Caso clínico
Caso clínico #1
Uma mulher de 53 anos de idade apresenta ansiedade social de longa duração, desde sua infância. Ela sempre fica tímida e constrangida ao lado de outras pessoas e acredita que nunca sabe o que dizer ou como agir. Ela nunca namorou, e relata poucas amizades ao longo de sua vida. Ela trabalha como programadora de computador, de modo que não precisa interagir com outras pessoas presencialmente. Ela deixou passar oportunidades de promoção no trabalho, já que elas exigiriam uma função mais interativa com outras pessoas. Ela frequentemente se sente fisicamente tensa, nervosa, nauseada e ruborizada, mesmo durante interações casuais. Depois dessas situações, ela frequentemente relembra esses eventos de uma maneira extremamente autocrítica. Ela passa a maior parte do tempo sozinha e não tem habilidades sociais. Algumas vezes, é descrita pelos outros como "estranha" ou "solitária". Ela evita quase todas as situações sociais.
Caso clínico #2
Um estudante do sexo masculino no primeiro ano na universidade relata estresse crescente. Apesar de historicamente ter se saído bem nos estudos e de parecer bastante extrovertido, a transição para a universidade foi difícil e suas notas têm decaído. Ele tem medo de atrair atenção para si mesmo nas aulas fazendo "perguntas estúpidas" e tem evitado encontrar seus professores e assistentes de ensino. Ele apresenta uma dificuldade particular em seminários e apresentações, nos quais há menos oportunidade de se esconder que em um anfiteatro para palestras. Ele sente sua boca ficar seca e seu coração disparar até mesmo quando pensa em tentar obter ajuda. Ele se tornou mais recluso, está começando a se sentir mais deprimido e recentemente começou a faltar a aulas.
Outras apresentações
Muitos indivíduos com ansiedade social frequentemente irão relatar sensações semelhantes ao pânico provocadas pela antecipação, ou pela experiência real, de situações temidas. O escopo da ansiedade pode ser concentrado em tipos específicos de situações sociais ou ser generalizado a qualquer encontro social. Em relação a outros transtornos de ansiedade, a ansiedade social está associada a um alto risco de transtornos depressivos e relacionados a uso de substâncias comórbidos.[1][2] Em apresentações mais graves, a ansiedade social frequentemente é de longa duração e o indivíduo pode estar evitando quase todos os encontros sociais, tornando a adesão ao tratamento difícil. As apresentações de ansiedade social na infância podem incluir inibição comportamental, choro, acessos de raiva, recusa da escola e ansiedade da separação dos cuidadores, as quais seriam consideradas anormais no desenvolvimento.
O mutismo seletivo mostra alguma sobreposição com sintomas de ansiedade social nas crianças. Crianças com mutismo seletivo consistentemente não conseguem falar em situações sociais específicas nas quais há expectativa de falar (por exemplo, na escola), apesar de falarem em outras situações.[3] Estudos sugerem que o mutismo seletivo pode ser caracterizado por níveis mais elevados de ansiedade social em situações específicas.[4]
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