O prolapso de órgãos pélvicos (POP) não é, via de regra, uma emergência, a menos que tenha causado retenção urinária aguda. Nesse caso, um cateter de Foley de demora deve ser colocado até que o prolapso possa ser tratado. As opções de tratamento devem ser discutidas com a paciente e a estratégia de intervenção deve ser adaptada para levar em consideração os sintomas da paciente, a anatomia do assoalho pélvico, os achados de investigações adicionais, se indicadas, e a preferência da paciente.[28]National Institute for Health and Care Excellence. Urinary incontinence and pelvic organ prolapse in women: management. Jun 2019 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng123
Todas as pacientes devem receber opções de tratamento conservador (não cirúrgico); o tratamento cirúrgico pode ser oferecido às mulheres com POP sintomático que não tiverem respondido ou recusarem abordagens não cirúrgicas.[22]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 214: pelvic organ prolapse. Nov 2019 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2019/11/pelvic-organ-prolapse
[36]United Kingdom Continence Society. UK clinical guideline for best practice in the use of vaginal pessaries for pelvic organ prolapse. Mar 2021 [internet publication].
https://www.ukcs.uk.net/UK-Pessary-Guideline-2021
Pacientes assintomáticos
As pacientes assintomáticas, ou mulheres que tiverem apenas alguns sintomas leves, mas esvaziamento suficiente da bexiga e função renal normal, podem relatar pouco ou nenhum inconveniente como resultado do distúrbio. Observação ou vigilância ativa são apropriadas para essas mulheres, com educação para garantir que elas entendam a possível relação entre o prolapso e a disfunção da miccional ou defecatória.[22]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 214: pelvic organ prolapse. Nov 2019 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2019/11/pelvic-organ-prolapse
O treinamento dos músculos do assoalho pélvico (MAP) pode ser oferecido, apesar da falta de dados de qualidade que sustentem seu uso para prevenir a progressão.[37]Hagen S, Stark D. Conservative prevention and management of pelvic organ prolapse in women. Cochrane Database Syst Rev. 2011 Dec 7;(12):CD003882.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003882.pub4/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22161382?tool=bestpractice.com
[38]Bø K. Pelvic floor muscle training in treatment of female stress urinary incontinence, pelvic organ prolapse and sexual dysfunction. World J Urol. 2012 Aug;30(4):437-43.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21984473?tool=bestpractice.com
Dados cumulativos mostram que o treinamento de MAP tem um efeito significativo no estágio do POP e na morfologia do MAP.[37]Hagen S, Stark D. Conservative prevention and management of pelvic organ prolapse in women. Cochrane Database Syst Rev. 2011 Dec 7;(12):CD003882.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003882.pub4/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22161382?tool=bestpractice.com
Vários estudos demonstraram que o treinamento de MAP para prolapso é eficaz na melhora dos sintomas de prolapso.[37]Hagen S, Stark D. Conservative prevention and management of pelvic organ prolapse in women. Cochrane Database Syst Rev. 2011 Dec 7;(12):CD003882.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003882.pub4/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22161382?tool=bestpractice.com
[39]Hagen S, Stark D, Glazener C, et al; POPPY Trial Collaborators. Individualised pelvic floor muscle training in women with pelvic organ prolapse (POPPY): a multicentre randomised controlled trial. Lancet. 2014 Mar 1;383(9919):796-806.
https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(13)61977-7/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24290404?tool=bestpractice.com
[40]Panman C, Wiegersma M, Kollen BJ, et al. Two-year effects and cost-effectiveness of pelvic floor muscle training in mild pelvic organ prolapse: a randomised controlled trial in primary care. BJOG. 2017 Feb;124(3):511-20.
https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.13992
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26996291?tool=bestpractice.com
Um treinamento supervisionado e mais intensivo é mais efetivo que o treinamento não supervisionado. São necessários mais ensaios clínicos randomizados e controlados de alta qualidade a fim de avaliar melhor o efeito do fortalecimento dos MAP no POP.[37]Hagen S, Stark D. Conservative prevention and management of pelvic organ prolapse in women. Cochrane Database Syst Rev. 2011 Dec 7;(12):CD003882.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003882.pub4/full
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[38]Bø K. Pelvic floor muscle training in treatment of female stress urinary incontinence, pelvic organ prolapse and sexual dysfunction. World J Urol. 2012 Aug;30(4):437-43.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21984473?tool=bestpractice.com
[41]Fitz FF, Resende AP, Stüpp L, et al. Biofeedback for the treatment of female pelvic floor muscle dysfunction: a systematic review and meta-analysis. Int Urogynecol J. 2012 Nov;23(11):1495-516.
