Etiologia
O deficit no crescimento é causado por:[8][9]
Ingestão calórica inadequada: esta é a causa mais comum de deficit no crescimento. A criança não consome calorias suficientes nem outros nutrientes para dar suporte ao crescimento adequado. Os fatores contribuintes incluem:
Fatores ambientais: acesso deficiente a alimentos saudáveis; distrações ambientais que perturbam o foco nas refeições e na ingestão dos alimentos
Fatores sociais/familiares: falta de conhecimento sobre alimentação adequada; caos doméstico que interfere nas rotinas regulares das refeições; habilidades alimentares insuficientes do cuidador que podem estar associadas à depressão ou ansiedade, ou negligência infantil; falta de responsividade entre cuidador e criança no reconhecimento e resposta aos sinais relacionados a fome e saciedade.[20]
Inapetência: febre crônica, infecções crônicas, anemia, tumores neurológicos
Problemas de alimentação: capacidades motoras orais inadequadas após um período prolongado de alimentação por sonda nasogástrica, paralisia cerebral, distúrbios neuromusculares, fenda labial e/ou palatina, refluxo gastroesofágico
Transtorno da evitação/restrição de ingestão alimentar: falta de interesse em comer ou em comida; evitação baseada nas características sensoriais dos alimentos; aversão oral e transtornos alimentares sensoriais (por exemplo, transtorno do espectro do autismo)
Problemas de deglutição: esofagite eosinofílica ou outras causas anatômicas de disfunção de deglutição, por exemplo, redes esofágicas, anéis vasculares
Crescimento de recuperação: a prematuridade e suas potenciais complicações podem estar associadas à baixa aceitação alimentar e ao aumento da demanda calórica
Algumas condições foram descartadas como causa do deficit no crescimento, como a deficiência de vitamina D[21]
Aumento da demanda ou dos gastos calóricos:
Infecções crônicas com febre persistente aumentam a necessidade de calorias
Cirurgia
Doenças crônicas, como distúrbios gastrointestinais (doença celíaca, doença inflamatória intestinal), distúrbios cardiorrespiratórios (fibrose cística, asma grave, cardiopatia congênita, apneia obstrutiva do sono), neoplasias malignas, endocrinopatias (diabetes mellitus, hipertireoidismo), insuficiência renal e distúrbios inflamatórios sistêmicos, como lúpus eritematoso
Excesso de perda calórica:
Vômito persistente
Estenose pilórica
Utilização ineficaz de calorias ou perda de calorias:
Distúrbios gastrointestinais (GI): doença celíaca, diarreia crônica, vômitos crônicos
Distúrbios metabólicos/endocrinopatias: diabetes mellitus, hipertireoidismo, uremia e defeitos congênitos do metabolismo diminuem a utilização eficaz das calorias
Queimaduras, problemas gastrointestinais ou outras doenças crônicas
Diversas outras afecções clínicas e comportamentais podem impedir o crescimento. Crianças com problemas neurológicos, como paralisia cerebral espástica, ou distúrbios genéticos (como síndrome de Silver-Russel) também podem ter crescimento limitado, embora o mecanismo exato talvez não esteja claro. Toxinas, como chumbo, também podem prejudicar o crescimento. Algumas crianças podem comer menos sem nenhum motivo específico.[22]
Fisiopatologia
O deficit no crescimento é muitas vezes o resultado da interação de fatores clínicos, comportamentais, de desenvolvimento e psicossociais. Os profissionais da saúde precisam ser orientados pela história e pelo exame físico.[8][9] Uma relação difícil entre pais e filhos pode envolver alimentação coerciva, com os pais sentindo-se pressionados pelo profissional da saúde para fazerem tudo o que puderem para garantir que o filho coma o suficiente. Filhos de pais que usam estratégias de alimentação forçada normalmente sentem aversão às refeições e podem reagir recusando o alimento, com ganho de peso insatisfatório.
Classificação
A Academy of Nutrition and Dietetics (a Academy) e a American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN) recomendam o uso de um conjunto padronizado de indicadores diagnósticos para identificar e classificar a desnutrição pediátrica. Anteriormente, as definições de desnutrição incluíam uma diminuição em 2 canais de percentil ou uma desaceleração do peso ao longo do tempo. O deficit no crescimento foi definido como peso abaixo do quinto percentil.[5]
Atualmente, a Academy e a ASPEN recomendam o uso do Z-score, declínio do Z-score e Z-score negativo para identificar desnutrição/subnutrição pediátrica. Os indicadores primários podem ser encontrados na declaração de consenso da Academy e da ASPEN.[5] O CDC também recomenda o uso de Z-scores (onde um Z-score de 1 representa 1 desvio padrão da mediana de referência).[6]
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