Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

AGUDA

fase de hipertireoidismo (tireotóxica)

Back
1ª linha – 

cuidados de suporte

Nem todos os pacientes requerem tratamento, pois os sintomas podem ser leves e/ou diminuir até o momento em que o diagnóstico é realizado. Durante essa fase, o tratamento é de suporte, pois os sintomas são causados pela liberação de hormônio tireoidiano pré-formado e, portanto, os medicamentos antitireoidianos que inibem a síntese de hormônio novo são inefetivos. Alguns pacientes não necessitam de analgésicos se o desconforto não interferir com as atividades diárias.

Back
associado a – 

analgésico ou corticosteroide

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Caso necessário, geralmente, a dor na tireoide melhora com o início de um anti-inflamatório não esteroidal (AINE). Os analgésicos podem ser necessários por várias semanas. A aspirina deve ser evitada, pois em doses altas ela faz com que o hormônio tireoidiano seja deslocado das proteínas plasmáticas, aumentando efetivamente o pool de hormônio tireoidiano bioativo ou livre.

Se a dor na tireoide impedir a deglutição ou o sono do paciente, doses moderadas de analgésicos opioides podem ser usadas antes das refeições e ao deitar.

Os corticosteroides podem ser usados para a dor intensa que não é aliviada por AINEs e analgésicos opioides. O alívio da dor pode ser drástico em até poucos dias. Corticosteroides em altas doses (por exemplo, 40 mg/dia de prednisolona) são geralmente necessários por várias semanas, seguidos por um esquema de retirada gradual de 4 a 6 semanas de acordo com a evolução clínica.[36]​ Alguns dados sugerem que uma dose mais baixa de prednisolona (por exemplo, 15 mg/dia) pode ser efetiva para o controle da dor.[37][38]​​ Se a dor recorrer durante o esquema de retirada gradual, os corticosteroides devem ser usados por um período adicional de 2 semanas antes de um novo esquema de retirada gradual.

Opções primárias

ibuprofeno: 300-400 mg por via oral a cada 6-8 horas quando necessário, máximo de 2400 mg/dia

ou

naproxeno: 250-500 mg por via oral duas vezes ao dia quando necessário, máximo de 1250 mg/dia

ou

indometacina: 25-50 mg por via oral três vezes ao dia quando necessário

Opções secundárias

paracetamol: 500-1000 mg por via oral a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 4000 mg/dia

--E--

fosfato de codeína: 15-60 mg por via oral a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 240 mg/dia

ou

oxicodona: 2.5 a 10 mg por via oral a cada 4-6 horas quando necessário

Opções terciárias

prednisolona: 40-60 mg por via oral uma vez ao dia por várias semanas e seguidamente reduzir gradualmente ao longo de 4-6 semanas dependendo da evolução clínica

Back
associado a – 

betabloqueador ou bloqueador dos canais de cálcio

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Muitos pacientes apresentam apenas sintomas leves de hipertireoidismo que não requerem tratamento. No entanto, se os sintomas tireotóxicos forem problemáticos, os betabloqueadores ou bloqueadores dos canais de cálcio podem ser benéficos.[15]

O propranolol é lipossolúvel e acredita-se que ele trate os sintomas tireotóxicos do sistema nervoso central melhor que outros agentes.

Em pacientes com doença reativa das vias aéreas, os betabloqueadores podem agravar a sibilância; os bloqueadores dos canais de cálcio podem ser usados para reduzir a frequência cardíaca.

Os pacientes devem ser adequadamente hidratados antes de usar um betabloqueador, para evitar que a redução da frequência cardíaca resulte em hipotensão. Os pacientes muitas vezes apresentam depleção de volume por causa da intolerância ao calor e da ingestão oral reduzida decorrente da dor na tireoide.

