Investigações
Primeiras investigações a serem solicitadas
contagem de leucócitos
Exame
Considerar na primeira consulta.
A contagem leucocitária é um exame inespecífico para a infecção.
O resultado não é específico, mas pode aumentar o índice de suspeita da doença inflamatória pélvica (DIP).
É improvável que apenas o resultado altere o manejo.
Valor preditivo médio.
Resultado
elevado
células polimorfonucleares na microscopia de câmara úmida das secreções vaginais
Exame
Indicado na primeira consulta.
A presença de células polimorfonucleares vaginais confirma a infecção vaginal.
A ausência dessas células na câmara úmida descartou a endometrite histológica em mais de 90% das vezes em um estudo, com valor preditivo negativo de 94.5%.[3][29]
Valor preditivo positivo alto, mas não específico para patógenos que provavelmente causam a DIP.
Resultado
presentes no esfregaço
sonda genética ou cultura de secreções vaginais para Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis
Exame
Deve ser realizada na primeira consulta em qualquer paciente com suspeita de DIP.
A especificidade dessas infecções é de 100%; entretanto, outros organismos também podem causar a DIP.[1][22]
A cultura negativa não elimina a possibilidade da doença do trato genital superior, portanto o tratamento deve ser iniciado na paciente com sintomas clínicos, independentemente dos resultados do exame.[30]
Resultado
um resultado positivo indica a presença de organismos
Investigações a serem consideradas
velocidade de hemossedimentação (VHS) sérica
Exame
Exame inespecífico para o processo inflamatório.
Geralmente apenas elevado na DIP moderada ou grave. É improvável que o resultado deste exame isolado altere o manejo.
Em um estudo de contagens de leucócitos séricos, células polimorfonucleares em câmara úmida e VHS em mulheres com diagnóstico clínico de DIP aguda, nenhum exame laboratorial isolado apresentou boa sensibilidade e especificidade. Um resultado negativo nos três exames descarta a DIP de maneira efetiva.[3][24]
Resultado
elevado
ultrassonografia transvaginal
Exame
O exame é útil para confirmar um diagnóstico incerto.
Menos dispendioso que outros métodos de exames de imagem e menos arriscado que outros exames invasivos.
Em um estudo, o fluxo no Doppler colorido identificou todos os casos confirmados laparoscopicamente de DIP aguda, tornando-o 100% sensível para este diagnóstico.[31]
Resultado
os sinais clássicos são a espessura da parede tubária >5 mm, septos incompletos na tuba uterina, líquido no fundo de saco e a aparência de roda dentada na seção transversal da vista tubária; também pode ser observado um abscesso tubo-ovariano
tomografia computadorizada (TC) pélvica
Exame
A TC pode ser usada para confirmar um diagnóstico incerto. Ela é indicada em pacientes com dor pélvica difusa, peritonite ou ultrassonografia difícil ou com resultados equívocos. Ela deve ser realizada com contraste intravenoso e oral, pois o intestino não opacificado pode ser confundido com um abscesso.[28] Indicada se a ressonância nuclear magnética (RNM) não estiver disponível ou se a ultrassonografia for inconclusiva ou não diagnóstica. O risco de exposição à radiação cumulativa deve ser considerado em mulheres jovens submetidas à repetição do exame de imagem.[32]
Resultado
alterações sutis na aparência dos planos do assoalho fascial pélvico, espessamento dos ligamentos uterossacros, alterações inflamatórias das trompas e dos ovários, coleção de fluidos anormal; na doença progressiva, pode ser observada uma inflamação reativa das estruturas circundantes pélvicas e abdominais
ressonância nuclear magnética (RNM) pélvica
Exame
A RNM é considerada superior à ultrassonografia no diagnóstico da DIP quando há um abscesso tubo-ovariano, piossalpingite, tuba contendo líquido e/ou ovários policísticos aumentados com líquido livre na pelve. No entanto, a ultrassonografia e a TC são mais custo-efetivas que a RNM. Desse modo, a RNM raramente é usada e só tem uma função complementar na solução do problema.[28]
Resultado
pode mostrar tubas espessadas contendo líquido, abscesso tubo-ovariano, piossalpingite
laparoscopia
Exame
A laparoscopia é o método de diagnóstico invasivo preferencial que permite a visualização direta das estruturas abdominais e ginecológicas.
A laparoscopia permite que amostras sejam retiradas das tubas uterinas e do saco de Douglas e é particularmente útil na obtenção de um diagnóstico mais preciso de salpingite e um diagnóstico bacteriológico mais completo. A laparoscopia não detectará endometrite ou uma inflamação sutil das tubas uterinas. Ela não deve ser usada como uma ferramenta diagnóstica de rotina, especialmente quando os sintomas forem leves ou vagos.[1]
Resultado
anormalidades laparoscópicas consistentes com a DIP
biópsia do endométrio
Exame
Pode confirmar o diagnóstico de endometrite. A biópsia do endométrio não deve ser usada como um teste diagnóstico de rotina. Ela é indicada em mulheres que se submetem à laparoscopia e que não tenham evidências visuais de salpingite.[1]
Resultado
aparência histológica de endometrite
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