Epidemiologia
Em um estudo nos EUA de 15,438 pacientes hospitalizados consecutivos, 347 apresentaram 358 reações cutâneas, um índice de reação global de 2.2%.[24] Cada um recebeu uma média de 8 medicamentos diferentes. As erupções cutâneas foram atribuídas a 51 medicamentos e 75% das reações cutâneas alérgicas foram atribuídas a antibióticos, hemoderivados e mucolíticos inalatórios. As maiores taxas foram resultantes do uso de amoxicilina (51 reações a cada 1000 pacientes expostos), sulfametoxazol/trimetoprima (cotrimoxazol; 34 reações a cada 1000 pacientes expostos), ampicilina (33 reações a cada 1000 pacientes expostos) e cefalosporina (13 reações a cada 1000 pacientes expostos). Em um estudo finlandês, aproximadamente 30% das reações adversas relatadas a medicamentos sistêmicos envolviam a pele.[25] Destas, quase 46% foram exantemas maculopapulares, 23% são urticária, 10% são erupções fixas e 5% são eritemas multiformes. No México, 35 (prevalência de 0.7%) reações cutâneas adversas aos medicamentos foram observadas nos 4785 pacientes que receberam alta.[26] Os medicamentos mais associados às reações cutâneas adversas a medicamentos foram a amoxicilina/ácido clavulânico, a anfotericina B e o metamizol. As dermatoses mais comuns observadas foram erupção cutânea morbiliforme (51.2%), urticária (12.2%) e eritema multiforme (4.9%). Seis dos 35 casos identificados ocorreram em pacientes internados em decorrência de uma grave reação ao medicamento (1.3/1000 pacientes). Um foi a óbito devido a complicações diretamente relacionadas às reações cutâneas adversas a medicamentos, representando uma mortalidade de 16.6% entre os internados por reações cutâneas adversas a medicamentos e 0.02% entre a mortalidade global.
Em crianças, as reações cutâneas aos medicamentos são as reações adversas a medicamentos (RAMs) mais prevalentes em pacientes hospitalizados, com uma taxa estimada de 2% a 3%. Em um estudo com 326 crianças com RAM cutânea, a L-asparaginase (16%), amoxicilina (8.3%), sulfametoxazol/trimetoprima (7.2%), carbamazepina (4.9%) e lamotrigina (3.7%) responderam por 40% de todos os medicamentos suspeitos.[27]
As taxas de reações a determinados medicamentos são de difícil avaliação, pois muitas delas só são relatadas informalmente.[28] As reações alérgicas a antibióticos betalactâmicos ocorrem em aproximadamente 3% das pessoas expostas. Das que desenvolvem uma reação alérgica de classe I à penicilina, uma grande proporção apresenta reação cruzada a uma cefalosporina; as que desenvolvem reações de classe III apresentam baixo risco de reação cruzada.
Os riscos de dermatite de contato com medicamentos tópicos não são bem descritos, pois a maioria dos casos é relatada de forma anedótica. O risco de dermatite de contato com corticosteroides tópicos pode ser elevado e chegar a 6%.[29]
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