História e exame físico
Principais fatores diagnósticos
comuns
presença de fatores de risco
Os principais fatores de risco incluem tamanho pequeno para a idade gestacional, pobreza, problemas gastrointestinais (refluxo, doença celíaca), conhecimento insatisfatório do cuidador e má interação entre cuidador e criança.
deficit no crescimento
Usado para descrever crianças com relação peso/idade, peso/comprimento ou IMC para idade abaixo do esperado e para descrever uma taxa de crescimento diminuída em relação à idade, após ter alcançado anteriormente um padrão de crescimento estável.[1]
sinais de desnutrição
A desnutrição geralmente é detectada primeiro através de gráficos de crescimento precisos.
Apatia e dobras na pele resultantes de perda da massa muscular, no deficit de crescimento moderado a grave.
Deficiências de nutrientes específicos como palidez (anemia), mudanças raquíticas (deficiência de vitamina D) e infecções fúngicas incomuns (infecção por vírus da imunodeficiência humana [HIV]).
história social ruim
As condições sociais podem contribuir, direta ou indiretamente, para o crescimento deficitário de uma criança. As famílias que enfrentam insegurança habitacional, alimentar ou energética são suscetíveis de sofrer de estresse, ansiedade e/ou depressão que podem prejudicar a sua capacidade de cuidar adequadamente dos seus filhos e fornecer refeições saudáveis como parte de uma rotina consistente. Possíveis negligências, como cuidados de saúde, apoio emocional e vestuário inadequados, podem estar associadas a comida e/ou alimentação inadequada.
quantidade ou qualidade inadequada de ingestão de alimentos ou líquidos
A diminuição da quantidade de alimento ingerido pode acontecer devido ao desconhecimento parental do que é adequado, à inapetência da criança ou à falta de alimentos disponíveis.
Bebês precisam de mais energia por quilo de peso corporal que em qualquer outra fase da vida. Crianças que ingerem sucos e água em excesso ou fórmulas muito diluídas talvez não estejam recebendo alimentos/nutrientes suficientes.
A diminuição da qualidade dos alimentos ingeridos pode refletir baixa ingestão de vitaminas e minerais, geralmente devido à dependência de alimentos pobres em nutrientes (por exemplo, massas instantâneas sem vitaminas, alimentos não saudáveis [junk food]).
falta de clareza na comunicação entre pai/mãe e filho
Os pais podem ter dificuldade para interpretar os sinais de fome e saciedade da criança.
Crianças com problemas de saúde ou desenvolvimento talvez não tenham capacidade de se comunicar com clareza.
comportamento alimentar anormal
Dificuldades na interação pai/mãe e filho, especialmente no início da infância, quando os pais podem querer controlar quanto os filhos comem. A seletividade e a recusa alimentar ocorrem frequentemente em crianças pequenas, como expressões de autonomia, e podem ser geridas por uma parentalidade eficaz.
Comportamento anormal no horário das refeições e rotinas com coerção ou excesso de controle dos pais.
Os pais podem não estar cientes das necessidades nutricionais de uma criança e do baixo valor nutricional dos alimentos com alto teor de gordura e açúcar e baixo teor de nutrientes (por exemplo, alimentos não saudáveis [junk food]), das alergias alimentares percebidas e dos seus próprios padrões de horário das refeições.
Deglutição deficitária na paralisia cerebral ou em outros distúrbios neuromusculares.
Uma história de atopia ou múltiplas alergias alimentares pode ser um fator de risco para esofagite eosinofílica.
A neofobia alimentar (medo de experimentar novos alimentos) é normal em crianças pequenas e muitas vezes pode ser resolvida por repetidas introduções de alimentos e modelagem. Se levada a extremos, a neofobia alimentar pode impactar negativamente a ingestão alimentar e o ganho de peso.
Transtorno do espectro autista e desafios de alimentação sensorial.
complicações perinatais
Problemas durante a gestação (por exemplo, infecções, exposição a toxinas e drogas) podem impedir o crescimento no útero e após o nascimento.
Uma medida baixa ao nascer (levando em consideração a idade gestacional) reflete condições intrauterinas e pode indicar problemas ocultos, como toxoplasmose, embora normalmente também existam outros sinais e sintomas.
A idade gestacional precisa ser considerada na interpretação dos padrões de crescimento.
Outros fatores diagnósticos
Incomuns
história familiar de deficit no crescimento
Padrão de crescimento anormal de pais e irmãos.
