A mortalidade e a morbidade gerais associadas à trombose do seio cavernoso (TSC) continua sendo alta.[15]Southwick FS, Richardson EP Jr, Swartz MN. Septic thrombosis of the dural venous sinuses. Medicine. 1986 Mar;65(2):82-106.
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Consequentemente, a instituição de um tratamento intensivo à época da primeira suspeita da doença deve ser enfatizada. O pilar do tratamento da TSC é a antibioticoterapia. Anticoagulação, corticosteroides e cirurgia são tratamentos adjuvantes em pacientes adequadamente selecionados. Por ser frequentemente difícil distinguir as causas da TSC séptica da não séptica, o tratamento inicial é o mesmo. Os antibióticos podem ser retirados apenas quando a etiologia séptica for descartada em definitivo. Na prática, portanto, os tratamentos são os mesmos para ambas as doenças séptica e asséptica.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Tratamento de trombose asséptica do seio cavernoso (TSC)Do acervo de Dr Jayant Pinto, University of Chicago [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Tratamento de trombose séptica do seio cavernoso (TSC)Do acervo de Dr Jayant Pinto, University of Chicago [Citation ends].
Terapia inicial em todos os pacientes
Com base em relatos de casos e na opinião de especialistas, os antibióticos são recomendados como o pilar da terapia. Eles apresentam o maior impacto no prognóstico da TSC séptica.[2]Yarington CT, Jr. Cavernous sinus thrombosis revisited. Proc R Soc Med. 1977 Jul;70(7):456-9.
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Devem ser instituídos antibióticos intravenosos em altas doses mediante a primeira suspeita deste diagnóstico.[2]Yarington CT, Jr. Cavernous sinus thrombosis revisited. Proc R Soc Med. 1977 Jul;70(7):456-9.
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A seleção adequada de esquemas de antibioticoterapia empíricos deve ser direcionada aos organismos provavelmente considerados como fonte de infecção primária. É necessário considerar possíveis complicações, como abscessos orbitais ou cerebrais, meningite ou empiema subdural.[1]Ebright JR, Pace MT, Niazi AF. Septic thrombosis of the cavernous sinuses. Arch Intern Med. 2001 Dec 10-24;161(22):2671-6.
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[50]Bhatia K, Jones NS. Septic cavernous sinus thrombosis secondary to sinusitis: are anticoagulants indicated? A review of the literature. J Laryngol Otol. 2002 Sep;116(9):667-76.
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O Staphylococcus aureus é o patógeno mais comum, identificado em aproximadamente 70% dos casos, e está envolvido em quase todos os casos de infecções faciais.[1]Ebright JR, Pace MT, Niazi AF. Septic thrombosis of the cavernous sinuses. Arch Intern Med. 2001 Dec 10-24;161(22):2671-6.
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As bactérias associadas a sinusite incluem Fusobacterium necrophorum e estreptococos (inclusive os grupos S pneumoniae, S milleri e S viridans).[13]van der Poel NA, Mourits MP, de Win MML, et al. Prognosis of septic cavernous sinus thrombosis remarkably improved: a case series of 12 patients and literature review. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2018 Sep;275(9):2387-95.
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Os anaeróbios são encontrados ocasionalmente, especialmente em infecções tonsilares, dentárias ou dos seios nasais. Raramente, infecções fúngicas por Aspergillus fumigatus ou mucormicoses estão envolvidas na TSC.[73]Estrem SA, Tully R, Davis WE. Rhinocerebral mucormycosis: computed tomographic imaging of cavernous sinus thrombosis. Ann Otol Rhinol Laryngol. 1990 Feb;99(2 Pt 1):160-1.
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[74]Dooley DP, Hollsten DA, Grimes SR, et al. Indolent orbital apex syndrome caused by occult mucormycosis. J Clin Neuroophthalmol. 1992 Dec;12(4):245-9.
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Para a antibioticoterapia empírica, a diretriz da Infectious Diseases Society of America (IDSA) recomenda vancomicina por 4-6 semanas com ou sem rifampicina.[75]Liu C, Bayer A, Cosgrove SE, et al. Clinical practice guidelines by the infectious diseases society of america for the treatment of methicillin-resistant Staphylococcus aureus infections in adults and children. Clin Infect Dis. 2011 Feb 1;52(3):e18-55.
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As opções alternativas podem incluir a linezolida ou sulfametoxazol/trimetoprima.[75]Liu C, Bayer A, Cosgrove SE, et al. Clinical practice guidelines by the infectious diseases society of america for the treatment of methicillin-resistant Staphylococcus aureus infections in adults and children. Clin Infect Dis. 2011 Feb 1;52(3):e18-55.
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No entanto, essas diretrizes foram publicadas em 2011 e nenhuma diretriz baseada em evidências sobre antibióticos empíricos para esta indicação foi publicada desde então. Alguns especialistas não recomendam a vancomicina, a menos que o paciente esteja colonizado por MRSA. As outras opções, baseadas no parecer de especialistas, podem incluir a amoxicilina/ácido clavulânico associada a gentamicina, uma cefalosporina de terceira geração, uma fluoroquinolona e a adição de metronidazol se houver suspeita de abscesso cerebral, ou de infecção dentária ou sinusal.[6]Weerasinghe D, Lueck CJ. Septic cavernous sinus thrombosis: case report and review of the literature. Neuroophthalmology. 2016 Dec;40(6):263-76.
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[76]Sonneville R, Ruimy R, Benzonana N, et al. An update on bacterial brain abscess in immunocompetent patients. Clin Microbiol Infect. 2017 Sep;23(9):614-20.
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Consulte as diretrizes locais ou um infectologista para obter mais informações, pois esta é uma área muito especializada com poucas evidências disponíveis para orientar as decisões de tratamento.
A terapia antifúngica tem sido indicada apenas em casos de infecção fúngica invasiva confirmada por biópsia. No entanto, nos pacientes com risco, o tratamento antifúngico deve ser considerado, pois os fungos podem causar complicações neurológicas devastadoras além da trombose venosa cerebral.[79]Korathanakhun P, Petpichetchian W, Sathirapanya P, et al. Cerebral venous thrombosis: comparing characteristics of infective and non-infective aetiologies: a 12-year retrospective study. Postgrad Med J. 2015 Dec;91(1082):670-4.
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Assim que o laboratório tenha relatado as sensibilidades, os antibióticos empíricos podem ser trocados por antibioticoterapia específica.
São necessários antibióticos intravenosos em altas doses, pois o trombo pode limitar a penetração dos antibióticos. As bactérias, isoladas dentro do trombo, podem não ser mortas até que os seios durais comecem a se recanalizar. Os antibióticos também precisam ser administrados durante um período prolongado, por pelo menos 3-4 semanas.[41]Dolapsakis C, Kranidioti E, Katsila S, et al. Cavernous sinus thrombosis due to ipsilateral sphenoid sinusitis. BMJ Case Rep. 2019 Jan 29;12(1):e227302.
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Isso visa a assegurar uma esterilização completa e evitar recidivas.
Uma terapia de suporte concomitante é necessária juntamente com o tratamento com antibióticos e inclui ressuscitação, oxigênio de suporte e cuidado local dos olhos.[4]Caranfa JT, Yoon MK. Septic cavernous sinus thrombosis: A review. Surv Ophthalmol. 2021 Nov-Dec;66(6):1021-30.
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Terapia adjuvante: anticoagulação
Há uma controvérsia considerável com relação à eficácia da anticoagulação no tratamento de TSC.[41]Dolapsakis C, Kranidioti E, Katsila S, et al. Cavernous sinus thrombosis due to ipsilateral sphenoid sinusitis. BMJ Case Rep. 2019 Jan 29;12(1):e227302.
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[
]
How does anticoagulation affect outcomes in adults with cerebral venous sinus thrombosis?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.267/fullMostre-me a resposta Ensaios prospectivos para estabelecer se há benefício na anticoagulação nunca foram (e provavelmente não serão) realizados devido à raridade da doença.[41]Dolapsakis C, Kranidioti E, Katsila S, et al. Cavernous sinus thrombosis due to ipsilateral sphenoid sinusitis. BMJ Case Rep. 2019 Jan 29;12(1):e227302.
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A anticoagulação acarreta risco de hemorragia, especialmente nos pacientes com complicações concomitantes (por exemplo, infarto venoso cortical, necrose das porções intracavernosas da artéria carótida e hemorragias intraorbitárias ou cerebrais).[50]Bhatia K, Jones NS. Septic cavernous sinus thrombosis secondary to sinusitis: are anticoagulants indicated? A review of the literature. J Laryngol Otol. 2002 Sep;116(9):667-76.
