Prevenção primária

A prevenção da leptospirose se concentra no controle de roedores e em evitar a exposição de alto risco, sobretudo após enchentes. A exposição de alto risco inclui imersão em água doce, contato com água parada e contato com animais. Higiene pessoal e roupas e equipamentos de proteção são usados para prevenir ou minimizar a exposição à água e ao solo contaminados. Feridas abertas devem ser cobertas com curativos à prova d'água.

A quimioprofilaxia com doxiciclina foi usada em militares sem exposição prévia conhecida. Trilheiros, ciclistas e viajantes aventureiros podem considerar a profilaxia com doxiciclina em razão do alto risco de leptospirose presente nos países em desenvolvimento.[46] A profilaxia com doxiciclina é recomendada para pessoas com risco de exposição inevitável. Dados sugerem que a azitromicina é uma alternativa viável para profilaxia, pois estudos comparativos mostraram reduções similares na soropositividade.[47] Um estudo observacional concluiu que a penicilina oral pode ser uma quimioprofilaxia eficaz contra a leptospirose; no entanto, pesquisas adicionais são necessárias.[48]

A profilaxia com antibióticos deve ser iniciada antes da exposição e deve ser continuada durante e após a exposição. No entanto, há dados limitados para dar suporte à duração da terapia. Um ensaio clínico randomizado e controlado iniciou o tratamento 1 semana antes da exposição e deu continuidade por 4 semanas após a exposição.[47]

A imunização oferece outra medida de prevenção efetiva. O gado e os cachorros são imunizados com frequência com vacinas inativadas.[1][49] A imunização humana com vacinas polivalentes é uma prática comum em países como a China, onde o número de indivíduos com risco de exposição ocupacional é significativo, como é o caso dos trabalhadores de campos de arroz. A imunização humana com vacina monovalente é uma prática frequente na França. A imunização humana não é praticada nos EUA.

Prevenção secundária

A maioria dos países exige que a leptospirose seja notificada para que se coletem os dados epidemiológicos. Nos EUA, os profissionais da saúde devem notificar ao departamento de saúde local ou estadual todos os casos de leptospirose confirmados em laboratório que ocorrem no país e em seus territórios.

A profilaxia de pessoas próximas não é necessária, pois a transmissão entre humanos é rara. Entretanto, deve-se levar em conta que os indivíduos que tiverem viajado com o paciente podem ter sofrido a mesma exposição e, portanto, podem estar em risco de desenvolver leptospirose. Se necessário, esses indivíduos devem receber profilaxia pós-exposição e devem ser orientados a procurar atendimento médico caso apresentem sintomas.

O paciente deve receber a orientação apropriada em relação à exposição e a situações que requerem profilaxia medicamentosa para evitar episódios futuros. A atitude do paciente em relação à profilaxia pode variar, dependendo da sua experiência anterior e do tempo de permanência em regiões endêmicas.

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal