História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Risco significativo é manifestado por exposição a temperatura elevada, exercício físico, sudorese, depleção de volume, frequentar casas noturnas ou raves, uso de várias substâncias ou bebidas alcoólicas, ansiedade, depressão, desvio comportamental ou criminalidade e transtorno de deficit da atenção com hiperatividade (TDAH).[31][32]

agitação, irracionalidade, inquietação, comportamento agressivo ocasional

Devido à superestimulação simpática.[23][38][39][59] Pode necessitar de sedação imediata para a realização de exame físico.

hipertermia >38 °C (>100 °F) mas <39.5 °C (<103 °F)

Temperatura retal aproxima-se mais da temperatura corporal central. Qualquer temperatura >38 °C (>100 °F) requer medidas ativas de resfriamento.[4][5][7][19][28]

hipertermia >39.5 °C (>103 °F)

Indica toxicidade grave potencialmente com risco de vida e requer sedação e resfriamento imediatos.[4][5][7][19][28]

convulsões

Sugere hemodiluição, hemorragia ou lesão intracraniana, hiponatremia decorrente da ingestão excessiva de água para combater a sede, depleção de volume.

diaforese, rubor facial

Devido à hipertermia, estimulação simpática excessiva. Pode ser o primeiro indício de toxicidade por psicoestimulante.

taquicardia e palpitações

Com ou sem arritmias, requer eletrocardiograma (ECG) para avaliar. Devido à superestimulação simpática.[23][38][39]

lesão traumática

Comum no uso indevido de anfetaminas e pode complicar o quadro e o manejo clínico.[60]

cefaleia

Pode indicar edema intracraniano ou hemorragia intracraniana.[2][3]

interação com medicamentos serotoninérgicos

Medicamentos de prescrição comuns que interagem de maneira adversa: inibidores da recaptação da serotonina (por exemplo, tramadol, metoclopramida, sumatriptana, lítio, dextrometorfano).[29][47]

hipertensão

Devido à superestimulação simpática, liberação de catecolaminas induzida por anfetaminas.[23][38][39][61]

hiper-reflexia e clônus

Devido à superestimulação simpática. Associados à toxicidade por serotonina.[29][47]

Incomuns

dor torácica

Pode indicar isquemia miocárdica, muito raramente infarto.[49]

arritmia cardíaca

Há relatos de morte por arritmia cardíaca na toxicidade por anfetaminas, em geral na presença de doença isquêmica do coração preexistente.[39][49]

Outros fatores diagnósticos

comuns

história de hepatite B ou C, HIV

Pode indicar história prolongada de uso indevido de substâncias, estilo de vida de alto risco.

tremor, movimentos repetitivos

Devido à superestimulação simpática.

desorientação, confusão, delirium

Nível de consciência alterado é consistente com a toxicidade por anfetaminas.

desnutrição

Sinais óbvios de desnutrição, feridas abertas, perda de massa muscular e dentição fraca associados a história prolongada de uso indevido de substâncias.

anormalidades venosas superficiais

Evidência de marcas de agulha ou tromboflebite pode indicar o consumo prolongado de substâncias.

fala rápida, andar de um lado para outro, trismo

Devido à superestimulação simpática.

alucinações ou delírios

Pode ocorrer com o uso de anfetaminas sem toxicidade, mas é mais comum em doses tóxicas.[9][23][38][62]

tremor, hipertonicidade ou rigidez muscular

Parkinsonismo pode ser observado com uso indevido crônico de anfetaminas.[63] A rigidez pode indicar toxicidade por serotonina.[47]

paranoia, hipervigilância e psicose

Pode exigir controle do comportamento por restrição física ou medicamentos injetáveis antes do tratamento específico para overdose de anfetaminas.

midríase

Dilatação da pupila com reação lenta à luz, decorrente da estimulação simpática.

Incomuns

história de cardiopatia

Cardiopatia isquêmica preexistente foi associada a relatos de morte na toxicidade relacionada a anfetaminas.[26]

taquipneia

Pode apresentar-se como resposta hiperventilatória à acidose ou como achado na síndrome do desconforto respiratório agudo.

dispneia

Sintomas respiratórios podem refletir comprometimento cardiovascular, como distensão miocárdica ou insuficiência cardíaca.

falta de sede

Achado paradoxal, pois estimulantes podem mascarar a sede e diminuir o consumo de líquidos, exacerbando, assim, o grau de depleção de volume.[51]

dor abdominal

Pode indicar vasculite ou isquemia mesentérica, ingestão de pacotes de drogas, obstrução.

reflexo de Babinski positivo

Bilateral, típico de toxicidade serotoninérgica. Os achados neuromusculares são mais pronunciados nos membros inferiores.

sinais neurológicos focais; papiledema

Hemorragia subaracnoide é uma apresentação incomum na overdose de anfetaminas.

Fatores de risco

Fortes

temperatura ambiente elevada

A 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA ou ecstasy) inibe a termorregulação, causando hipertermia. O efeito é dose-dependente e pronunciado em ambientes quentes.[4][5][7][19][28]

depleção de volume

Estimulantes podem mascarar a sede e reduzir o consumo de líquidos.[7][19]

exercício físico e sudorese

Contribuem para a hipertermia e a depleção de volume.[7][19]

ingestão excessiva de bebidas alcoólicas

O consumo crônico ou elevado pode potencializar os efeitos das anfetaminas. Também contribui para a depleção de volume.[19][20]

uso de várias substâncias

O uso indevido de várias substâncias é comum, incluindo medicamentos vendidos com prescrição, e deve ser especificamente investigado.[19][20][29]

ansiedade e depressão

Pessoas com transtornos psiquiátricos subjacentes podem ser suscetíveis aos efeitos eufóricos das anfetaminas e aumentar a dose indiscriminadamente.[30]

história de distúrbio comportamental

Os chamados comportamentos abusivos ou de alto risco aumentam o risco do uso indevido de anfetaminas.[31]

histórico de infrações ou de crimes

Uma história de condenação por contravenção penal juvenil aumenta o risco de uso indevido de anfetaminas.[32][33]

Transtorno de deficit da atenção com hiperatividade (TDAH)

Dois em cada 10 adolescentes com TDAH fazem uso indevido de medicamentos estimulantes.[32]

frequentar casas noturnas ou raves

O uso de MDMA (ecstasy) e drogas relacionadas é comum nesse ambiente.

Fracos

história de uso indevido de drogas por >1 ano

Pouco associada à overdose de anfetaminas.

predileção genética

Postula-se que a ausência do gene CYP2D6 da citocromo P450 oxidase seja um fator de risco para hepatotoxicidade induzida por substâncias e insuficiência cardíaca, mas ainda não se estabeleceu uma relação clínica definitiva.[8][34][35][36][37]

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