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No entanto, há alguma evidência de que o uso de anticoagulação evita a propagação e contribui para a recanalização do trombo. Esses são efeitos potencialmente benéficos, em parte porque o trombo em si pode abrigar as bactérias e sustentar seu crescimento.[2]Yarington CT, Jr. Cavernous sinus thrombosis revisited. Proc R Soc Med. 1977 Jul;70(7):456-9.
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Duas análises retrospectivas revendo o uso de anticoagulação na TSC séptica produziram resultados variados.[15]Southwick FS, Richardson EP Jr, Swartz MN. Septic thrombosis of the dural venous sinuses. Medicine. 1986 Mar;65(2):82-106.
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[22]Levine SR, Twyman RE, Gilman S. The role of anticoagulation in cavernous sinus thrombosis. Neurology. 1988 Apr;38(4):517-22.
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Atualmente, evidências estão se acumulando com relação à eficácia da anticoagulação em outras formas de trombose venosa dural. Dois ensaios controlados compararam o uso de placebo ao de anticoagulantes em pacientes com trombose de seios venosos cerebrais.[80]de Bruijn SF, Stam J. Randomized, placebo-controlled trial of anticoagulant treatment with low-molecular-weight heparin for cerebral sinus thrombosis. Stroke. 1999 Mar;30(3):484-8.
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[81]Einhäupl KM, Villringer A, Meister W, et al. Heparin treatment in sinus venous thrombosis. Lancet. 1991;338:597-600. Erratum in: Lancet 1991 Sep 7;338(8767):597-600.
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As diretrizes da European Federation of Neurological Sciences (EFNS) recomendam heparina de baixo peso molecular por via subcutânea ou heparina por via intravenosa para casos de trombose venosa dural asséptica.[82]Einhäupl K, Stam J, Bousser MG, et al; European Federation of Neurological Societies. EFNS guideline on the treatment of cerebral venous and sinus thrombosis in adult patients. Eur J Neurol. 2010 Oct;17(10):1229-35.
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De forma semelhante, as diretrizes publicadas pela European Paediatric Neurology Society (EPNS) em 2012 recomendam o uso de anticoagulantes para a trombose venosa dural a fim de reduzir o risco de morte e de outras sequelas.[83]Lebas A, Chabrier S, Fluss J, et al. French Society for Paediatric Neurology; European Paediatric Neurology Society. EPNS/SFNP guideline on the anticoagulant treatment of cerebral sinovenous thrombosis in children and neonates. Eur J Paediatr Neurol. 2012 May;16(3):219-28.
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No entanto, deve-se observar que a TSC séptica e a trombose venosa dural asséptica diferem em vários aspectos e que a anticoagulação pode ser mais perigosa em pacientes com TSC séptica.[50]Bhatia K, Jones NS. Septic cavernous sinus thrombosis secondary to sinusitis: are anticoagulants indicated? A review of the literature. J Laryngol Otol. 2002 Sep;116(9):667-76.
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As diferenças incluem a presença da etiologia infecciosa, o local da trombose, o caráter agudo do processo e a presença de complicações hemorrágicas associadas.[50]Bhatia K, Jones NS. Septic cavernous sinus thrombosis secondary to sinusitis: are anticoagulants indicated? A review of the literature. J Laryngol Otol. 2002 Sep;116(9):667-76.
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Baseada em observações limitadas, a anticoagulação pode ser benéfica após a exclusão de complicações hemorrágicas por tomografia computadorizada (TC).[2]Yarington CT, Jr. Cavernous sinus thrombosis revisited. Proc R Soc Med. 1977 Jul;70(7):456-9.
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[15]Southwick FS, Richardson EP Jr, Swartz MN. Septic thrombosis of the dural venous sinuses. Medicine. 1986 Mar;65(2):82-106.
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Alguns acreditam que a anticoagulação é perigosa em pacientes com TSC bilateral e/ou hemorragia intracraniana concomitante.
