Síndrome neuroléptica maligna
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
episódio inicial
supressão de medicamentos antipsicóticos
Se houver suspeita de síndrome neuroléptica maligna (SNM), os antagonistas dopaminérgicos e os antipsicóticos devem ser suprimidos, e os agonistas dopaminérgicos devem ser restabelecidos ou continuados. Pode haver a necessidade de suprimir outros medicamentos potencialmente agravantes (por exemplo, lítio).[3]Caroff SN, Mann SC. Neuroleptic malignant syndrome. Med Clin North Am. 1993 Jan;77(1):185-202. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8093494?tool=bestpractice.com [9]Stevens DL. Association between selective serotonin-reuptake inhibitors, second-generation antipsychotics, and neuroleptic malignant syndrome. Ann Pharmacother. 2008 Sep;42(9):1290-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18628446?tool=bestpractice.com
Se os sintomas psiquiátricos do paciente exigirem a retomada do medicamento antipsicótico, aconselha-se aguardar pelo menos 2 semanas após a resolução completa do episódio de SNM.[52]Velamoor VR. Neuroleptic malignant syndrome. Recognition, prevention and management. Drug Saf. 1998 Jul;19(1):73-82. https://www.doi.org/10.2165/00002018-199819010-00006 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9673859?tool=bestpractice.com
terapia de suporte
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A maioria dos pacientes está desidratada na fase aguda da doença; portanto, a administração de fluidos e o monitoramento e a correção de anormalidades eletrolíticas são essenciais. No caso de ocorrência de rabdomiólise, recomenda-se uma hidratação vigorosa com fluidoterapia intravenosa para prevenir uma lesão renal aguda.
A hipertermia pode ser tratada com medidas físicas de resfriamento; antipiréticos como o paracetamol e o ibuprofeno não parecem ser eficazes na SNM.
Os pacientes com disfagia podem requerer uma sonda nasogástrica para a administração de fluidos, nutrição e terapia farmacológica.[3]Caroff SN, Mann SC. Neuroleptic malignant syndrome. Med Clin North Am. 1993 Jan;77(1):185-202. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8093494?tool=bestpractice.com
terapia farmacológica
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Não há evidências suficientes que indiquem se os tratamentos farmacológicos melhoram os sintomas ou a recuperação. Não há recomendações específicas sobre a sequência ou a preferência de um medicamento em detrimento de outro, exceto que os benzodiazepínicos são geralmente preferidos como um tratamento de primeira linha devido ao seu baixo risco em comparação à bromocriptina e ao dantroleno.
Benzodiazepínicos: lorazepam por via oral ou por via intravenosa pode ser útil no tratamento da agitação e catatonia associadas à SNM. Ele também funciona como um relaxante muscular. Os efeitos adversos incluem depressão respiratória e/ou o agravamento do delirium.[2]Buckley P, Adityanjee M, Sajatovic M. Neuroleptic malignant syndrome. In: Katirji B, Kaminski HJ, Preston DC, et al, eds. Neuromuscular disorders in clinical practice. Boston, MA: Butterworth-Heinemann; 2002:1264-1275.
Relaxantes musculares: o dantroleno administrado por via oral ou por via intravenosa pode auxiliar na resolução da rigidez muscular e da hipertermia associadas à SNM.[48]Perry PJ, Wilborn CA. Serotonin syndrome vs neuroleptic malignant syndrome: a contrast of causes, diagnoses, and management. Ann Clin Psychiatry. 2012 May;24(2):155-62. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22563571?tool=bestpractice.com Entretanto, alguns estudos mostram que a combinação de dantroleno com outros medicamentos para o tratamento da SNM está associada ao retardo da recuperação clínica; portanto, seu uso é algo controverso.[38]Reulbach U, Dütsch C, Biermann T, et al. Managing an effective treatment for neuroleptic malignant syndrome. Crit Care. 2007;11:R4. http://ccforum.biomedcentral.com/articles/10.1186/cc5148 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17222339?tool=bestpractice.com [53]Rosebush PI, Stewart T, Mazurek MF. The treatment of neuroleptic malignant syndrome. Br J Psychiatry. 1991 Nov;159:709-12. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1843801?tool=bestpractice.com
Agentes dopaminérgicos: a bromocriptina e a amantadina são especialmente úteis se a SNM foi causada pela supressão de medicamentos antiparkinsonianos. Elas são administradas por via oral ou por uma sonda nasogástrica em pacientes com disfagia.[2]Buckley P, Adityanjee M, Sajatovic M. Neuroleptic malignant syndrome. In: Katirji B, Kaminski HJ, Preston DC, et al, eds. Neuromuscular disorders in clinical practice. Boston, MA: Butterworth-Heinemann; 2002:1264-1275.[3]Caroff SN, Mann SC. Neuroleptic malignant syndrome. Med Clin North Am. 1993 Jan;77(1):185-202. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8093494?tool=bestpractice.com [18]Takubo H, Harada T, Hashimoto T, et al. A collaborative study on the malignant syndrome in Parkinson's disease and related disorders. Parkinsonism Relat Disord. 2003;9(suppl 1):S31-S41. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12735913?tool=bestpractice.com Entretanto, assim como o dantroleno, as evidências sobre um efeito benéfico na SNM são equívocas, e o seu uso também é controverso.[38]Reulbach U, Dütsch C, Biermann T, et al. Managing an effective treatment for neuroleptic malignant syndrome. Crit Care. 2007;11:R4. http://ccforum.biomedcentral.com/articles/10.1186/cc5148 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17222339?tool=bestpractice.com [53]Rosebush PI, Stewart T, Mazurek MF. The treatment of neuroleptic malignant syndrome. Br J Psychiatry. 1991 Nov;159:709-12. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1843801?tool=bestpractice.com
