O tratamento do câncer laríngeo é orientado pelo estádio TNM. As modalidades incluem ressecção cirúrgica, radioterapia, quimioterapia ou qualquer combinação dessas modalidades.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
As metas da terapia são erradicar o câncer com preservação do órgão. Embora os tumores glóticos e supraglóticos sejam subsítios patológicos distintos, o tratamento desses tumores é semelhante. Neste tópico, os tumores glóticos e supraglóticos são discutidos em conjunto e as diferenças são destacadas, quando apropriado. A fonoterapia é apropriada após a cirurgia, radioterapia, quimiorradioterapia ou qualquer combinação dessas modalidades.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Todos os pacientes devem ser rastreados para disfagia durante a ingestão, os ciclos de tratamento e a sobrevida. Existem ferramentas validadas para avaliação da disfagia.[41]Kuhn MA, Gillespie MB, Ishman SL, et al. Expert consensus statement: management of dysphagia in head and neck cancer patients. Otolaryngol Head Neck Surg. 2023 Apr;168(4):571-92.
https://aao-hnsfjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ohn.302
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36965195?tool=bestpractice.com
Tumores glóticos e supraglóticos: T1 e T2
O tratamento de tumores T1 e T2 N0 M0 envolve modalidade única com cirurgia ou radioterapia.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
A cirurgia poupadora da laringe (por exemplo, ressecção endoscópica a laser, cirurgia robótica transoral, laringofissura, cordectomia, laringectomia parcial vertical) ou radioterapia são igualmente efetivos em termos de controle tumoral e de sobrevida.[42]Boyle K, Jones S. Functional outcomes of early laryngeal cancer - endoscopic laser surgery versus external beam radiotherapy: a systematic review. J Laryngol Otol. 2022 Oct;136(10):898-908.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34641985?tool=bestpractice.com
A dissecção do pescoço é geralmente realizada em associação com a cirurgia nos tumores supraglóticos T1-T2 N0 M0, embora alguns pacientes possam optar por não fazer uma dissecção do pescoço para os tumores T1 N0 M0. A dissecção do pescoço também pode ser necessária em associação com a cirurgia em certos tumores glóticos T1-T2 N0 M0.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Em tumores glóticos, a cirurgia com preservação da laringe apresentou taxas de controle de câncer local que variam de 86% a 98% e uma taxa de sobrevida doença-específica a 5 anos de 92% a 97%.[43]Agrawal N, Ha PK. Management of early-stage laryngeal cancer. Otolaryngol Clin North Am. 2008 Aug;41(4):757-69.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18570957?tool=bestpractice.com
[44]Thomas L, Drinnan M, Natesh B, et al. Open conservation partial laryngectomy for laryngeal cancer: a systematic review of English language literature. Cancer Treat Rev. 2012 May;38(3):203-11.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21764220?tool=bestpractice.com
Embora os dados variem, a cirurgia com preservação da laringe ou a radioterapia para o tratamento dos cânceres laríngeos T1 e T2 mostram taxas de sobrevida similares.[45]Feng YW. Comparison of preoperative radiation and surgery with surgery alone for laryngeal carcinoma. Cancer Treat Rev. 2010;17:1949-52.[46]Forastiere AA, Ismaila N, Lewin JS, et al. Use of larynx-preservation strategies in the treatment of laryngeal cancer: American Society of Clinical Oncology clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Apr 10;36(11):1143-69.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.75.7385?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org&rfr_dat=cr_pub%3Dpubmed
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29172863?tool=bestpractice.com
Em mãos experientes, a ressecção endoscópica de lesões T1 demonstrou produzir melhores desfechos que a radioterapia definitiva.[46]Forastiere AA, Ismaila N, Lewin JS, et al. Use of larynx-preservation strategies in the treatment of laryngeal cancer: American Society of Clinical Oncology clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Apr 10;36(11):1143-69.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.75.7385?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org&rfr_dat=cr_pub%3Dpubmed
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29172863?tool=bestpractice.com
No entanto, uma revisão sistemática de 2021 mostrou desfechos de voz semelhantes entre a cirurgia e a radioterapia.[42]Boyle K, Jones S. Functional outcomes of early laryngeal cancer - endoscopic laser surgery versus external beam radiotherapy: a systematic review. J Laryngol Otol. 2022 Oct;136(10):898-908.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34641985?tool=bestpractice.com
O tratamento de modalidade única do câncer laríngeo T1 com radioterapia tem uma taxa de sobrevida similar à da cirurgia. Para o carcinoma in situ, a ressecção endoscópica é preferencial, se possível.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Para os pacientes com características adversas à patologia final (ou seja, margens próximas ou positivas, extensão extranodal, etc.), a terapia adjuvante também é recomendada.