Os tipos e protocolos de anticoagulação variaram consideravelmente nos protocolos de pesquisas. Foram utilizadas as opções de heparina não fracionada intramuscular ou intravenosa, heparina de baixo peso molecular subcutânea e anticoagulação oral. No entanto, o uso de um agente rapidamente reversível, como a heparina não fracionada intravenosa, foi defendido nos estágios iniciais da doença, seguido pela conversão para agentes de longa duração, como a varfarina, quando o quadro clínico do paciente tiver se estabilizado.[50]Bhatia K, Jones NS. Septic cavernous sinus thrombosis secondary to sinusitis: are anticoagulants indicated? A review of the literature. J Laryngol Otol. 2002 Sep;116(9):667-76.
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Uma revisão sistemática e metanálise sugeriram que, em pacientes com trombose venosa cerebral, os anticoagulantes orais diretos (AOD) e a varfarina podem ter eficácia e segurança comparáveis.[84]Yaghi S, Saldanha IJ, Misquith C, et al. Direct oral anticoagulants versus vitamin K antagonists in cerebral venous thrombosis: a systematic review and meta-analysis. Stroke. 2022 Oct;53(10):3014-24.
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A evidência para o uso de AOD para a TVC é limitada.[85]Bose G, Graveline J, Yogendrakumar V, et al. Direct oral anticoagulants in treatment of cerebral venous thrombosis: a systematic review. BMJ Open. 2021 Feb 16;11(2):e040212.
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Os novos anticoagulantes, incluindo os inibidores diretos da trombina e os inibidores do fator Xa, oferecem muitas vantagens sobre a heparina, incluindo um efeito anticoagulante mais previsível e a ausência de indução de trombocitopenia induzida por heparina (TIH) imunologicamente mediada.[86]Direct Thrombin Inhibitor Trialists' Collaborative Group. Direct thrombin inhibitors in acute coronary syndromes: principal results of a meta-analysis based on individual patients' data. Lancet. 2002 Jan 26;359(9303):294-302.
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No entanto, faltam relatos de casos de TSC ou outras formas de trombose dos seios durais que tenham sido tratados com esses agentes. O uso de inibidores diretos da trombina, como a argatrobana, pode ser considerado como uma forma de anticoagulação alternativa à heparina em pacientes com TIH ou aqueles com risco de TIH.
A duração da anticoagulação não foi determinada e varia nos relatos de algumas semanas a vários meses.[4]Caranfa JT, Yoon MK. Septic cavernous sinus thrombosis: A review. Surv Ophthalmol. 2021 Nov-Dec;66(6):1021-30.
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[6]Weerasinghe D, Lueck CJ. Septic cavernous sinus thrombosis: case report and review of the literature. Neuroophthalmology. 2016 Dec;40(6):263-76.
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Alguns autores sugeriram que a anticoagulação deve ser mantida até haver evidências radiológicas ou clínicas de resolução completa, ou até haver uma melhora significativa da infecção e do trombo.
Pacientes que recebem anticoagulantes geralmente ainda estão em um quadro clínico instável e, portanto, não são candidatos ao manejo cirúrgico. No entanto, se o quadro clínico do paciente estabilizar e o manejo cirúrgico for indicado, anticoagulantes rapidamente reversíveis podem ser descontinuados para permitir a cirurgia.
Se um paciente for considerado adequado para anticoagulação, mas piorar apesar desta terapia, ele pode ser considerado para terapia endovascular.[87]Liebetrau M, Mayer TE, Bruning R, et al. Intra-arterial thrombolysis of complete deep cerebral venous thrombosis. Neurology. 2004 Dec 28;63(12):2444-5.
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[89]Saposnik G, Barinagarrementeria F, Brown RD Jr, et al. Diagnosis and management of cerebral venous thrombosis: a statement for healthcare professionals from the American Heart Association/American Stroke Association. Stroke. 2011 Apr;42(4):1158-92.
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Embora o tratamento endovascular seja cada vez mais utilizado para tratar pacientes com trombose venosa cerebral, este tratamento não é recomendado rotineiramente em todos os pacientes.[90]Coutinho JM, Zuurbier SM, Bousser MG, et al. Effect of endovascular treatment with medical management vs standard care on severe cerebral venous thrombosis: the TO-ACT randomized clinical trial. JAMA Neurol. 2020 Aug 1;77(8):966-73.
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Essa terapia é geralmente restrita à TSC asséptica progressiva e implica os riscos de hemorragia intracraniana, AVC e incapacidade de recanalização. Ela não impede o uso dos corticosteroides.