O dantroleno, a bromocriptina e a amantadina são frequentemente usados no tratamento da SNM, apesar das evidências limitadas sobre sua efetividade.[1]Strawn JR, Keck PE Jr, Caroff SN. Neuroleptic malignant syndrome. Am J Psychiatry. 2007 Jun;164(6):870-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17541044?tool=bestpractice.com [37]Mall GD, Hake L, Benjamin AB, et al. Catatonia and mild neuroleptic malignant syndrome after initiation of long-acting injectable risperidone: case report. J Clin Psychopharmacol. 2008 Oct;28(5):572-3. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18794658?tool=bestpractice.com [38]Reulbach U, Dütsch C, Biermann T, et al. Managing an effective treatment for neuroleptic malignant syndrome. Crit Care. 2007;11:R4. http://ccforum.biomedcentral.com/articles/10.1186/cc5148 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17222339?tool=bestpractice.com Uma análise sistemática de série de casos sugere que dantroleno e bromocriptina podem ser mais eficazes no tratamento da SNM grave que os cuidados de suporte isolados.[54]Kuhlwilm L, Schönfeldt-Lecuona C, Gahr M, et al. The neuroleptic malignant syndrome-a systematic case series analysis focusing on therapy regimes and outcome. Acta Psychiatr Scand. 2020 Sep;142(3):233-41. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/acps.13215 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32659853?tool=bestpractice.com
Recomenda-se cautela no uso de medicamentos em associação à SNM. Tendo como base vários relatos anedóticos, aconselha-se, em geral, a continuação do tratamento com esses medicamentos até que o episódio da SNM remita, e possivelmente por mais tempo (por exemplo, 7-10 dias adicionais), já que a SNM pode retornar se os tratamentos eficazes forem interrompidos precocemente.
Opções primárias
lorazepam: 1-4 mg por via oral/intravenosa em dose única
Opções secundárias
dantroleno: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
bromocriptina: 2.5 a 5 mg por via oral três vezes ao dia
ou
amantadina: 200-400 mg/dia por via oral administrados em 2 doses fracionadas
eletroconvulsoterapia
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Relatos de casos e uma análise sistemática de série de casos sugerem que a eletroconvulsoterapia (ECT) pode ser eficaz no tratamento da SNM (principalmente se for grave), mesmo após o insucesso da farmacoterapia.[54]Kuhlwilm L, Schönfeldt-Lecuona C, Gahr M, et al. The neuroleptic malignant syndrome-a systematic case series analysis focusing on therapy regimes and outcome. Acta Psychiatr Scand. 2020 Sep;142(3):233-41. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/acps.13215 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32659853?tool=bestpractice.com [55]Trollor JN, Sachdev PS. Electroconvulsive treatment of neuroleptic malignant syndrome: a review and report of cases. Aust N Z J Psychiatry. 1999 Oct;33(5):650-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10544988?tool=bestpractice.com [56]Ozer F, Meral H, Aydin B, et al. Electroconvulsive therapy in drug-induced psychiatric states and neuroleptic malignant syndrome. J ECT. 2005 Jun;21(2):125-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15905757?tool=bestpractice.com [57]Davis JM, Janicak PG, Sakkas P, et al. Electroconvulsive therapy in the treatment of the neuroleptic malignant syndrome. Convuls Ther. 1991;7(2):111-120. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11941110?tool=bestpractice.com [58]Scheftner WA, Shulman RB. Treatment choice in neuroleptic malignant syndrome. Convuls Ther. 1992;8(4):267-279. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11941178?tool=bestpractice.com A ECT é considerada potencialmente útil em casos mais extremos de SNM, mas, muitas vezes, é inviável.
recidiva
repetição de tratamento
A recorrência da SNM é manejada da mesma maneira que a apresentação inicial, com a supressão de medicamentos antipsicóticos, terapia de suporte e uso adjuvante de tratamentos farmacológicos.
A recorrência da SNM é menos provável se o tratamento com antipsicóticos for iniciado 2 ou mais semanas após a remissão da doença. Na prática, isso pode ser difícil e requer extrema diligência e consulta à opinião de colegas. Recomenda-se vigilância em todas as tentativas de inserção de medicamentos antipsicóticos subsequentes.
Cerca de 2 semanas após a remissão da SNM, o tratamento com um antipsicótico (não o mesmo que causou a SNM) deve ser iniciado em uma dose baixa e gradualmente ajustado em um ambiente monitorado para a avaliação de sinais de recorrência.[1]Strawn JR, Keck PE Jr, Caroff SN. Neuroleptic malignant syndrome. Am J Psychiatry. 2007 Jun;164(6):870-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17541044?tool=bestpractice.com [52]Velamoor VR. Neuroleptic malignant syndrome. Recognition, prevention and management. Drug Saf. 1998 Jul;19(1):73-82. https://www.doi.org/10.2165/00002018-199819010-00006 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9673859?tool=bestpractice.com Alguns especialistas recomendam um agente de segunda geração, com risco mais baixo de efeitos adversos extrapiramidais, em vez de medicamentos antipsicóticos de primeira geração. No entanto, não há consenso quanto a isso, pois nenhum medicamento antipsicótico demonstrou ter mais ou menos risco que outro.
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