Abordagem
Deve-se suspeitar de ceratite em qualquer paciente que apresenta dor no olho, vermelhidão, fotofobia, secreção ou visão reduzida.
O diagnóstico é confirmado se a lesão da córnea for observada no exame com lâmpada de fenda. Infecção é uma causa comum de ceratite, e deve ser descartada em todos os casos.[3][4]
História
Componentes significativos da história incluem a natureza e a duração dos sintomas, trauma ocular prévio, história médica pregressa e história ocular prévia. É importante questionar sobre cirurgias oculares prévias, olho seco, função deficiente das pálpebras, triquíase, lesões cutâneas perioculares e estado imunológico. Deve-se obter uma lista completa de medicamentos sistêmicos e oculares, especialmente corticosteroides tópicos e anestésicos locais. Se o paciente for usuário de lentes de contato, deve-se determinar o esquema de cuidado das lentes e o padrão de uso.[4][26]
Exame físico
A primeira parte do exame físico deve ser a medição da acuidade visual de cada olho, preferencialmente com uma tabela de Snellen. Em seguida, uma avaliação da função da pupila em busca de um defeito pupilar aferente pode ser realizada. Depois disso, uma lâmpada de fenda é usada para examinar tanto o olho afetado quanto o olho saudável. É importante observar e descrever precisamente qualquer doença epitelial, infiltrado estromal, ceratite intersticial ou endotelite. Um defeito epitelial pode ser facilmente observado após realizar a coloração da córnea com fluoresceína. A lesão corneana deve ser medida em tamanho, e a localização da lesão na córnea deve ser descrita. Deve-se observar a presença de edema nas pálpebras, secreção, hiperemia conjuntival, vascularização corneana, afinamento da córnea, cicatrizes corneanas antigas, esclerite, irite e hipópio. Se não houver suspeita de perfuração do globo, a pressão intraocular deve ser medida. Se o médico de atenção primária não for capaz de estabelecer se o globo está perfurado, a medição da pressão intraocular deve ser deixada para o oftalmologista. Finalmente, o fundo do olho deve ser examinado. Se for confirmada a infecção da córnea, é apropriado o encaminhamento para um oftalmologista para investigação adicional e tratamento.
Além da história descrita acima, uma revisão completa dos sistemas deve ser feita para avaliar qualquer envolvimento sistêmico de doença autoimune. É importante lembrar que achados na córnea podem ser a manifestação inicial de um processo de doença sistêmica em até 25% dos pacientes que se apresentam com ceratite ulcerativa periférica.[27]
Exames laboratoriais
Um hemograma completo pode confirmar infecção sistêmica ou indicar comprometimento imunológico. A sorologia para HIV é indicada se houver suspeita de infecções incomuns, como microsporidiose.[5]
Se houver suspeita de ceratite ulcerativa periférica, faça testes para possíveis doenças subjacentes (por exemplo, fator reumatoide, anticorpo anticitoplasma de neutrófilo).
Raspagem da córnea
A úlcera de córnea pode ser raspada por um oftalmologista com uma espátula ou uma lâmina estéril e a amostra pode ser enviada para esfregaço em lâminas de microbiologia e culturas. As técnicas de reação em cadeia da polimerase podem ser usadas para identificar o organismo causador.[4][5][13]
Uma raspagem da córnea negativa pode indicar ceratite não infecciosa (por exemplo, ceratite ulcerativa periférica, úlcera de Mooren e ceratite marginal).
Encaminhamento para um oftalmologista
A ceratite é mais bem tratada por oftalmologias experientes. Enquanto o médico de atenção primária deve conduzir uma entrevista inicial, avaliar a visão e realizar o exame com lâmpada de fenda, se possível, o encaminhamento para um oftalmologista é recomendado para investigações adicionais e tratamento.[4]
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