Terapia adjuvante: corticosteroides
O papel dos corticosteroides é controverso em muitos casos de TSC. Eles são potencialmente perigosos por seus efeitos imunossupressores. No entanto, corticosteroides são absolutamente indicados em casos de insuficiência hipofisária. O uso de corticosteroide pode exercer um papel essencial em pacientes com crise addisoniana secundária a isquemia ou necrose da hipófise que complica a TSC.[91]Silver HS, Morris LR. Hypopituitarism secondary to cavernous sinus thrombosis. South Med J. 1983 May;76(5):642-6.
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[92]Sahjpaul RL, Lee DH. Infratentorial subdural empyema, pituitary abscess, and septic cavernous sinus thrombophlebitis secondary to paranasal sinusitis: case report. Neurosurgery. 1999 Apr;44(4):864-6; discussion 866-8.
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Apesar de parecer haver um suporte apenas empírico para suas propriedades anti-inflamatórias, com um temor real de progressão para sepse generalizada, os corticosteroides podem ser benéficos para:[4]Caranfa JT, Yoon MK. Septic cavernous sinus thrombosis: A review. Surv Ophthalmol. 2021 Nov-Dec;66(6):1021-30.
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Há apenas alguns relatos anedóticos sobre o uso de corticosteroides em TSC em geral, e sua eficácia não foi comprovada por tais relatos. Nos estudos em que foi relatado o uso de corticosteroides, outros tratamentos foram usados concomitantemente.[15]Southwick FS, Richardson EP Jr, Swartz MN. Septic thrombosis of the dural venous sinuses. Medicine. 1986 Mar;65(2):82-106.
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Em um caso, relatado em 1962, a disfunção dos nervos cranianos e o edema orbital não melhoraram após 37 dias de terapia com antibióticos e anticoagulantes, mas regrediram drasticamente 2 dias após a adição de corticoterapia, com uma eventual resolução completa dos sinais e sintomas oculares.[95]Solomon OD, Moses L, Volk M. Steroid therapy in cavernous sinus thrombosis. Am J Ophthalmol. 1962 Dec;54:1122-4.
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Drenagem cirúrgica após estabilização
Por fim, assim que a condição do paciente permitir, é aconselhável uma drenagem imediata do local primário de infecção (como sinusite paranasal ou abscesso dentário) ou de outra infecção de espaço fechado concomitante.[7]DiNubile MJ. Septic thrombosis of the cavernous sinuses. Arch Neurol. 1988 May;45(5):567-72.
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A drenagem cirúrgica do seio cavernoso quase nunca é realizada.[1]Ebright JR, Pace MT, Niazi AF. Septic thrombosis of the cavernous sinuses. Arch Intern Med. 2001 Dec 10-24;161(22):2671-6.
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Na TSC sinogênica, a drenagem cirúrgica dos seios nasais tem sido indicada em todos os casos.[11]Dolan RW, Chowdhury K. Diagnosis and treatment of intracranial complications of paranasal sinus infections. J Oral Maxillofac Surg. 1995 Sep;53(9):1080-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7643279?tool=bestpractice.com
[12]Wang YH, Chen PY, Ting PJ, et al. A review of eight cases of cavernous sinus thrombosis secondary to sphenoid sinusitis, including a 12-year-old girl at the present department. Infect Dis (Lond). 2017 Sep;49(9):641-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28535728?tool=bestpractice.com
[13]van der Poel NA, Mourits MP, de Win MML, et al. Prognosis of septic cavernous sinus thrombosis remarkably improved: a case series of 12 patients and literature review. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2018 Sep;275(9):2387-95.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6096574
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29998385?tool=bestpractice.com
Operações diferentes foram realizadas para descomprimir os seios nasais, entre elas a esfenoidectomia transeptal, a esfenoidectomia e a etmoidectomia endoscópicas e a fronto-etmoido-esfenoidectomia externa. Nos casos de TSC otogênica, a mastoidectomia tem sido realizada com descompressão da tromboflebite do seio sigmoide.[42]Doyle KJ, Jackler RK. Otogenic cavernous sinus thrombosis. Otolaryngol Head Neck Surg. 1991 Jun;104(6):873-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1908984?tool=bestpractice.com