Prevenção primária

A prevenção primária é possível em virtude dos agentes antifúngicos bem tolerados e eficazes disponíveis. A profilaxia antifúngica sistêmica demonstrou reduzir o risco de infecções invasivas por Candida em pacientes neutropênicos, embora a mortalidade geral não seja afetada.[18][19]​ Antifúngicos profiláticos são recomendados em pacientes com alto risco de candidíase invasiva (geralmente definida como >10% de incidência da doença). Um cenário comum é o de pacientes com neutropenia induzida por quimioterapia com probabilidade de persistir por mais de 7 dias. Demonstrou-se que o fluconazol e o voriconazol são altamente eficazes, particularmente em pacientes submetidos a transplante de células-tronco hematopoéticas.[20][21]​ O fluconazol é amplamente usado em pacientes neutropênicos e no pós-operatório de pacientes submetidos a transplante de órgãos sólidos com risco de desenvolver candidíase invasiva. Para pacientes com mielodisplasia e com neutropenia em longo prazo, o fluconazol pode ser inadequado para a prevenção de doença fúngica invasiva (por exemplo, aspergilose). Os agentes ativados por fungos alternativos, como o posaconazol, voriconazol ou uma equinocandina, podem ser utilizados para profilaxia em pacientes com neutropenia grave mais prolongada e em risco de infecções fúngicas. A neutropenia de duração mais curta não merece profilaxia já que o risco de candidíase invasiva é mais baixo.

Uma questão fundamental em pacientes de unidades de terapia intensiva (UTI) não transplantados é identificar os que apresentam maior risco e que se beneficiariam ao máximo de um regime profilático. Em UTIs com altas taxas de candidíase invasiva (>5%), a profilaxia com fluconazol ou equinocandina pode ser considerada para pacientes de alto risco, mas faltam dados robustos para apoiar melhores resultados clínicos.[22]​ O uso de profilaxia antifúngica deve ser ponderado contra o risco teórico de promover resistência antifúngica.

Os fatores de risco modificáveis também devem ser abordados nos níveis do paciente e da instituição. A adesão a fortes práticas de prevenção de infecções e administração de antibióticos pode mitigar alguns dos riscos associados à candidíase invasiva. Os exemplos incluem minimizar o uso de dispositivos invasivos, particularmente  cateteres venosos centrais, manter o cuidado adequado dos cateteres e evitar o uso desnecessário de antibacterianos.[23]

Aconselha-se que os hospitais instituam medidas específicas de controle da infecção mediante o isolamento da Candida auris. Estas medidas incluem: precauções de contato, muitas vezes por períodos prolongados ou indefinidamente se persistir a colonização; o uso de equipamentos dedicados ao paciente; e a limpeza e a desinfecção do ambiente de atendimento ao paciente com produtos que constem na Lista P da Environmental Protection Agency dos EUA (eficazes contra Candida auris) ou na Lista K (eficazes contra esporos de Clostridium difficile) se os itens da Lista P não estiverem disponíveis, já que os desinfetantes convencionais podem não erradicar o organismo.[16][24]

Prevenção secundária

Recomenda-se o uso ideal de cateteres intravasculares, principalmente quando estiverem disponíveis alternativas terapêuticas por via oral, e o uso desnecessário de nutrição parenteral total deve ser evitado.

Antifúngicos profiláticos constituem o padrão de cuidados e são usados rotineiramente em pacientes com neutropenia com probabilidade de se estender por mais de 7 dias. É amplamente usada a administração de 400 mg por via oral de fluconazol uma vez ao dia. A neutropenia de duração mais curta não merece profilaxia. Pacientes que apresentam neutropenia grave mais prolongada e risco de infecções por fungos têm menos episódios de infecções fúngicas invasivas com o uso de profilaxia com posaconazol por via oral.

A profilaxia com medicamentos antifúngicos em pacientes não neutropênicos, geralmente na unidade de terapia intensiva cirúrgica, não é rotineira e permanece altamente controversa. Apenas nos pacientes de UTI com múltiplos fatores predisponentes e, portanto, com risco substancial de candidíase invasiva (risco >5%), deverá ser considerada para profilaxia.[67]

Aconselha-se que os hospitais instituam medidas específicas de controle da infecção mediante o isolamento da Candida auris. Estas incluem precauções de contato, muitas vezes por períodos prolongados, se persistir a colonização, e a limpeza e a desinfecção do ambiente de atendimento ao paciente com produtos eficazes contra esporos de Clostridium difficile, já que os desinfetantes convencionais podem não erradicar o organismo.[68]

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