Etiologia

A causa mais comum de fraturas do tornozelo é uma queda de baixa energia, e estudos sugerem que a proporção de fraturas que resultam desse mecanismo possa variar de 38% a 80%.[4][13] As próximas causas mais comuns são lesão por inversão do tornozelo (31.5%), lesões esportivas (10.2%), quedas de escadas (cerca de 8%), quedas de altura (4.5%) e acidentes com veículo automotor (4.2%).[4]

Fisiopatologia

As fraturas do maléolo tipicamente resultam de uma força rotatória oposta à força axial. Lauge-Hansen descreveu a patomecânica por trás das fraturas do maléolo derivadas de experimentos em pés cadavéricos.[3] Em geral, verificou-se que quando o pé estava em uma posição supina e uma força em adução era aplicada, os ligamentos laterais separavam-se da fíbula ou ocorria uma fratura infrassindesmal transversal. Se a força continuar, poderá ocorrer uma fratura de cisalhamento do maléolo medial. Se o pé estiver em posição supina e for rotacionado externamente (tem sido discutido que uma força levemente valga também precisa ser aplicada), a lesão ocorrerá em estágios: o primeiro é a ruptura dos ligamentos tíbio-fibulares anteriores; o segundo é a fratura transindesmal; o terceiro é a ruptura dos ligamentos tíbio-fibulares posteriores ou uma fratura do maléolo posterior; e o quarto é a ruptura do ligamento deltoide ou uma fratura do maléolo medial.[15]

Se o pé estiver pronado no momento da lesão e uma força de abdução for aplicada, o primeiro estágio do dano é a ruptura do ligamento deltoide ou uma fratura transversa do maléolo medial, o próximo estágio é um dano no ligamento tíbio-fibular anterior e o último estágio é uma fratura transindesmal ou suprassindesmal da fíbula, potencialmente com um grau de cominuição. Estágios semelhantes são observados se a força, em vez disso, for de rotação externa. A primeira lesão é uma ruptura do ligamento deltoide ou uma fratura do maléolo medial, o segundo estágio é a ruptura do ligamento tíbio-fibular anterior e o terceiro estágio é a fratura suprassindesmal da fíbula.

Pode haver casos em que o mecanismo da lesão do paciente não ocorra exatamente dessas maneiras, podendo na verdade ser uma combinação de forças. Os resultados de um estudo sugerem que o esquema acima não prediz necessariamente o dano ligamentar associado às fraturas do tornozelo.[15]

Classificação

Classificação de fratura abrangente da Orthopaedic Trauma Association (OTA) (classificação Weber-AO modificada)[2]

Há 3 tipos baseadas na morfologia das fraturas do maléolo lateral. Os subgrupos incorporam fraturas do maléolo medial e do maléolo posterior:

  • Tipo A: infrassindesmal

  • Tipo B: transindesmal

  • Tipo C: suprassindesmal.

Classificação de Lauge-Hansen[3]

Há 4 categorias de lesão baseadas no mecanismo:

  • Supinação: lesões de adução

  • Supinação: lesões de rotação externa

  • Pronação: lesões de abdução

  • Pronação: lesões de rotação externa.

Com desvio versus sem desvio

As fraturas do tornozelo sem desvio não exibem deslocamento nas fraturas e apresentam uma articulação do tornozelo (encaixe) congruente.

Deslocamento versus ausência de deslocamento do tálus

O deslocamento talar indica que o tálus não está anatomicamente encaixado debaixo da tíbia. Isso ocorre se o maléolo medial estiver fraturado ou se o ligamento deltoide estiver rompido. O deslocamento talar mais comum refere-se à lateralização do tálus abaixo da tíbia.

Redutível versus irredutível

Uma fratura é redutível se puder ser colocada novamente em uma posição anatômica ou próxima da posição anatômica. Isso implica também na habilidade de reduzir ou "colocar de volta" o tálus em sua posição anatômica abaixo da tíbia.

Exposta versus fechada

Uma fratura exposta é aquela que se comunica com a pele e é sinônimo do termo fratura composta.

Bimaleolar, trimaleolar

Uma fratura bimaleolar é aquela com quaisquer 2 maléolos fraturados, geralmente o lateral e o medial. Uma fratura trimaleolar é aquela que apresenta os 3 maléolos fraturados: o maléolo medial, o lateral e o posterior.

Lesão sindesmal

Pode estar associada à ruptura da sindesmose tíbio-fibular.

Cominutiva versus não cominutiva

Uma fratura cominutiva é uma fratura que apresenta mais de 2 fragmentos fraturados.

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