Novos tratamentos

Formulações mais recentes de glucagon

Formulações mais recentes de glucagon estão disponíveis em alguns países. Essas formulações são mais fáceis de usar em emergências hipoglicêmicas em comparação com a formulação tradicional, a qual requer várias etapas para sua reconstituição. Um dispositivo de inalação de pó intranasal foi aprovado nos EUA e na Europa para o tratamento da hipoglicemia grave em pacientes adultos e pediátricos com idade igual ou superior a 4 anos com diabetes. Uma caneta autoinjetora subcutânea pré-preenchida foi aprovada nos EUA e na Europa para o tratamento de hipoglicemia grave em pacientes adultos e pediátricos com 2 anos de idade ou mais com diabetes. Um autoinjetor subcutâneo pré-preenchido contendo o análogo do glucagon dasiglucagon foi aprovado nos EUA para o tratamento de hipoglicemia grave em pacientes adultos e pediátricos com 6 anos ou mais de idade com diabetes. O dasiglucagon tem uma vida útil de 36 meses em temperatura refrigerada e é estável por até 12 meses à temperatura ambiente. Até o momento, não há dados sobre o uso dessas novas formulações no ambiente hospitalar, e essas opções estão atualmente limitadas ao uso ambulatorial. No entanto, o início da ação e a eficácia no tratamento da hipoglicemia não são inferiores aos do kit de resgate de glucagon mais tradicional.[48][49]

Monitoramento contínuo de glicose e bombas de insulina

Vários dispositivos de monitorização contínua de glicose (SMCG) foram aprovados para uso hospitalar na Europa (a maioria usa amostras de glicose por via intravascular e um por via subcutânea) e nos EUA (via intravascular). A glicose sanguínea capilar por punção digital tem sido o padrão para monitoramento em pacientes hospitalizados, mas pesquisas têm analisado se os SMCG ambulatoriais podem ser apropriados em pacientes hospitalizados não criticamente enfermos. Os estudos iniciais com um dispositivo sugerem que seu uso pode auxiliar na redução da hiperglicemia e da hipoglicemia fora do cenário da terapia intensiva.[50] O uso do sistema de monitoramento contínuo da glicose (SMCG) em tempo real demonstrou reduzir a incidência de hipoglicemia, mas potencialmente aumenta a carga de trabalho da enfermagem.[32] Com a pandemia da doença do coronavírus (COVID-19), houve um uso crescente de dispositivos de SMCG nos ambientes hospitalares. Dados de pacientes hospitalizados sugeriram que os dispositivos de SMCG têm acurácia em muitos cenários, similar ao teste da glicose sanguínea por punção digital no local de atendimento, com vantagens que incluem uma melhor detecção e prevenção de eventos hipo e hiperglicêmicos.[51][52][53][54]​ A The Endocrine Society recomenda que pacientes hospitalizados selecionados com alto risco de hipoglicemia e adultos com diabetes tratados com insulina, hospitalizados por doença não crítica e que apresentam alto risco de hipoglicemia, devem realizar SMCG em tempo real com monitoramento confirmatório da glicose sanguínea à beira do leito no local de atendimento para ajustes na dosagem de insulina, em vez de apenas testes de glicemia no local de atendimento. O uso de SMCG aumenta a detecção de eventos hipoglicêmicos.[4]​​​​[55]​​​​ Se o SMCG não estiver disponível, o monitoramento pode ser mantido com testes de glicose sanguínea no local de atendimento como alternativa.[4]​​​ Os exemplos de pacientes com alto risco de hipoglicemia incluem indivíduos com mais de 65 anos, pacientes com diabetes do tipo 1 que frequentemente apresentam controle glicêmico variável, pacientes que necessitam de corticosteroide em altas doses ou nutrição parenteral/enteral e aqueles com comorbidades que possam aumentar ainda mais o risco.[55]​ A American Diabetes Association (ADA) recomenda o uso continuado do SMCG no hospital, juntamente com testes confirmatórios no local de atendimento, em locais onde recursos e treinamento apropriados estejam disponíveis.[1]​ Da mesma forma, o uso contínuo de bombas de insulina de circuito fechado é incentivado para uso em pacientes hospitalizados tanto pela ADA quanto pela Endocrine Society, quando um indivíduo pode controlar o dispositivo de forma independente e as circunstâncias clínicas não tornam seu uso inseguro.[1][55]

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