Em tumores supraglóticos, a cirurgia por via aberta ou endoscópica é comparável à radioterapia isoladamente, embora haja relatos de que a cirurgia por via aberta apresente uma maior taxa de controle local.[46]Forastiere AA, Ismaila N, Lewin JS, et al. Use of larynx-preservation strategies in the treatment of laryngeal cancer: American Society of Clinical Oncology clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Apr 10;36(11):1143-69.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.75.7385?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org&rfr_dat=cr_pub%3Dpubmed
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29172863?tool=bestpractice.com
Para os pacientes com cânceres T1 e T2, a cirurgia transoral com microlaser ou a cirurgia robótica transoral devem ser oferecidas sempre que possível como opções de tratamento de tratamento, além da cirurgia por via aberta, outras cirurgias preservadoras da laringe e radioterapia.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Não há evidências suficientes para determinar se as técnicas cirúrgicas endoscópicas são superiores à radioterapia, mas os desfechos vocais e de qualidade de vida da radioterapia e da cirurgia transoral a laser parecem ser equivalentes.[47]Higgins KM, Shah MD, Ogaick MJ, et al. Treatment of early-stage glottic cancer: meta-analysis comparison of laser excision versus radiotherapy. J Otolaryngol Head Neck Surg. 2009 Dec;38(6):603-12.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19958721?tool=bestpractice.com
[48]Warner L, Chudasama J, Kelly CG, et al. Radiotherapy versus open surgery versus endolaryngeal surgery (with or without laser) for early laryngeal squamous cell cancer. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Dec 12;(12):CD002027.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD002027.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25503538?tool=bestpractice.com
[49]Spielmann PM, Majumdar S, Morton RP, et al. Quality of life and functional outcomes in the management of early glottic carcinoma: a systematic review of studies comparing radiotherapy and transoral laser microsurgery. Clin Otolaryngol. 2010 Oct;35(5):373-82.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21108747?tool=bestpractice.com
Pacientes com tumores T1 ou T2 e estadiamento N1-N2c M0 (N1M0, N2aM0, N2bM0 ou N2cM0) apresentam lesões invasivas mais profundas, com metástases em linfonodos regionais ≤6 cm em tamanho, mas ausência de metástases à distância. A cirurgia da laringe (com laringectomia parcial ou total) ou radioterapia, ou quimioterapia e radioterapia concomitantes é recomendada.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
A cisplatina ou a carboplatina podem ser administradas com ou sem fluoruracila.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Nos casos de toxicidade excessiva, os pacientes podem ser tratados com o anticorpo monoclonal cetuximabe. O cetuximabe se liga especificamente ao receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR), expresso nos tecidos epiteliais, e inibe o crescimento das células tumorais que expressam o EGFR. A quimioterapia adjuvante pode ser usada no pós-operatório para certas características tumorais não favoráveis (por exemplo, invasão angiolinfática ou perineural, disseminação extracapsular).[50]Lefebvre JL, Ang KK; Larynx Preservation Consensus Panel. Larynx preservation clinical trial design: key issues and recommendations: a consensus panel summary. Head Neck. 2009 Apr;31(4):429-41.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19283793?tool=bestpractice.com
A dissecção do pescoço é recomendada para os pacientes que se submetem à laringectomia previamente à radioterapia ou quimiorradioterapia adjuvantes. Uma revisão sistemática usando um ponto de corte de 5 para o número necessário para tratar forneceu recomendações sobre o nível de linfonodos apropriado para dissecção.[51]Tandon S, Munir N, Roland NJ, et al. A systematic review and number needed to treat analysis to guide the management of the neck in patients with squamous cell carcinoma of the head and neck. Auris Nasus Larynx. 2011 Dec;38(6):702-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21315526?tool=bestpractice.com
Tumores glóticos e supraglóticos: T3 (N0-N2c M0)
O tratamento dos tumores T3 (N0-N2c M0) envolve quimioterapia e radioterapia concomitantes ou cirurgia. Os pacientes com estadiamento N0-N2c M0 têm ausência de metástases em linfonodos regionais ou à distância (N0M0) ou metástases em linfonodos regionais ≤6 cm em tamanho, mas ausência de metástases à distância (N1M0, N2aM0, N2bM0 ou N2cM0). A laringectomia parcial ou a laringectomia total podem ser utilizadas a depender da localização e do tamanho do tumor; a laringectomia parcial permite a preservação da fala e da função de deglutição em casos altamente selecionados.[44]Thomas L, Drinnan M, Natesh B, et al. Open conservation partial laryngectomy for laryngeal cancer: a systematic review of English language literature. Cancer Treat Rev. 2012 May;38(3):203-11.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21764220?tool=bestpractice.com
A escolha entre cirurgia e quimiorradioterapia concomitante para pacientes com tumores T3 primários permanece controversa.[52]Chen AY, Halpern M. Factors predictive of survival in advanced laryngeal cancer. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2007 Dec;133(12):1270-6.
