacina contra gripe (influenza) trivalente ou quadrivalente com ≥4 semanas de intervalo antes de 1 de julho de 2023 precisam de apenas uma dose para 2023-2024.[30]​ A partir dos 9 anos de idade, é recomendada apenas uma dose anual.[30]

As gestantes podem tomar qualquer vacina inativada licenciada, recomendada e adequada à idade; a vacina contra a gripe (influenza) de vírus vivo atenuado não deve ser administrada durante a gestação.[30][33]​ A vacinação contra gripe (influenza) durante a gravidez não está associada a nenhum aumento do risco de desfechos de saúde adversos em lactentes na primeira infância.[51][52][53][54]​​[55]​​ Isso pode ajudar a evitar internações hospitalares em decorrência da gripe (influenza) entre as gestantes.[56] Além disso, a vacinação contra influenza durante a gestação resulta no desenvolvimento de anticorpos capazes de proteger o bebê nos primeiros meses de vida.[57]

Os indivíduos imunocomprometidos têm um risco maior de complicações da infecção por influenza e devem ser vacinados com qualquer vacina inativada licenciada, recomendada e adequada para a idade. A vacina inativada deve ser usada com cautela nos pacientes gravemente imunocomprometidos (por exemplo, pacientes em recebimento de quimioterapia, radioterapia ou outra terapia imunossupressora, incluindo corticosteroides em altas doses), já que pode haver uma resposta menor à vacinação. No entanto, a vacina adjuvante mostrou-se segura e imunogênica na população submetida a transplantes.[28]​ A vacina intranasal de vírus vivo atenuado é contraindicada em pacientes imunossuprimidos ou imunocomprometidos. Existe também uma preferência pela vacina inativada do vírus influenza em vez da vacina com vírus vivo para membros domiciliares, profissionais da saúde e outros que tiverem contato próximo com pessoas gravemente imunossuprimidas que necessitarem de cuidados em um ambiente protegido.[29]

Pessoas que não receberam a vacina atual contra influenza sazonal e que estiverem viajando para áreas onde a atividade da gripe (influenza) estiverem em curso devem considerar a vacinação contra a gripe (influenza) ≥2 semanas antes da partida.[58]

Nos EUA, a AAP e o ACIP recomendam que todas as pessoas com idade ≥6 meses com alergia a ovo recebam qualquer vacina contra a gripe (influenza) (apropriada para a idade e estado de saúde) sem nenhuma precaução adicional além das recomendadas para qualquer vacina.[17][30]​​​​ As diretrizes do Reino Unido recomendam que as crianças que tiverem precisado de internação em uma unidade de terapia intensiva por anafilaxia a ovos grave prévia recebam a vacina contra influenza com vírus vivo atenuado em um ambiente hospitalar.[59]

Independentemente da história de alergia, todas as vacinas devem ser administradas em ambientes que contem com pessoal e equipamento para rápido reconhecimento e tratamento da anafilaxia.

O ACIP recomenda que a vacina contra a gripe (influenza) com vírus vivo atenuado não seja administrada às seguintes pessoas:[30][60][61]

  • Crianças com menos de 2 anos de idade e adultos com 50 ou mais anos de idade

  • Crianças de 2 a 17 anos de idade que estejam recebendo medicamentos que contenham aspirina ou salicilato

  • Crianças de 2 a 4 anos de idade com asma ou história de sibilância nos últimos 12 meses

  • Pessoas imunocomprometidas (qualquer causa)

  • Pessoas com asplenia anatômica ou funcional

  • Contatos próximos ou cuidadores de pessoas gravemente imunossuprimidas que necessitem de um ambiente protegido

  • Gestantes

  • Pessoas com comunicações de líquido cefalorraquidiano/orofaríngeas

  • Pessoas com implantes cocleares

  • Pessoas que tomaram oseltamivir ou zanamivir nas 48 horas anteriores, peramivir nos 5 dias anteriores ou baloxavir nos 17 dias anteriores.