Opções primárias

propranolol: 20-40 mg por via oral (liberação imediata) a cada 4-6 horas

ou

atenolol: 50-100 mg por via oral uma vez ao dia

Opções secundárias

verapamil: 80 mg por via oral (liberação imediata) três vezes ao dia

ou

diltiazem: 30-60 mg por via oral (liberação imediata) três a quatro vezes ao dia

Back
associado a – 

iodeto de potássio associado à prednisolona

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Uma vez que a tireotoxicose é decorrente da liberação de hormônio tireoidiano pré-formado, não há um tratamento direto para reduzir a liberação de hormônio pela tireoide. No entanto, o grau de tireotoxicose pode ser reduzido ao se evitar que o principal hormônio tireoidiano circulante (T4) seja deiodinado e convertido em T3, que é mais bioativo.

A conversão de T4 em T3 pode ser reduzida por um alto nível de iodo, geralmente obtido administrando-se uma solução saturada de iodeto de potássio ou ácido iopanoico junto com um corticosteroide em altas doses como a prednisolona oral.

Opções primárias

iodeto de potássio: 250 mg por via oral três vezes ao dia

e

prednisolona: 40 mg por via oral uma vez ao dia por 2-3 semanas e seguidamente reduzir gradualmente ao longo de 4-6 semanas

fase hipotireoidiana

Back
1ª linha – 

observação e reavaliação regular

Muitos pacientes com hipotireoidismo leve (TSH <10-15 mUI/L) não requerem terapia com levotiroxina, a menos que uma paciente esteja ativamente tentando conceber ou já esteja grávida, dada a importância dos níveis normais de hormônio tireoidiano para o feto.[40]​ Se os níveis de energia do paciente não interferirem com as atividades da vida diária e não houver outros sintomas, nenhum tratamento é oferecido, e a função tireoidiana (nível de TSH e índice de tiroxina livre) é verificada regularmente a cada 4 a 6 semanas, quando os sintomas podem ser reavaliados também. Se o TSH aumentar em exames subsequentes, a terapia com levotiroxina deve ser reconsiderada.

Back
Considerar – 

levotiroxina

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Se o paciente for adversamente afetado pelo hipotireoidismo, inclusive com a presença de fadiga que interfira nas atividades diárias, a levotiroxina pode ser administrada por vários meses e depois interrompida sem um esquema de retirada gradual. O TSH deve ser verificado a cada 4 a 6 semanas durante o tratamento com levotiroxina, e a dose deve ser ajustada para se manter um nível de TSH normal. A maioria dos pacientes (85% a 90%) retorna a uma função tireoidiana normal e não precisará do tratamento com levotiroxina em longo prazo. O tratamento deve ser retirado após 6 meses para se determinar se a função endógena foi normalizada. O nível de TSH deve ser verificado de 4 a 6 semanas após a interrupção. Se estiver normal, não é necessário tratamento adicional. Se estiver elevado, será necessário reinstituir a levotiroxina para hipotireoidismo permanente.[1][2][34]

Opções primárias

levotiroxina: 50 microgramas por via oral uma vez ao dia inicialmente, ajustar a dose de acordo com os testes de função tireoidiana

Back
1ª linha – 

levotiroxina

Os pacientes com deficiência moderada (TSH >15 mUI/L) devem ser tratados com levotiroxina para normalizar o TSH. Essa dose de levotiroxina pode ser mantida por vários meses e depois ser interrompida sem um esquema de retirada gradual. Durante o tratamento, o TSH deve ser verificado a cada 4 a 6 semanas. Geralmente, a fase hipotireoidiana da tireoidite subaguda estará em remissão neste momento. Os testes de função tireoidiana devem ser verificados 4-6 semanas após a interrupção da levotiroxina, para confirmar a função tireoidiana normal.

Opções primárias

levotiroxina: 75-125 microgramas por via oral uma vez ao dia inicialmente, ajustar a dose de acordo com os testes de função tireoidiana

back arrow

Escolha um grupo de pacientes para ver nossas recomendações

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes. Ver aviso legal

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal