Etiologia

A asma é uma doença heterogênea, e alguns pacientes asmáticos apresentam fatores desencadeantes alérgicos individuais que podem exacerbar o quadro clínico. Os vírus respiratórios são fatores desencadeantes importantes das exacerbações da asma. O rinovírus tem recebido mais atenção, mas outros vírus também podem desencadear a asma. Os vírus podem agir de forma sinérgica com alérgenos ou a poluição do ar para desencadear broncoespasmos.[5]​ Há evidências específicas da exposição a material particulado com diâmetro <2.5 micrômetros (PM2.5) como um fator de risco para a exacerbação aguda da asma em adultos.[6]

As exacerbações ocorrem nas pessoas suscetíveis, geralmente após exposição a um alérgeno ambiental (que pode ser ocupacional), um irritante ou uma infecção, embora algumas pessoas possam apresentar sintomas mais agudos sem exposição aparente a fatores desencadeantes.[1]​ A baixa adesão aos corticosteroides inalatórios também é comumente implicada.[1]

Em caso de exposição ocupacional a alérgenos, a sensibilização pode ocorrer após muitos anos, e o aparecimento dos sintomas pode começar muito tempo depois da exposição inicial. Após a sensibilização, o nível de exposição ao alérgeno necessário para desencadear os sintomas pode ser muito baixo e as exacerbações resultantes podem ser cada vez mais graves, com a exposição persistente associada a desfechos mais desfavoráveis da asma (por exemplo, limitação irreversível do fluxo aéreo).[1]

A asma ocupacional é diversificada, mas os profissionais comumente afetados são padeiros, agricultores, carpinteiros e pessoas envolvidas na fabricação de plásticos, espumas e colas.[7] É provável que cada alérgeno aja por um mecanismo diferente. No entanto, o estágio final da cascata inflamatória que leva à exacerbação da asma é provavelmente idêntico para todos os alérgenos, e é esta etapa que causa maior inflamação celular e maior reação brônquica, resultando em uma maior obstrução do fluxo aéreo com relação ao valor basal.[8]

Fisiopatologia

Os padrões de inflamação das vias aéreas são extremamente complexos e específicos a cada alérgeno. A detecção de um alérgeno inicia uma resposta da imunoglobulina E mediada pela Th-2, desencadeando uma reação inflamatória que ocasiona inflamação das vias aéreas, oclusão das vias áreas inferiores com secreção de muco e hiper-reatividade brônquica. Juntos, esses processos contribuem para a obstrução significativa das vias aéreas, característica das exacerbações da asma. A inflamação das vias aéreas provoca o edemaciamento da mucosa brônquica, e a hiper-reatividade das vias aéreas causa broncoespasmos. Ambos os processos causam estreitamento das vias aéreas. Além disso, a secreção mucosa leva à oclusão das vias aéreas e também contribui para a obstrução do fluxo aéreo. Acredita-se que a etapa final é comum a todos os mecanismos inflamatórios, com prostaglandinas vasoativas, leucotrienos, histamina e outros mediadores celulares atuantes em patogenias.

Pode ocorrer dano epitelial nas vias aéreas como resultado do evento provocador (como uma infecção), assim como da inflamação subsequente.[8] O dano epitelial causado pelo fator desencadeante pode levar à ativação e liberação de quimiocinas do epitélio, o que amplifica a cascata inflamatória. Alguns alérgenos causam uma resposta predominantemente eosinofílica (fatores desencadeantes alérgicos e ocupacionais). As interleucinas (IL)-5 e IL-13 são importantes citocinas no recrutamento de eosinófilos.[8] Outros alérgenos ativam uma resposta mais neutrofílica (vírus).[8]

A obstrução mucosa difusa das vias aéreas é causada pelo aumento de secreção de muco e hiperplasia das células da mucosa.[9]​​[10] A maior produção de radicais livres de oxigênio pode ser excessiva para as defesas antioxidantes do hospedeiro e resultar em oxidação de lipídeos e proteínas. A peroxidação lipídica aumenta significativamente com a asma aguda e é reduzida com a resolução da exacerbação.[8][11]

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