Etiologia
A etiologia do carcinoma basocelular (CBC) está relacionada à exposição solar repetida e frequente, pois a radiação ultravioleta (UV) induz danos ao DNA dos ceratinócitos. Existe um aumento exponencial nos casos de CBC relacionados à exposição à radiação UV.[4][17] Especificamente, acredita-se que a radiação UV-B com comprimento de onda de 290-320 nanômetros (comprimento de onda da queimadura solar) desempenhe um papel importante na formação do CBC.[18] Isso deve ser considerado um perigo para crianças e adolescentes, pois cerca de um quarto da exposição ao longo da vida ocorre antes dos 18 anos.[19]
Fisiopatologia
O desenvolvimento do CBC é resultado de uma interação complexa entre fatores genéticos e ambientais. Os CBCs derivam de células pluripotentes na epiderme e no epitélio folicular.[20] Tentando recapitular o desenvolvimento folicular e epidérmico, essas células evoluem para carcinomas. Postula-se que as mutações do gene p53 possam ter alguma função no desenvolvimento do CBC. Além disso, a ativação aberrante da cascata de sinalizações Sonic Hedgehog contribui para o desenvolvimento dos CBCs.[21]
Há uma pesquisa para identificar célula-tronco cancerígenas (células tumorais) de CBC em andamento.[22][23]
Classificação
Histopatologia
A classificação do carcinoma basocelular (CBC) é histopatológica.[3][4][5][6] A biópsia para diagnosticar CBC é importante para:
Determinar o subtipo histológico (como nodular, superficial e pigmentado), que pode afetar o tratamento, e
Descartar outros cânceres de pele, como carcinoma de células escamosas.
CBC nodular
É a forma clínica mais comum de CBC, composta principalmente por um grande nódulo de células azuis hipercromáticas mitoticamente ativas. As margens são mais fáceis de definir nesse tipo. Macroscopicamente, ele é um nódulo branco-perolado/tumor com telangiectasia proeminente na superfície.[3][4][6][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Carcinoma basocelular nodular na região malar, secundário a danos solares difusos com elastose solar importanteDo acervo do Prof. Robert A. Schwartz [Citation ends].
CBC superficial
Clinicamente, essa variante tem margens mal definidas. Ao exame histopatológico, ele é representado por pequenos ninhos de células azuis atípicas que parecem estar penduradas na epiderme. O estroma ao redor desses ninhos é mais celular que o restante da derme. A presença desse tipo de estroma na margem é considerada uma margem positiva, ou seja, é muito provável que existam mais tumores nos demais tecidos cutâneos do paciente, e é necessária terapia adicional.[6][7]
CBC micronodular
Aparece como vários ninhos pequenos na derme, em geral bem-circunscritos. Ele tem maior probabilidade de recorrência que o CBC nodular, tendo características intermediárias entre os subtipos nodular e infiltrante.[8] Os ninhos individuais e o grupo inteiro são rodeados pelo estroma celular, com características mixoides focais.[3][4]
CBC metatípico (CBC com diferenciação escamosa)
Tem uma taxa de recorrência maior e, portanto, é importante do ponto de vista prognóstico. Todos os tipos de CBC indicados acima podem ser metatípicos (indicando CBC com diferenciação escamosa). Mais notavelmente, os CBCs que foram esfregados várias vezes têm diferenciação escamosa superficial e não devem ser considerados metatípicos. A diferenciação escamosa precisa estar presente na parte profunda da neoplasia para que esse diagnóstico possa ser feito.[3][4][9]
CBC esclerosante
É sinônimo de CBC infiltrante ou esclerosante. Composto por fitas infiltrantes de células azuis hipercromáticas mitoticamente ativas com estroma fibrótico (esclerótico) proeminente. Clinicamente, esse tipo é semelhante às placas de morfeia (esclerodermia), por isso o nome. As margens do CBC esclerosante não são tão bem definidas. A invasão perineural é comum; portanto, recorrências locais são observadas com mais frequência que com outros tipos.[3][4][6]
CBC infundibulocístico
É assim conhecido porque costuma simular o tricoepitelioma, um tumor benigno com diferenciação folicular. O CBC infundibulocístico é composto por fitas e ninhos de células azuis hipercromáticas mitoticamente ativas, com a formação dos chamados cistos queratinosos, que representam uma tentativa do CBC de formar a queratina superficial. O principal aspecto a ser considerado é o diagnóstico incorreto frequente desse tipo como o grupo de neoplasias tricoepitelioma ou tricoblastoma.[3][4]
CBC misto
Um subtipo de CBC puro raramente será observado (exceto nos casos de CBC superficial). Geralmente, há uma mistura de dois ou mais dos tipos descritos acima. É importante indicar o subtipo de CBC no relatório patológico, pois o tratamento clínico dependerá dele. Vale ressaltar que quanto maior o tempo em que o CBC estiver presente, maior a probabilidade de ocorrer sangramento, ulceração ou formação de crostas.[3][4]
CBC periocular
Geralmente, é uma lesão com desenvolvimento lento, indolor e sem resolução. A forma e local típicos são em forma de um nódulo esbranquiçado, pequeno e duro que aparece na pálpebra inferior. O CBC periocular também pode aparecer no canto medial, na pálpebra superior e no canto lateral.[10]
Pode ser nodular (nódulo duro, de aparência perolada, vasos anormais [telangiectásicos]), nódulo-ulcerativo (nodular, mas com uma borda saliente enrolada ao redor a úlcera central, pode sangrar) ou morfeico ou esclerosante (placa dura e achatadas com pele espessa, sem vascularização na superfície, borda indefinida, que dificulta a determinação da área comprometida).
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