Abordagem
O Critérios Diagnósticos para DTM (DC/TMD) é um sistema de diagnóstico baseado em evidências que foi desenvolvido com base em extensos estudos multicêntricos.[5] A DC/DTM compreende um domínio físico denominado Eixo I, que avalia fisicamente a articulação temporomandibular e as articulações associadas, e um domínio psicológico denominado Eixo II, que avalia as comorbidades psicossociais. O Eixo I avalia os sintomas subjetivos e requer o histórico do paciente, enquanto o Eixo II identifica as barreiras para a resposta ao tratamento, os fatores que contribuem para a dor crônica (aspectos psicológicos e sociais) e as metas para futuras intervenções. Questionários desenvolvidos com base nesses domínios auxiliam no diagnóstico das DTMs.[1][2][5]
O diagnóstico é baseado na história e no exame físico. Os 4 elementos característicos são dor, ruído articular, sensibilidade dos músculos da mastigação e função mandibular limitada.[11] Os pacientes podem se apresentar com uma única característica ou com uma combinação desses elementos.
História
É necessário perguntar a todos os pacientes sobre o local da dor, o início, a duração e os fatores de exacerbação ou de atenuação; o ruído articular para distinguir entre cliques e crepitação; hábitos parafuncionais, como roer unhas ou bruxismo; e estresse, depressão, ansiedade e uma história de doença articular inflamatória.[44][45]
Os pacientes podem se queixar de dor ao usar a mandíbula, de travamento da mordida (a via de abertura interrompe a abertura ou o fechamento e pode ser manipulada para abrir/fechar ainda mais) ou de estranheza à mordida. Os pacientes com dor e disfunção miofascial queixam-se de dor cíclica e, possivelmente, dor de dentes causada por bruxismo noturno (ranger dos dentes). A dor é a característica mais importante e, se não estiver relacionada ao uso da mandíbula, é improvável que seja decorrente de DTMs.
Os pacientes com disfunção interna, em geral, se queixam de dor contínua que se agrava com o movimento mandibular.[11] Esses pacientes têm cliques e também possível travamento e restrição da abertura da mandíbula.
Os pacientes com osteoartrose geralmente são idosos. Esses pacientes se queixam de ruído articular que é definido como crepitação.[11]
Exame físico
Ao exame físico, a área imediatamente anterior ao trago deve ser palpada quanto a sensibilidade em repouso e ao abrir a mandíbula. O paciente deve abrir e fechar a boca com um dedo indicador pressionando levemente a área anterior ao trago e sobre a parte lateral da articulação para apalpar o interior da articulação a fim de determinar os cliques ou crepitação e a sensibilidade. Um estetoscópio pode ser colocado na área anterior ao trago para ouvir os cliques; entretanto, se o paciente descrever cliques, é mais provável que ele os ouça, pois a articulação fica bem na frente da orelha. A mandíbula deve ser avaliada enquanto o paciente abre e fecha a boca. Deve-se procurar o desvio da mandíbula para um dos lados ou movimentos espasmódicos. A presença deles é observada com mais frequência na disfunção interna. Deve-se avaliar os dentes quanto a facetas de desgaste, as bochechas, em busca de linhas de tecido espessado, e a língua, em busca de crenulações, que são indicativos de bruxismo.[11] A amplitude normal de abertura da boca é superior a 35 mm entre os incisivos superiores e inferiores em 97% da população. Deve-se esperar um movimento lateral de mais de 6 mm para cada lado.
Exames diagnósticos
Geralmente não são necessários testes diagnósticos. Um ortopantomograma pode ser uma investigação de primeira linha útil para excluir causas dentárias, e é mais fácil de obter se o paciente comparecer primeiro ao seu dentista.
RNM pode ser usada para avaliar morfologia de disco e disfunção interna.
A TC pode ser usada para avaliar fraturas e anormalidades nos ossos, além de ajudar a determinar os subtipos traumático e artrítico das DTMs.[17][46] A TC de feixe em cone tem uma dose mais baixa de radiação que a TC tradicional e produz uma imagem de qualidade superior.[47][48]
Se houver suspeita clínica de artrite reumatoide, devem ser obtidos marcadores inflamatórios, sorologia para fator reumatoide e anticorpo antipeptídeo citrulinado cíclico para ajudar a confirmar ou descartar um diagnóstico. Consulte Artrite reumatoide (investigações).
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