Etiologia
Atrito excessivo da porção distal da banda iliotibial (BIT), que desliza sobre o epicôndilo femoral lateral quando o joelho é flexionado durante a desaceleração para a fase de apoio da corrida.[5] Isso é chamado de zona de pinçamento em um ângulo de aproximadamente 30° de flexão do joelho. O ciclismo tem forças de reações aos pedais que são significativamente mais baixas que as de corrida, porém a porção distal da banda iliotibial tem um estresse semelhante no pinçamento durante a flexão e a extensão. Fatores de risco intrínsecos ou de treinamento podem causar esse atrito excessivo, e os pacientes geralmente apresentam uma combinação desses fatores. Corredores predispostos a essa lesão geralmente encontram-se em fase de treinamento excessivo e muitas vezes apresentam fraqueza subjacente à musculatura abdutora da articulação do quadril.[15][17][18] O corredor pode descrever uma rápida progressão na quilometragem semanal.[15]
Fatores intrínsecos que contribuem para a contratura e a fraqueza muscular da BIT (quadríceps e glúteo médio) incluem: geno varo (arqueamento dos membros inferiores); pés cavos (arcos altos); epicôndilo femoral lateral proeminente; contratura excessiva do trato iliotibial, retináculo lateral, tensor da fáscia lata, reto femoral e isquiotibiais (posteriores da coxa).[19][20] A síndrome da BIT proximal é uma condição que envolve estresse (tensão) na origem da banda iliotibial na crista ilíaca.[8] Essa é uma condição relatada apenas em corredoras mulheres, influenciadas pela idade avançada e peso.
Fisiopatologia
Anatomicamente, a banda iliotibial é uma continuação da porção tendinosa do músculo tensor da fáscia lata (TFL), com contribuições significativas do glúteo máximo.[6][21][22] A BIT estende-se em direção distal e tem ligamentos com a borda lateral da patela e com o retináculo lateral da patela antes de sua inserção no tubérculo de Gerdy da tíbia. Dissecções anatômicas indicam uma forte inserção tendinosa no epicôndilo femoral lateral com tecido adiposo subjacente (estrutura semelhante à adiposidade) e uma porção ligamentosa distalmente ao tubérculo de Gerdy.[21] Durante a corrida, a borda posterior da BIT colide com o epicôndilo femoral lateral logo após a pisada. Essa zona de pinçamento ocorre em um ângulo de 30° de flexão do joelho (ou um pouco menor). Irritação repetitiva pode causar inflamação crônica, especialmente sob as fibras posteriores da BIT, que são consideradas mais comprimidas contra o epicôndilo femoral lateral que as fibras anteriores.
Corredores homens podem exibir falhas cinemáticas, como rotação interna do quadril aumentada e joelho varo, além de fraqueza nos músculos rotadores externos do quadril.[13][23]
Estudos realizados com corredoras demonstraram uma rotação externa do fêmur na fase de apoio da corrida, resultando na rotação interna do joelho.[13][24] Corredoras mulheres podem exibir adução do quadril aumentada e rotação interna do joelho, além de torção da banda iliotibial e taxa de torção.[25]
A rotação interna do joelho pode ser um fator de contratura da porção da BIT em sua inserção no tubérculo de Gerdy, contribuindo para a contratura no epicôndilo femoral. Fadiga e coordenação muscular segmental são fatores que podem contribuir para a rotação interna excessiva no joelho e para problemas relacionados no quadril.[20][26][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Corredor com síndrome da banda iliotibial. O fêmur pode ou não apresentar rotação interna aumentada. Os investigadores não relataram o mecanismo do aumento da rotação interna do quadrilBaker RL et al. Síndrome da banda iliotibial em corredores: implicações biomecânicas e intervenções de exercício. Phys Med Rehabil Clin N Am. 2016 Feb;27(1):53-77; usado com permissão [Citation ends].[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Corredora com síndrome da banda iliotibialBaker RL et al. Síndrome da banda iliotibial em corredores: implicações biomecânicas e intervenções de exercício. Phys Med Rehabil Clin N Am. 2016 Feb;27(1):53-77; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Anatomia da banda iliotibial. Banda IT, banda iliotibial; Glúteo máx., glúteo máximo; TFL, tensor da fáscia lataDo acervo pessoal do Dr. J.C. Mak [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Zona de pinçamento com flexão do joelho de 30° aproximadamenteDo acervo pessoal do Dr. J.C. Mak [Citation ends].
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