Epidemiologia

A asma ocupacional (AO) é a doença respiratória ocupacional mais comum em vários países desenvolvidos.[5] A análise de estudos populacionais longitudinais indicou que 16.3% da asma de início adulto é causada por exposições ocupacionais.[6] Outras estimativas variam de 3% a 29% da asma adulta. Em países que estão passando por rápida industrialização, como China e África do Sul, uma proporção similar (13% a 15%) de asma é atribuída às exposições ocupacionais.[7] Em países menos industrializados, como a Zâmbia, estima-se que essa proporção seja mais baixa (cerca de 6%). Estudos populacionais também indicam uma associação entre exposição ocupacional a agentes causadores da asma e asma não controlada com início na idade adulta, em particular com exposição em longo prazo.[8]

A incidência estimada da AO varia conforme o país. Por exemplo, nos EUA, calcula-se que seja de 3 a 18 pessoas em um milhão por ano. No Reino Unido, estima-se que seja de 20 a 40 em um milhão por ano, enquanto na Finlândia é de 187 por milhão por ano.[9][10][11] As diferenças podem se relacionar à variabilidade das indústrias locais, aos critérios de diagnóstico e às fontes usadas para gerar dados, como fontes de indenização trabalhistas, programas de vigilância ou estudos populacionais. Na Europa, houve um declínio notável na incidência de AO desde 2000, com a maior parte da diminuição ocorrendo antes de 2007.[12] Isto deve-se provavelmente a iniciativas estratégicas europeias que visam reduzir as exposições relevantes para a asma. Foi realizado um estudo prospectivo de 6837 participantes, que não apresentavam sintomas respiratórios ou história de asma no momento do primeiro estudo, para investigar o risco de asma de início adulto associado a exposições ocupacionais.[10] A asma foi avaliada pelo teste de provocação de metacolina e um questionário de sintomas de asma. O estudo identificou de 250 a 300 novos casos anuais de AO em um milhão de trabalhadores. Os achados desse grande estudo prospectivo sugerem que a verdadeira incidência de AO pode ser maior que a revelada atualmente.

O risco de AO depende da ocupação e da exposição. As ocupações de risco mais relatadas incluem profissionais de tecnologia de saúde animal, padeiros, pintores de automóveis, carpinteiros e faxineiros.[9][11][13][14]​ No mundo todo, as causas mais comuns são os di-isocianatos e a farinha.[15][16]​ Na costa oeste da América do Norte, a exposição à tuia-gigante é uma causa importante.[17] No setor da indústria de saúde, o látex foi um importante agente causador de asma, embora os riscos tenham diminuído com mudanças nas luvas e uso de luvas para reduzir a exposição.[18] Os relatórios indicam que a produção de maconha (cannabis) pode estar associada a sintomas do trato respiratório, incluindo AO.[19][20]

A distribuição de sexo da AO deve-se basicamente a diferenças de empregos específicos e, portanto, ao tipo de exposição.[21] As mulheres mencionam uma exposição maior a produtos de limpeza, tecidos e agentes biológicos que os homens, o que pode ser relevante para a AO e para a asma exacerbada pelo trabalho. Entretanto, nos homens, há registro de aumento do risco de asma associado à farinha e a fumos de soldagem.

A AO induzida por agentes sensibilizantes é reconhecida como responsável por uma proporção significativamente maior de todos os casos de AO que a AO induzida por irritantes. Em alguns estudos, cerca de 90% de toda AO é atribuída à AO induzida por agentes sensibilizantes.

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