Etiologia

Há evidências contundentes de que o tabagismo aumenta o risco de câncer laríngeo.[12]​ Pessoas que fumam >30 cigarros por dia têm um risco 7 vezes maior de desenvolver câncer laríngeo, em comparação com pessoas que nunca fumaram.[12]​ O risco relativo do câncer laríngeo é superior a 10 para as pessoas com mais de 40 anos de tabagismo, em comparação com pessoas que nunca fumaram.[13]​ Sessenta e três por cento das mortes por câncer laríngeo são atribuíveis ao tabagismo.[5]

O consumo de bebidas alcoólicas é um fator de risco para câncer laríngeo.[13] Os riscos relativos de câncer laríngeo são de 1.38 para pessoas que consomem o equivalente a duas latas de 12 onças líquidas (355 mL) de cerveja por dia e de 3.95 para oito latas de 12 onças líquidas (intervalo de confiança [IC] de 95%).[14]

A combinação de tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas tem um efeito multiplicador sobre o risco de câncer laríngeo.[13][15] Os riscos relativos estimados variam de 8.0 a >100.0.[13]

A DRGE está associada a um risco 2 a 3 vezes maior de desenvolvimento de câncer laríngeo.[16][17]​ O refluxo biliar alcalino em pacientes com acloridria submetidos a gastrectomias pode aumentar o risco de lesões malignas da laringe.[18] Os pacientes podem ter uma história remota de radioterapia no pescoço.[19]​ A displasia das pregas vocais está associada ao desenvolvimento de câncer laríngeo.[20][21][22]

Pode haver uma predisposição genética. Um estudo tipo caso-controle relatou um risco 3.8 vezes maior de câncer laríngeo em pessoas com histórico familiar de câncer laríngeo em um parente de primeiro grau.[23]​ As taxas de aberração cromossômica e expressão de sítios frágeis foram mais elevadas em pacientes com neoplasias de cabeça e pescoço e em seus parentes de primeiro grau que em um grupo-controle.[24]​ Uma mutação no gene supressor de tumor p16 foi identificada em uma família com alta incidência de neoplasias de cabeça e pescoço.[25]

Fisiopatologia

O câncer laríngeo surge do acúmulo progressivo de alterações genéticas que levam à seleção de uma população clonal de células transformadas.[26]​ As neoplasias de cabeça e pescoço (incluindo o câncer laríngeo) podem demandar mais alterações genéticas no seu desenvolvimento que outros tumores sólidos, o que explica, assim, o período frequentemente longo (20-25 anos) de latência após a exposição inicial à toxina.[27] A carcinogênese é induzida por danos, mutações e aduções do ácido desoxirribonucleico (DNA).[26]

O papilomavírus humano (HPV) foi bem descrito na patogênese do câncer orofaríngeo, mas seu papel no câncer laríngeo é menos claro. A infecção por HPV é detectada em 28% dos casos de câncer laríngeo, e está associada a um aumento de 5 vezes no risco de câncer de células escamosas da laringe.[28]

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal