Critérios
Índice de choque[59]
Demonstrou-se que o índice de choque (SI), definido como a razão entre a frequência cardíaca (em batimentos por minuto) e a pressão arterial sistólica (em mmHg), é um método à beira do leito clinicamente útil para estimar o nível de choque e mortalidade em possíveis estados de choque hemorrágico e relacionado a infecção. A faixa de variação do SI é 0.5 a 0.7. Um SI >1.0 foi associado a choque significativo e desfecho desfavorável por causa de insuficiência circulatória. Idade avançada, hipertensão e tratamento atual com bloqueadores dos canais de cálcio ou betabloqueadores podem enfraquecer a associação de SI com choque e mortalidade.[59]
Ferramentas de rastreamento de sepse
As ferramentas de rastreamento da sepse são desenvolvidas para promover a identificação precoce da sepse. Elas consistem em métodos manuais ou no uso automatizado do prontuário eletrônico (EHR), o que inclui o National Early Warning Score (NEWS), o Modified Early Warning Score (MEWS) e o Quick Sequential Organ Failure Score (qSOFA). Há grande variação na acurácia diagnóstica dessas ferramentas, mas elas são um componente importante na identificação precoce da sepse para intervenção oportuna.[2]
Os escores de alerta precoce são baseados em vários parâmetros fisiológicos, nos quais, quanto maior for o desvio do normal, maior será o escore. Cada parâmetro é avaliado individualmente e, em seguida, o escore final é agregado.
O NEWS é baseado na avaliação de seis parâmetros individuais, cada um dos quais recebe um escore de 0 a 3. Os parâmetros são: frequência respiratória, saturação de oxigênio, temperatura, pressão arterial, frequência cardíaca e nível de consciência. O escore agregado do NEWS2 aciona o nível de resposta necessário, incluindo a experiência do tomador de decisão clínica, a urgência da revisão e o local de atendimento mais apropriado. Um escore agregado de ≥7 apresenta um risco significativo de mortalidade, razão pela qual deve estimular uma avaliação de emergência por parte de um especialista em cuidados intensivos e transferência a uma unidade semi-intensiva para o monitoramento contínuo dos sinais vitais.[24]
O MEWS baseia-se em cinco parâmetros fisiológicos (pressão arterial sistólica, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura; e escore de alerta, voz, dor e ausência de resposta clínica [escore AVPU]).[60] Escores de 5 ou mais estão associados a maior risco de morte, internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e internação em unidade de alta dependência de cuidados (UADC). Identifica pacientes em risco de deterioração que necessitam de níveis aumentados de cuidados na UADC ou UTI.[60]
O qSOFA usa três variáveis para predizer morte e permanência prolongada na UTI em pacientes com sepse conhecida ou suspeita: Escala de coma de Glasgow <15, frequência respiratória ≥22 respirações/minuto e pressão arterial sistólica ≤100 mmHg. Quando quaisquer duas dessas variáveis estão presentes simultaneamente, o paciente é considerado qSOFA positivo.
Estudos mostraram que o qSOFA é mais específico, mas menos sensível do que ter dois dos quatro critérios da Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS) para identificação precoce de disfunção orgânica induzida por infecção.[2] Nem os SRIS nem o qSOFA são ferramentas de rastreamento ideais para a sepse, e o clínico à beira do leito deve entender as limitações de cada um.[2] Embora a presença de um qSOFA positivo deva alertar o médico sobre a possibilidade de sepse em todos os cenários de recursos, sua baixa sensibilidade levou a Surviving Sepsis Campaign a não recomendar o uso do qSOFA, em comparação com o EAPN ou o EAPM, como uma única ferramenta de rastreamento para a sepse ou choque séptico.[2]
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