https://jamanetwork.com/journals/jamaotolaryngology/fullarticle/484903
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18086971?tool=bestpractice.com
[53]Department of Veterans Affairs Laryngeal Cancer Study Group. Induction chemotherapy plus radiation compared with surgery plus radiation in patients with advanced laryngeal cancer. N Engl J Med. 1991 Jun 13;324(24):1685-90.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2034244?tool=bestpractice.com
A quimiorradioterapia tem a vantagem de permitir uma melhor preservação da fala e da função de deglutição se a opção alternativa exigir uma laringectomia total. No entanto, um estudo de coorte observacional prospectivo de mais de 7000 pacientes do National Cancer Database constatou que, em pacientes com câncer laríngeo T3, aqueles tratados com quimiorradioterapia tiveram um aumento significativo do risco de morte comparados com os tratados com laringectomia total (razão de riscos = 1.18; P=0.03).[52]Chen AY, Halpern M. Factors predictive of survival in advanced laryngeal cancer. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2007 Dec;133(12):1270-6.
https://jamanetwork.com/journals/jamaotolaryngology/fullarticle/484903
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18086971?tool=bestpractice.com
Entretanto, foi demonstrado que o uso isolado de radiação é inferior às terapias acima mencionadas para tumores T3 e T4.[52]Chen AY, Halpern M. Factors predictive of survival in advanced laryngeal cancer. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2007 Dec;133(12):1270-6.
https://jamanetwork.com/journals/jamaotolaryngology/fullarticle/484903
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18086971?tool=bestpractice.com
[54]Bourhis JS, Martin LA, ly-Schveitzer NS, et al. Concomitant chemoradiotherapy versus acceleration of radiotherapy with or without concomitant chemotherapy in locally advanced head and neck carcinoma (GORTEC 99-02): an open-label phase 3 randomised trial. Lancet Oncology. 2012 Feb;13(2):145-53.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22261362?tool=bestpractice.com
[55]Ghadjar PS, Zimmermann FB. Concomitant cisplatin and hyperfractionated radiotherapy in locally advanced head and neck cancer: 10-year follow-up of a randomized phase III trial (SAKK 10/94). Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2012 Feb 1;82(2):524-31.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21300466?tool=bestpractice.com
A cisplatina (preferencial) ou a carboplatina podem ser administradas com ou sem fluoruracila.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Em casos de toxicidade excessiva, os pacientes podem ser tratados com o anticorpo monoclonal cetuximabe. A adição de cetuximabe à cisplatina em combinação com radiação não melhora o desfecho em comparação com radiação associada à cisplatina isoladamente.[56]Ang KK, Zhang Q, Rosenthal DI, et al. Randomized phase III trial of concurrent accelerated radiation plus cisplatin with or without cetuximab for stage III to IV head and neck carcinoma: RTOG 0522. J Clin Oncol. 2014 Sep 20;32(27):2940-50.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4162493
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25154822?tool=bestpractice.com
De maneira similar, a radiação fracionada alterada associada à cisplatina não oferece vantagem em relação à quimiorradiação com cisplatina.[57]Nguyen-Tan PF, Zhang Q, Ang KK, et al. Randomized phase III trial to test accelerated versus standard fractionation in combination with concurrent cisplatin for head and neck carcinomas in the Radiation Therapy Oncology Group 0129 trial: long-term report of efficacy and toxicity. J Clin Oncol. 2014 Dec 1;32(34):3858-66.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4239304
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25366680?tool=bestpractice.com
Outras opções de quimioterapia para tumores T3 a serem administradas simultaneamente com a radioterapia incluem:[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
[58]Kiyota N, Tahara M, Mizusawa J, et al. Weekly cisplatin plus radiation for postoperative head and neck cancer (JCOG1008): a multicenter, noninferiority, phase II/III randomized controlled trial. J Clin Oncol. 2022 Jun 20;40(18):1980-90.
https://ascopubs.org/doi/10.1200/JCO.21.01293
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35230884?tool=bestpractice.com
A dissecção do pescoço é recomendada para doença local persistente após quimiorradioterapia e em pacientes que se submetam à laringectomia com pescoço clinicamente positivo.[51]Tandon S, Munir N, Roland NJ, et al. A systematic review and number needed to treat analysis to guide the management of the neck in patients with squamous cell carcinoma of the head and neck. Auris Nasus Larynx. 2011 Dec;38(6):702-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21315526?tool=bestpractice.com
No entanto, o papel da dissecção do pescoço após quimiorradioterapia permanece controverso.[59]Wee JT, Anderson BO, Corry J, et al. Management of the neck after chemoradiotherapy for head and neck cancers in Asia: consensus statement from the Asian Oncology Summit 2009. Lancet Oncol. 2009 Nov;10(11):1086-92.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19880062?tool=bestpractice.com
A quimioterapia adjuvante pode ser usada no pós-operatório para certas características tumorais não favoráveis (por exemplo, margens positivas, linfonodos >4, disseminação extracapsular).[50]Lefebvre JL, Ang KK; Larynx Preservation Consensus Panel. Larynx preservation clinical trial design: key issues and recommendations: a consensus panel summary. Head Neck. 2009 Apr;31(4):429-41.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19283793?tool=bestpractice.com
Consulte o protocolo clínico especialista para obter mais informações sobre diretrizes de dosagens.
O controle locorregional e a preservação da laringe demonstraram ser melhores com a quimiorradiação concomitante em comparação com quimioterapia de indução seguida de radioterapia ou comparada com a radioterapia isoladamente.[60]Forastiere AA, Zhang Q, Weber RS, et al. Long-term results of RTOG 91-11: a comparison of three nonsurgical treatment strategies to preserve the larynx in patients with locally advanced larynx cancer. J Clin Oncol. 2013 Mar 1;31(7):845-52.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3577950
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23182993?tool=bestpractice.com
No entanto, a quimioterapia de indução, com manejo baseado na resposta, continua sendo uma opção para todos os cânceres glótico e supraglótico, exceto T1-T2 N0.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Tumores glóticos e supraglóticos: T4 ou N3 ou M1, adequados para tratamento definitivo
Pacientes com estadiamento N3 têm metástases em linfonodos regionais >6 cm. Pacientes com estadiamento M1 têm metástases à distância. O tratamento envolve quimioterapia e radioterapia concomitantes ou cirurgia. A dissecção do pescoço e radioterapia adjuvante (pós-operatória) também podem ser necessárias. Para a doença M1, a cirurgia geralmente não é o tratamento de primeira linha.
