Monitoramento

No período pós-operatório imediato, os níveis de catecolamina ainda podem permanecer altos. O paciente requer avaliação das metanefrinas e normetanefrinas plasmáticas em 2-6 semanas após a cirurgia, para verificar a normalização.[56] Se estes estudos do plasma forem positivos, haverá necessidade de um exame de imagem aos 3 meses para avaliar a presença de tumor persistente.[56] Atualmente, é recomendável que os pacientes tenham acompanhamento anual por, no mínimo, 10 anos para verificar se há recorrência local ou metastática ou novos tumores.[56] Como os pacientes com história de feocromocitoma têm um risco geral de morte maior, alguns especialistas defendem acompanhamento e rastreamento vitalícios de tumores recorrentes em casos esporádicos e de tumores associados em casos hereditários.[56][99]

Com base em dados mais recentes, o risco de doença recorrente após a ressecção completa de um feocromocitoma pode ser de apenas 5 eventos por 100 pacientes acompanhados por 5 anos; portanto, o acompanhamento vitalício pode não ser necessário em alguns casos esporádicos. O monitoramento anual deve ser ajustado ao risco de recorrência do paciente.[100]

O acompanhamento consiste em, pelo menos, uma medição da pressão arterial (PA) uma vez ao ano, além da medição de metanefrina e normetanefrina. A cromogranina A é um marcador inespecífico da presença de um tumor neuroendócrino, e pode ser usada como ferramenta de rastreamento para detectar recorrências.[55] Os exames de imagem devem ser realizados a cada 1 a 2 anos em pacientes com feocromocitoma bioquimicamente inativo para verificar se há recorrências ou novos tumores.[56] No futuro, talvez seja possível adaptar o acompanhamento de acordo com características moleculares específicas de um tumor, que podem agir como marcadores para doença recorrente. No entanto, atualmente, há características conhecidas que podem indicar recorrência: mais precisamente, doença bilateral ocorrida em idade precoce, tumores maiores e feocromocitomas hereditários.

Até 40% dos feocromocitomas são hereditários em adultos; no entanto, o teste genético é indicado para todos os pacientes com feocromocitoma para identificar distúrbios de tumores hereditários em potencial que precisariam de avaliação mais detalhada e acompanhamento.[1][3][101][102] Exames específicos indicados podem ser orientados pelas características do tumor, pelos hormônios produzidos, além das comorbidades e da história familiar.

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