Etiologia
A etiologia da laringomalácia (LM) ainda não é completamente compreendida, embora várias teorias tenham sido propostas.
Uma teoria anatômica sugere que a LM ocorre como consequência de anormalidades na anatomia supraglótica.[11] Outra teoria propõe uma imaturidade e uma flacidez subjacentes na cartilagem laríngea que melhora com a idade, apesar de não terem sido encontradas diferenças histológicas na cartilagem de lactentes com LM quando comparada com a daqueles sem a condição.
Uma teoria neurológica alternativa é a de que a falta de coordenação neuromuscular ou a hipotonia surge da imaturidade das vias neurais (nervos periféricos e núcleos do tronco encefálico) que contribuem para o tônus supralaríngeo e a função laríngea.[12][13][14] Anormalidades neurológicas são encontradas em até 20% das crianças com LM.[14]
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) também tem sido implicada e ocorre em até 80% dos casos de LM.[14] Pesquisas adicionais são necessárias para a compreensão total da etiologia.
Fisiopatologia
A laringomalácia (LM) ocorre em decorrência de uma predisposição ao colapso supraglótico dinâmico que ocorre durante a fase inspiratória da respiração. Os fatores subjacentes ainda não foram totalmente determinados, e há vários mecanismos possíveis, os quais podem coexistir em alguns pacientes.
Anormalidades anatômicas, incluindo pregas ariepiglóticas curtas e uma epiglote curvada "em forma de ômega", podem contribuir para a estenose supraglótica dinâmica.
As vias neurais podem ser imaturas resultando em falta de coordenação neuromuscular ou em hipotonia das vias aéreas supralaríngeas.
Foi proposto que a inflamação da mucosa e o edema resultantes da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) podem estreitar as vias aéreas supraglóticas, com aumento da obstrução, contribuindo assim para a LM.[15]
Classificação
Classificação clínica da gravidade da doença
A gravidade da doença não está correlacionada com a intensidade ou frequência do estridor, mas com a presença de sintomas associados. Diversos sistemas de classificação formal foram propostos, embora nenhum seja de uso disseminado.[4][5][6] No entanto, a laringomalácia (LM) pode ser clinicamente classificada como:
Doença leve: com estridor audível e características endoscópicas da LM, mas sem dificuldade respiratória e sem evidências de retardo do crescimento pôndero-estatural (isto é, crescimento constante nos gráficos percentuais de peso).
Doença moderada: com estridor, aumento do esforço respiratório, dificuldades progressivas na alimentação, perda de peso ou ganho inadequado de peso.
Doença grave: com dispneia significativa e obstrução das vias aéreas, retardo do crescimento pôndero-estatural, disfagia, apneias, hipóxia ou hipercapnia, hipertensão pulmonar, cor pulmonale, apneia obstrutiva do sono, deformidade grave do tórax (pectus excavatum) e desenvolvimento neuropsicomotor retardado.
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