Novos tratamentos

Toxina botulínica (por exemplo, toxina onabotulínica A, toxina abobotulínica A, toxina rimabotulínica B)

A quimiodenervação tornou-se a base do tratamento das sequelas de longo prazo da paralisia de Bell, como sincinesia e contratura facial. Um ensaio clínico duplo-cego controlado por placebo comparando a toxina botulínica (BTX) à injeção de soro fisiológico nas zonas faciais demonstrando sincinesia após a paralisia de Bell e outras afecções demonstrou melhora estatisticamente significativa nos sintomas para aqueles que receberam BTX em comparação àqueles que receberam placebo de soro fisiológico.[69] A quimiodenervação da glândula lacrimal também é efetiva no tratamento de hiperlacrimejamento gustativo (síndrome de Bogorad ou lágrimas de crocodilo). Uma revisão sistemática constatou que houve uma tendência geral à melhora na qualidade de vida após a terapia com toxina botulínica, e a maioria dos estudos demonstrou um benefício estatisticamente significativo. No entanto, os aspectos da vida nos quais os pacientes observaram benefício cariaram entre os estudos, e alguns apresentaram efeitos adversos leves.[70]​​ A terapia individualizada com BTX após avaliação completa do paciente e escolha da técnica de injeção adequada tem sido recomendada para reduzir os efeitos adversos, maximizar a eficácia e aumentar o grau de satisfação do paciente.[71]

Fisioterapia

Um programa abrangente de fisioterapia para sequelas de longo prazo da paralisia de Bell inclui educação do paciente, mobilização dos tecidos moles, biofeedback por espelho e eletromiografia (EMG), além de retreinamento neuromuscular. Uma metanálise concluiu que não há evidências de alta qualidade para dar suporte a um benefício ou dano significativo de qualquer fisioterapia para paralisia facial idiopática.[72] No entanto, existem boas evidências para dar suporte ao uso de fisioterapia no tratamento da paralisia de Bell crônica (também conhecida como paralisia facial não flácida pós-relaxante muscular).[73]​ Um estudo de pacientes com sincinesia de longa duração após paralisia de Bell e outras afecções que receberam fisioterapia facial abrangente por 3 meses, em vez de ficarem em lista de espera, demonstrou melhora estatística na rigidez facial relatada pelo paciente e nos escores do índice de incapacidade facial (IIF), e na avaliação quantitativa do comprimento labial.[74] Um estudo em pacientes com paralisia facial flácida aguda (início dentro de 3 semanas) resultante de paralisia de Bell ou outras afecções que receberam fisioterapia que incluiu biofeedback por EMG demonstrou escores em sistemas de graduação facial significativamente melhores a 1 ano em comparação com aqueles que receberam fisioterapia sem biofeedback por EMG.[75] Em outro ensaio clínico randomizado e controlado (ECRC), foi demonstrado que 74% dos pacientes com paralisia de Bell apresentando paralisia facial flácida grave a completa (ou seja, HBS V/VI) que receberam uma combinação de terapia farmacológica associada a fisioterapia abrangente dentro de 10 dias do início dos sintomas demonstraram desfechos melhores avaliados por especialista a 6 meses em relação àqueles que receberam terapia farmacológica isoladamente.[76]

Acupuntura

Estão surgindo relatos sobre o uso da acupuntura para o tratamento da paralisia facial.[77][78]​​[79][80][81]​​​​​​​​​​ Uma revisão sistemática Cochrane identificou seis ECRCs publicados, mas descobriu limitações graves nos desenhos dos estudo, as quais impediram o estabelecimento de conclusões confiáveis sobre a eficácia da acupuntura.[77]​ Um estudo relatou melhores resultados e menores tempos de recuperação com a intervenção precoce com acupuntura em pacientes com paralisia de Bell.[81]​ Achados similares de maiores taxas e menor tempo até a cura, juntamente com a menor ocorrência de sequelas, foram relatadas em uma meta-análise, que sugeriu que a acupuntura é uma técnica segura e efetiva para o tratamento de pacientes na fase aguda da paralisia de Bell; no entanto, a análise observou que as evidências foram limitadas e de baixa qualidade e que são necessários ECRCs multicêntricos grandes e de alta qualidade.[80]

Oxigenoterapia hiperbárica

Uma  revisão sistemática Cochrane sobre o uso de oxigenoterapia hiperbárica no tratamento da paralisia de Bell moderada a grave não encontrou estudos de alta qualidade que avaliaram este tratamento.[82] Identificou-se um único estudo que demonstrou benefício da oxigenoterapia hiperbárica na paralisia de Bell grave, mas o estudo foi de baixa qualidade, pois o avaliador do desfecho não foi cegado para a alocação do tratamento.[83]

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