A quimiorradioterapia e a cirurgia são igualmente efetivas quando não há envolvimento de cartilagens. A laringectomia total é preferencial à quimioterapia e radioterapia concomitantes quando há envolvimento de cartilagens.[61]Hristov B, Bajaj GK. Radiotherapeutic management of laryngeal carcinoma. Otolaryngol Clin North Am. 2008 Aug;41(4):715-40.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18570955?tool=bestpractice.com
Em casos de invasão da cartilagem, margens positivas ou próximas, múltiplos linfonodos cervicais positivos ou extensão extracapsular da doença, é recomendada quimiorradioterapia adjuvante (pós-operatória). A dissecção do pescoço após quimiorradioterapia é recomendada para doença do pescoço persistente e em pacientes que se submeteram à laringectomia com pescoço clinicamente positivo.[51]Tandon S, Munir N, Roland NJ, et al. A systematic review and number needed to treat analysis to guide the management of the neck in patients with squamous cell carcinoma of the head and neck. Auris Nasus Larynx. 2011 Dec;38(6):702-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21315526?tool=bestpractice.com
No entanto, o papel da dissecção do pescoço após quimiorradioterapia em pescoço N0 permanece controverso.[59]Wee JT, Anderson BO, Corry J, et al. Management of the neck after chemoradiotherapy for head and neck cancers in Asia: consensus statement from the Asian Oncology Summit 2009. Lancet Oncol. 2009 Nov;10(11):1086-92.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19880062?tool=bestpractice.com
Foi demonstrado um bom controle local após laringectomia parcial por via aberta em pacientes com câncer laríngeo recorrente após radioterapia, embora a técnica não seja amplamente praticada nesse contexto.[62]Paleri V, Thomas L, Basavaiah N, et al. Oncologic outcomes of open conservation laryngectomy for radiorecurrent laryngeal carcinoma: a systematic review and meta-analysis of English-language literature. Cancer. 2011 Jun 15;117(12):2668-76.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21287526?tool=bestpractice.com
A escolha dos agentes quimioterápicos para pacientes em tratamento definitivo é a mesma que para os tumores T3.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
A quimiorradioterapia adjuvante pode ser usada no pós-operatório para certas características tumorais não favoráveis (por exemplo, invasão angiolinfática ou perineural, disseminação extracapsular).[50]Lefebvre JL, Ang KK; Larynx Preservation Consensus Panel. Larynx preservation clinical trial design: key issues and recommendations: a consensus panel summary. Head Neck. 2009 Apr;31(4):429-41.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19283793?tool=bestpractice.com
O esquema preferencial recomendado nas diretrizes americanas é a cisplatina em alta dose ou uma combinação de carboplatina associada a fluoruracila. Outros esquemas recomendados incluem cisplatina semanal ou carboplatina associada a paclitaxel. Além disso, as diretrizes americanas recomendam os seguintes esquemas como potencialmente úteis: uma combinação de fluoruracila associada a hidroxiureia; cetuximabe; ou uma combinação de cisplatina associada a fluoruracila ou paclitaxel.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Embora estudos mostrem que a radioterapia combinada com cetuximabe seja superior à radioterapia isoladamente, nenhum estudo controlado e randomizado comparou o uso de cetuximabe com cisplatina no câncer laríngeo.[63]Caudell JJ, Sawrie SM, Spencer SA, et al. Locoregionally advanced head and neck cancer treated with primary radiotherapy: a comparison of the addition of cetuximab or chemotherapy and the impact of protocol treatment. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2008 Jul 1;71(3):676-81.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18355979?tool=bestpractice.com
[64]Bonner JA, Harari PM, Giralt J, et al. Radiotherapy plus cetuximab for squamous-cell carcinoma of the head and neck. N Engl J Med. 2006 Feb 9;354(6):567-78.
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa053422#t=article
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16467544?tool=bestpractice.com
A imunoterapia com pembrolizumabe ou nivolumabe também pode ser recomendada para os pacientes com tumores irressecáveis.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
O controle locorregional e a preservação da laringe demonstraram ser melhores com a quimiorradiação concomitante em comparação com quimioterapia de indução seguida de radioterapia ou comparada com a radioterapia isoladamente.[60]Forastiere AA, Zhang Q, Weber RS, et al. Long-term results of RTOG 91-11: a comparison of three nonsurgical treatment strategies to preserve the larynx in patients with locally advanced larynx cancer. J Clin Oncol. 2013 Mar 1;31(7):845-52.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3577950
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23182993?tool=bestpractice.com
Alguns pacientes com metástases limitadas na apresentação inicial podem ser candidatos à cirurgia, quimioterapia e radioterapia concomitantes ou radioterapia isolada.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Alguns pacientes com tumores T4 irressecáveis, mas sem metástases, podem ser candidatos a quimioterapia e radioterapia concomitantes ou quimioterapia de indução seguida por radioterapia ou radioterapia isolada.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Se a capacidade funcional do paciente for desfavorável, ele pode receber radioterapia paliativa, terapia sistêmica com agente único, ou os melhores cuidados de suporte possíveis.[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Tumores glóticos e supraglóticos: T4 ou N3 ou M1, não adequados para tratamento definitivo, mas candidatos para terapia sistêmica
Os pacientes com doença irressecável ou metastática e sem opções de cirurgia ou radioterapia podem, no entanto, ser candidatos à terapia sistêmica. A capacidade funcional de um paciente pode limitar as opções sistêmicas disponíveis para ele. Aqueles com um escore mais alto do Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG) (ou seja, >2) terão que ponderar os riscos e benefícios da toxicidade do tratamento. Os esquemas terapêuticos de primeira linha recomendados pelas diretrizes americanas incluem:[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
[37]Yilmaz E, Ismaila N, Bauman JE, et al. Immunotherapy and biomarker testing in recurrent and metastatic head and neck cancers: ASCO guideline. J Clin Oncol. 2023 Feb 10;41(5):1132-46.
