Prognóstico

Estenose tricúspide leve a moderada (assintomática)

Na ausência de progressão para doença grave, o prognóstico é bom. A estenose tricúspide (ET) isolada leve a moderada é bem tolerada e raramente requer intervenção. A progressão para ET grave é comum nos pacientes com cardiopatia carcinoide se a neoplasia não for tratada. A frequência de progressão para ET grave na valvopatia reumática é variável. Independentemente da etiologia, recomenda-se uma consulta de acompanhamento com um cardiologista uma vez ao ano.

Estenose tricúspide grave (sintomática)

Quando há sintomas, inicia-se terapia medicamentosa e considera-se uma intervenção valvar. Para a maioria, a cirurgia (de reparo ou substituição valvar) será a opção de tratamento mais provável. A mortalidade perioperatória relacionada à substituição ou ao reparo da valva continua sendo relativamente alta no grupo carcinoide apesar dos significativos avanços nas técnicas cirúrgicas e anestésicas. Os estudos demonstraram mortalidade perioperatória entre 9% e 20%.[52][53] Dilatação do ventrículo direito, disfunção sistólica e classe avançada da New York Heart Association (NYHA) têm sido relacionados a desfechos perioperatórios desfavoráveis. A taxa de mortalidade perioperatória com substituição da valva nos pacientes com ET decorrente de outras causas é muito mais baixa, o que provavelmente é devido a uma menor incidência de dilatação do ventrículo direito e regurgitação tricúspide coexistentes.

Após o sucesso do reparo ou da substituição da valva tricúspide, os sintomas da insuficiência cardíaca direita geralmente remitem dentro de 6 meses e o prognóstico geral desses pacientes é muito bom. A insuficiência cardíaca é a causa predominante de óbitos precoces e tardios, enfatizando a importância do encaminhamento em tempo hábil antes do surgimento de cardiopatia em estágio terminal.[37]

A sobrevida em longo prazo relatada para substituição cirúrgica da valva tricúspide em cardiopatia carcinoide é de até 100% no acompanhamento mediano de 37 meses.[53] Outros estudos que relataram resultados de substituição da valva para diversas condições cardíacas adquiridas mostraram somente resultados modestos, com 50% de sobrevida em 10 e 15 anos.[37][42][52][53]

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