Abordagem
O eritema multiforme (EM) é autolimitado, com manejo baseado nas seguintes estratégias:
Cuidados de suporte para manter a hidratação e evitar que as erosões desenvolvam infecções bacterianas secundárias
Tratamento de infecções precipitantes suspeitas
Retirada dos medicamentos desencadeantes suspeitos
Terapia de supressão com antivirais se a doença recorrente for causada pelo vírus do herpes simples (HSV)
Corticosteroides tópicos ou sistêmicos para reduzir a inflamação.
As evidências para o tratamento do EM são limitadas, com a maioria das recomendações baseadas em pequenas séries de casos retrospectivos ou parecer de especialistas.[41][45]
Cuidados de suporte
EM minor (lesões em alvo típicas ou pápulas edematosas elevadas, com distribuição acral, sem envolvimento de mucosas e cobrindo <10% da área total de superfície corporal)
As lesões devem ser limpas duas vezes ao dia com água e sabão. Os emolientes tópicos devem ser aplicados em todas as lesões para hidratar a pele, e também agem como uma barreira protetora. Se algumas lesões estiverem abertas, elas deverão ser limpas delicadamente e cobertas com curativos estéreis, para evitar infecção bacteriana secundária.
Analgésicos (por exemplo, paracetamol, medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais [AINEs]) podem ser tomados para aliviar a dor e o desconforto causados pelas lesões.
EM major (lesões em alvo típicas ou pápulas edematosas elevadas, com distribuição acral, além de envolvimento de 1 ou mais mucosas e que cobre <10% da área total de superfície corporal)
Os emolientes tópicos, a limpeza delicada e os curativos estéreis sobre as lesões abertas poderão auxiliar na prevenção de uma superinfecção bacteriana das bolhas e das lesões erodidas.
Para as lesões orais dolorosas, uma solução tópica de lidocaína pode ser aplicada diretamente sobre as lesões e pode ser usado um enxaguatório bucal para cobrir e aliviar as lesões antes da ingestão de líquidos e alimentos.
Embora poucos pacientes adoeçam o suficiente para necessitar de hospitalização, e a doença geralmente seja remitente sem tratamento específico, alguns pacientes com o EM major podem precisar de fluidoterapia intravenosa, se apresentarem depleção de volume devido à ingestão oral precária.
Se a uretra for bloqueada devido à descamação da mucosa, o cateterismo poderá ajudar na micção.
Os analgésicos orais podem reduzir o desconforto lesional.
Tratamento de infecções precipitantes
Vírus do herpes simples
Os antivirais orais são usados nos casos de HSV oral (herpes labial) e do herpes genital. Consulte Infecção pelo vírus do herpes simples (Abordagem de tratamento).
Pneumonia por micoplasma
As diretrizes para o tratamento da pneumonia atípica recomendam o uso empírico de um macrolídeo ou doxiciclina para a pneumonia descomplicada adquirida na comunidade, para garantir a cobertura de organismos atípicos.[46] Consulte Infecção por Mycoplasma pneumoniae (Abordagem de manejo).
Tratamento da inflamação
Os corticosteroides tópicos ou sistêmicos podem ser usados para reduzir a inflamação. No EM minor, os corticosteroides tópicos mostraram beneficiar o clearance das lesões.[1][2][36] A prednisona oral também pode ser usada. Para o EM major, talvez seja necessário administrar corticosteroides orais ou intravenosos.
Prevenção de recorrências
Se as infecções recorrentes por herpes simples forem reveladas como a causa de episódios repetidos de EM, poderá ser iniciada uma terapia de supressão com antivirais.[45] Ao primeiro sinal de um surto de HSV oral, pode ser iniciado o uso cuidadoso do valaciclovir, com uma ou duas doses ao dia, por 1 dia. Se esse procedimento não controlar os sintomas, poderá ser administrada uma dose diária de valaciclovir, por pelo menos 6 meses. Pode ser necessário dobrar a dose para controlar os sintomas.[41] Para os pacientes que precisam de formulações líquidas, o aciclovir é o preferencial.
Os pacientes podem ser alertados para evitar os fatores desencadeantes ambientais da recorrência de herpes oral, como a exposição ao sol.
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