https://www.doi.org/10.1200/JCO.22.02328
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36521102?tool=bestpractice.com
Outros esquemas terapêuticos de primeira linha e linha subsequente recomendados incluem terapia combinada ou agentes únicos. As opções para terapia combinada incluem:[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Cetuximabe com um composto de platina (cisplatina ou carboplatina) e fluoruracila
Cisplatina com cetuximabe
Um composto de platina (cisplatina ou carboplatina) com docetaxel ou paclitaxel
Cisplatina com fluoruracila
Um composto de platina (cisplatina ou carboplatina) com docetaxel e cetuximabe
Um composto de platina (cisplatina ou carboplatina) com paclitaxel e cetuximabe
Pembrolizumabe com um composto de platina (cisplatina ou carboplatina) e docetaxel
Pembrolizumabe com um composto de platina (cisplatina ou carboplatina) e paclitaxel.
As opções de agente único incluem:[1]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: head and neck cancers [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Tumores subglóticos
Os tumores primários da subglote são extremamente raros, resultando em dados limitados e uma ausência de diretrizes gerais. O tratamento desses tumores deve ser discutido em um conselho multidisciplinar de tumores e pode ser tratado com quimiorradiação ou por laringectomia total e cirurgia com dissecção do pescoço (incluindo tireoidectomia) seguida por radioterapia com ou sem quimioterapia.
Tratamento não é eficaz ou apropriado
Os pacientes para os quais nenhuma opção de tratamento tiver sido efetiva ou que não forem candidatos à terapia devem receber cuidados de suporte.
A quimioterapia pode ser usada em terapia combinada ou como agentes únicos em circunstâncias paliativas. Além disso, os pacientes com câncer avançado que não são candidatos à quimioterapia sistêmica podem, no entanto, se beneficiar da imunoterapia ou de terapias direcionadas a moléculas, que podem aliviar os sintomas e/ou melhorar a qualidade de vida com menos efeitos adversos do que a quimioterapia citotóxica.[65]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: palliative care [internet publication].
https://www.nccn.org
Recorrência
O exame físico, incluindo laringoscopia, é o mais importante para detectar a recorrência.
Exames de imagem e exames físicos são vitais quando há suspeita de recorrência ou persistência do câncer. Várias modalidades de imagem estão disponíveis, mas todas requerem biópsia para um resultado definitivo.[66]Brouwer J, Hooft L, Hoekstra OS, et al. Systematic review: accuracy of imaging tests in the diagnosis of recurrent laryngeal carcinoma after radiotherapy. Head Neck. 2008 Jul;30(7):889-97.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18213716?tool=bestpractice.com
A cirurgia de resgate é o padrão de tratamento em pacientes com doença recorrente considerada ressecável e que são elegíveis clinicamente para cirurgia.[67]American College of Radiology. ACR Appropriateness Criteria: retreatment of recurrent head and neck cancer after prior definitive radiation. 2014 [internet publication].
https://acsearch.acr.org/docs/69506/Narrative
A re-irradiação pós-operatória pode ser considerada. Nos pacientes re-irradiados com objetivo de cura, geralmente é adicionada quimioterapia ou imunoterapia.[37]Yilmaz E, Ismaila N, Bauman JE, et al. Immunotherapy and biomarker testing in recurrent and metastatic head and neck cancers: ASCO guideline. J Clin Oncol. 2023 Feb 10;41(5):1132-46.
https://www.doi.org/10.1200/JCO.22.02328
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36521102?tool=bestpractice.com
[67]American College of Radiology. ACR Appropriateness Criteria: retreatment of recurrent head and neck cancer after prior definitive radiation. 2014 [internet publication].
https://acsearch.acr.org/docs/69506/Narrative