Abordagem
O diagnóstico é geralmente clínico. Porém, os achados muitas vezes mimetizam aqueles observados em outros estados patológicos; portanto, pode ser necessário excluir outras doenças.
Fenótipos de diagnóstico
O diagnóstico de rosácea pode ser considerado na presença de 1 dos seguintes sinais cutâneos diagnósticos:[1]
Eritema centrofacial fixo. As pessoas com tipos de pele Fitzpatrick I a IV têm uma história proeminente de rubor e vermelhidão, e geralmente apresentam vermelhidão persistente da pele do rosto. Nos pacientes com pele tipo V ou VI, pode ser difícil detectar o eritema, e as pápulas e pústulas podem ser os primeiros sinais claramente visíveis de rosácea.
Mudanças fimatosas. Podem incluir folículos patulosos, espessamento cutâneo ou fibrose, hiperplasia glandular e uma aparência bulbosa. A forma mais comum é a rinofima, mas podem ocorrer outras formas.
Principais fenótipos
Sem um fenótipo de diagnóstico, a presença de 2 ou mais características principais pode ser considerada diagnóstica.[1] Os principais fenótipos incluem:
Pápulas e pústulas. A presença de pápulas vermelhas em forma de domo na testa, áreas malares, nariz e queixo, com ou sem pústulas, e frequentemente em grupos, é característica da doença. Também podem ocorrer nódulos. Embora pacientes com acne concomitante possam apresentar comedão, o comedão deve ser considerado parte de um processo de acne sem relação com a rosácea; isso foi respaldado por análises de transcriptomas no acne e rosácea.
Rubor. Uma história de rubor ou vermelhidão frequente é comum nas pessoas com tipos de pele Fitzpatrick I a IV. Na rosácea, ao contrário de outras alterações eritematosas, o rubor pode aparecer após segundos ou minutos, em resposta a um estímulo neurovascular causado por fatores desencadeantes.
Telangiectasia. As telangiectasias são sinais comuns de rosácea e são predominantemente centrofaciais nas pessoas com pele tipo I a IV de Fitzpatrick. Elas raramente são observadas nas pessoas com pele tipo V ou VI; um dermatoscópio pode auxiliar na detecção de telangiectasias nesses pacientes.
Manifestações oculares. A rosácea ocular pode ocorrer em quadros de doença dermatológica leve, moderada ou grave e também pode aparecer na ausência de manifestações dermatológicas diagnósticas. Os sinais oculares que sugerem fortemente rosácea ocular incluem telangiectasias na margem da pálpebra, hiperemia conjuntival interpalpebral, infiltrados em forma de espada na córnea e esclerite e escleroceratite. Os achados oculares são a apresentação inicial em até 20% dos pacientes, alguns dos quais podem nunca progredir para outros fenótipos.[16]
A história pessoal, história medicamentosa e o exame físico completo são úteis para o médico descartar outras entidades no possível diagnóstico diferencial, como lúpus eritematoso, rosácea induzida por corticosteroide ou eczema seborreico.
Sinais e sintomas secundários
Os sinais e sintomas secundários podem aparecer com 1 ou mais diagnósticos ou com os principais fenótipos e podem incluir o seguinte:[1]
Queimação ou ardência. Normalmente, pode ocorrer sensação de queimação ou ardência na pele eritematosa sem descamação, embora a descamação também possa ocorrer, principalmente na pele da região malar.
Edema. O edema facial pode acompanhar ou aparecer após um episódio prolongado de eritema ou rubor. Algumas vezes o edema dos tecidos moles pode durar dias ou ser agravado por alterações inflamatórias. O edema facial sólido (edema persistente, duro e não depressível) pode ocorrer com a rosácea, geralmente (mas nem sempre) como sequela de pápulas e pústulas.
Aparência ressecada. A pele da região central do rosto pode ficar áspera e escamosa, como uma pele seca, e sugere dermatite eczematosa, e frequentemente a rosácea pode incluir a coexistência de dermatite seborreica. Essa "aparência ressecada" pode estar associada às sensações de queimação ou ardência e pode ser causada por uma irritação, em vez da doença.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: RinofimaCortesia do Dr. Richard Allen Johnson (MD, CM. Harvard Medical School); usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Rosácea com eritema, pápulas e pústulas.Cortesia do Dr. Richard Allen Johnson (MD, CM. Harvard Medical School); usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Rosácea ocular e rinofimaCortesia do Dr. Richard Allen Johnson (MD, CM. Harvard Medical School); usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Rosácea ocular apresentando-se como calázioCortesia do Dr. Richard Allen Johnson (MD, CM. Harvard Medical School); usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Rosácea fulminanteCortesia do Dr. Richard Allen Johnson (MD, CM. Harvard Medical School); usado com permissão [Citation ends].
Estágios clínicos
A rosácea é um distúrbio progressivo que geralmente avança de estágio em estágio caso não seja tratado. Há 4 estágios básicos:
Estágio 1: rubor (eritema transitório, pré-rosácea)
Uma história de rubor frequente é comum. O eritema pode durar de horas a dias.[1]
Estágio 2: eritema persistente
O sinal mais comum é vermelhidão cutânea incessante.[1]
Estágio 3: pápulas e pústulas
A presença de pápulas vermelhas em forma de domo na testa, áreas malares, nariz e queixo, com ou sem pústulas, e frequentemente em grupos, é característica da doença. As pápulas não costumam ser sensíveis e não estão associadas à cicatrização. Também podem ocorrer nódulos.[1]
Embora alguns pacientes com rosácea também possam exibir características de acne, incluindo comedões, não se deve relacionar essas características à rosácea.[1]
Estágio 4: telangiectasias
A presença de telangiectasias é comum, mas não é necessária para o diagnóstico.[1]
Investigações
Considere investigações para descartar outras afecções. Elas podem incluir um título de fator antinuclear, se houver suspeita de lúpus eritematoso sistêmico ou outra doença do tecido conjuntivo, ou uma biópsia de pele para descartar afecções como sarcoidose e mastocitose.
A rosácea é caracterizada por diversas características histopatológicas durante a biópsia da pele que são inespecíficas:
Telangiectasias: muitas vezes proeminentes, com um infiltrado de linfócitos perivascular e perifolicular
Ácaros demodex: podem estar presentes no folículo piloso, às vezes em número aumentado em indivíduos com rosácea, comparados a indivíduos sem rosácea (embora não haja ligação causal comprovada)
Plasmócitos: geralmente, há um pequeno número de células presente.
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