A eficácia da vacina pode variar de acordo com a idade do receptor, o nível de imunidade preexistente e o prognóstico correto da cepa específica do vírus circulante.[41][42][43][44][62][63][64][65][66][67][68][69] [ Cochrane Clinical Answers logo ] [ Cochrane Clinical Answers logo ] ​​​ [ Cochrane Clinical Answers logo ] ​​​[Evidência B]

Eficácia da vacina em idosos:

  • A maioria das mortes associadas à gripe ocorre na população idosa (com ≥65 anos de idade).[70][71][72] Uma revisão sistemática observou que os benefícios da vacinação foram mais evidentes em desfechos relacionados à saúde dos residentes das unidades de cuidados de longa permanência que nos idosos saudáveis da comunidade.[73] Um estudo agrupado de coorte publicado após a metanálise demonstrou uma redução significativa na mortalidade em idosos vacinados (1.0% em comparação a 1.6% em indivíduos não vacinados).[71] O benefício da mortalidade em pacientes idosos aumenta com a vacinação anual.[74] Vacinação em altas doses e reforços de baixos títulos na meia estação podem ser benéficos em idosos.[75][76][77][78][79]

  • Qualquer vacina licenciada e adequada para a idade pode ser usada; o ACIP recomenda que os indivíduos ≥65 anos recebam, de preferência, uma das vacinas com dose mais alta ou vacinas contra a gripe (influenza) com adjuvante (vacina contra influenza quadrivalente de [ com vírus inativado de alta dose, vacina contra influenza recombinante quadrivalente ou vacina contra influenza quadrivalente de vírus inativado com adjuvante).[30]​ As diretrizes do Reino Unido recomendam que os indivíduos com mais de 65 anos recebam a vacina contra gripe (influenza) quadrivalente de vírus inativado com adjuvante ou a vacina contra gripe (influenza) quadrivalente recombinante; a vacina contra gripe (influenza) quadrivalente com cultura celular também pode ser considerada para uso neste grupo, caso não haja outras opções disponíveis.[50]

Risco da síndrome de Guillain-Barré (GBS):

  • A GBS é um distúrbio autoimune agudo dos nervos periféricos que se desenvolve em indivíduos suscetíveis após a infecção e, em raros casos, após a imunização. Nos EUA, um aumento do risco de GBS foi associado à vacina contra a gripe suína em 1976 (influenza A H1N1 subtipo A/NJ/76 de origem suína).[80] O número de casos de GBS associado à vacina contra gripe relatados ao Vaccine Adverse Event Reporting System (Sistema de Relatos de Eventos Adversos da Vacina) aumentou de 37 em 1992-1993 para 74 em 1993-1994. Os estudos desses casos mostraram que para as duas estações combinadas, o risco relativo ajustado de 1.7 sugere um pouco mais de 1 caso adicional de GBS por milhão de pessoas vacinadas contra gripe.[81] O risco parece ser consideravelmente menor que o risco de saúde geral representado pela gripe que ocorre naturalmente.

  • História de GBS até 6 semanas após a aplicação de vacina contra gripe constitui uma advertência quanto ao uso dessa vacina em virtude do risco de GBS recorrente. Os riscos e benefícios da vacina precisam ser considerados nesses casos.[30]

Prevenção secundária

A quimioprofilaxia pode ser considerada para indivíduos de alto risco que não possam receber a vacina devido a contraindicações, indisponibilidade ou ineficácia da vacina.[2]​​[109][110]​​ Residentes de instituições, como instituições asilares, que passam por um surto de gripe (influenza) devem receber quimioprofilaxia para influenza independentemente do status de imunização.

Tanto o oseltamivir quanto o zanamivir se mostraram eficazes como profilaxia contra infecção quando administrados logo após a exposição a um indivíduo infectado. [ Cochrane Clinical Answers logo ] Uma metanálise mostrou que o oseltamivir usado de maneira profilática pode reduzir a disseminação da gripe sintomática no ambiente domiciliar.[121]

O baloxavir marboxila já está aprovado nos EUA e na Europa para a profilaxia pós-exposição em pacientes com 5 anos de idade ou mais após o contato com um indivíduo com influenza. Em ensaios clínicos de fase 3, o baloxavir em dose única foi efetivo na prevenção da influenza em contactantes domiciliares (adultos e crianças) de pacientes com influenza.[133][134] O uso do baloxavir não é recomendado em indivíduos com imunossupressão grave.​[110]

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