Outros membros da família também podem ter tido deficit no crescimento.
aumento da perda calórica
O deficit no crescimento pode ser associado a vômitos prolongados, diarreia e febre.
sintomas gastrointestinais
Disfagia, vômitos, dor abdominal e diarreia podem apontar uma causa gastrointestinal. A disfagia pode ser um sintoma de esofagite eosinofílica ou outra causa anatômica de baixa aceitação alimentar.
história médica comórbida
Cardiopatia congênita pode ser associada à baixa aceitação alimentar, assim como quando associada à dispneia e a infecções pulmonares recorrentes.
Neoplasias podem resultar em pouca ingestão de alimentos e aumento da demanda de calorias.
O diabetes mellitus não controlado e o hipertireoidismo podem causar deficit no crescimento.
A maioria das doenças crônicas resultam em pouca ingestão de alimentos e má utilização de calorias.
infecções otológicas recorrentes
Resultam em febre e dor, o que pode aumentar a demanda de calorias e/ou reduzir a ingestão.
cirurgia recente/queimaduras
A recuperação prolongada de grandes doenças cirúrgicas/queimaduras resulta no aumento da demanda de calorias, geralmente agravada por pouca ingestão de alimentos.
desidratação
Associada frequentemente à doença aguda.
Fontanelas e olhos encovados, perda de turgor cutâneo, estado mental alterado, taquicardia e hipotensão.
fenda labial e/ou fenda palatina
Uma fenda palatina pode comprometer a alimentação.
Fatores de risco
Fortes
pequeno para a idade gestacional (PIG)
Se o neonato for PIG com deficits simétricos (baixo peso, comprimento e perímetro cefálico), isso indica um problema no início da gravidez, como exposição a uma toxina (por exemplo, álcool) ou infecção (por exemplo, toxoplasmose), e o potencial para o crescimento de recuperação é limitado. Em contraste, quando o peso é primariamente afetado, isto aponta para um problema no final da gravidez, como insuficiência placentária, e as perspectivas de recuperação do crescimento são boas.
problemas gastrointestinais (refluxo, doença celíaca)
A doença celíaca, por exemplo, apresenta-se frequentemente com má absorção e diarreia.
conhecimento insatisfatório do cuidador
Pode faltar conhecimento sobre as necessidades de mudança nutricional e de desenvolvimento da criança com relação ao comportamento alimentar.
má interação entre a criança e o cuidador
A criança pode chamar mais atenção do cuidador quando não come. Por exemplo, o cuidador pode ignorar uma criança que come e dar atenção (embora negativa) para uma criança que não come.[23] As refeições podem ser descritas como estressantes, com conflitos frequentes entre cuidadores e criança.
paralisia cerebral
Dificuldade de mastigação ou deglutição.
prematuridade
Pode estar associada a baixa aceitação alimentar e aumento da demanda calórica.
pobreza
A pobreza e os estressores associados podem impedir a prestação de cuidados e limitar a atenção à alimentação e à nutrição saudável. Os cuidadores podem ter dificuldade para acessar alimentos saudáveis e depender de alimentos e lanches com baixo teor de nutrientes.
O deficit no crescimento também pode ocorrer em famílias de classe média e alta.
falta de rotina familiar no horário das refeições
Pode pular as refeições ou deixar a criança beliscar, enchendo-se de alimentos pobres em nutrientes ao longo do dia. A família pode não fazer refeições regulares aproximadamente no mesmo horário todos os dias.
autismo
Pode estar associado a problemas gastrointestinais ou pode ter aversão a tipos específicos de alimentos ou texturas.
problemas clínicos crônicos
Várias afecções clínicas crônicas podem comprometer o crescimento, inclusive infecções crônicas, doença celíaca, fibrose cística, doença inflamatória intestinal, asma grave, cardiopatia congênita, apneia obstrutiva do sono, neoplasia maligna, diabetes mellitus, hipertireoidismo, insuficiência renal, doenças inflamatórias sistêmicas, como lúpus eritematoso, e erros inatos do metabolismo. Consulte a seção em Etiologia.
alergias
Pode-se apresentar desconforto com certos tipos de comida. A variedade da alimentação da criança pode estar limitada.
transtorno de deglutição ou história de sufocamento
Pode ter dificuldade para deglutir ou história de sufocamento ou aspiração. Alguns pais/cuidadores podem, portanto, não oferecer alimentos texturizados, resultando em uma dieta que é enfadonha para a criança. Isto pode indicar recusa alimentar e estudos relacionados à deglutição podem ser necessários.
Fracos
depressão do cuidador
Talvez não haja consistência ao fornecer refeições ou seguir recomendações.
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