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Manejo conservador em pacientes sintomáticos
Suportes mecânicos, como pessários vaginais, são usados para restaurar os órgãos prolapsados à sua posição normal e, assim, aliviar os sintomas.[36]United Kingdom Continence Society. UK clinical guideline for best practice in the use of vaginal pessaries for pelvic organ prolapse. Mar 2021 [internet publication].
https://www.ukcs.uk.net/UK-Pessary-Guideline-2021
[42]Bugge C, Adams EJ, Gopinath D, et al. Pessaries (mechanical devices) for managing pelvic organ prolapse in women. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Nov 18;11(11):CD004010.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD004010.pub4/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33207004?tool=bestpractice.com
Uma grande variedade de pessários está disponível para tratamento do prolapso. Os pessários são mantidos no lugar pela musculatura do assoalho pélvico e são feitos de silicone médico. Este tratamento pode ser oferecido às mulheres com POP sintomático que recusarem a cirurgia, forem candidatas inadequadas à cirurgia devido a comorbidades clínicas, planejarem novas gestações no futuro ou precisarem de alívio temporário de um prolapso ou incontinência relacionados a uma gravidez.
O ajuste é feito por tentativa e erro e é afetado pela experiência do médico, se a mulher deseja ser sexualmente ativa e qual tipo de pessário é retido, confortável e permite que a mulher urine com o pessário no lugar. O acompanhamento regular e a adesão às instruções de cuidados com o pessário são importantes. Os pessários têm altas taxas de satisfação e baixas taxas de complicações.[42]Bugge C, Adams EJ, Gopinath D, et al. Pessaries (mechanical devices) for managing pelvic organ prolapse in women. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Nov 18;11(11):CD004010.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD004010.pub4/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33207004?tool=bestpractice.com
Caso haja o desenvolvimento de erosão vaginal em uma mulher com pessário, este deve ser removido e deve-se aplicar creme de estrogênio até que a erosão seja curada. A resolução pode ocorrer sem terapia com estrogênio local. O pessário pode então ser substituído, embora um pessário diferente possa ser considerado.[22]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 214: pelvic organ prolapse. Nov 2019 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2019/11/pelvic-organ-prolapse
Cirurgia
A cirurgia é indicada se os sintomas problemáticos persistirem apesar do manejo conservador.[28]National Institute for Health and Care Excellence. Urinary incontinence and pelvic organ prolapse in women: management. Jun 2019 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng123
Os objetivos do tratamento devem se concentrar na restauração das funções urinária, defecatória e sexual. A abordagem cirúrgica pode ser reconstrutiva versus obliterativa, abdominal versus vaginal, ou aberta versus minimamente invasiva. O tipo de cirurgia deve ser individualizado, de acordo com a experiência do cirurgião e as preferências, estilo de vida, doenças concomitantes e idade da paciente. Vários outros fatores também devem ser considerados ao aconselhar as pacientes sobre a escolha do tratamento cirúrgico:
Durabilidade
Tempo de recuperação
Complicações pós-operatórias imediatas e proteladas
Taxa de reoperação
Incontinência urinária por esforço concomitante
Risco de corpo estranho: podem ocorrer erosões, granulação de ferida e dispareunia após o reparo do prolapso vaginal com materiais de enxerto; a incidência dessas complicações varia amplamente de um estudo para outro[43]Abed H, Rahn DD, Lowenstein L, et al. Incidence and management of graft erosion, wound granulation, and dyspareunia following vaginal prolapse repair with graft materials: a systematic review. Int Urogynecol J. 2011 Jul;22(7):789-98.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21424785?tool=bestpractice.com
Desejo de futura fertilidade ou penetração vaginal. A maioria dos especialistas prefere adiar a cirurgia para POP até que a prole esteja completa; nos EUA, o útero é removido durante quase todos os procedimentos para POP primário.
A terapia comportamental perioperatória pode ser realizada, embora não afete os desfechos cirúrgicos.[44]Jelovsek JE, Barber MD, Brubaker L, et al. Effect of uterosacral ligament suspension vs sacrospinous ligament fixation with or without perioperative behavioral therapy for pelvic organ vaginal prolapse on surgical outcomes and prolapse symptoms at 5 years in the OPTIMAL randomized clinical trial. JAMA. 2018 Apr 17;319(15):1554-65.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2678615
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29677302?tool=bestpractice.com
Outras intervenções, como preparação intestinal e inserção de stent ureteral, não demonstraram reduzir as complicações operatórias.[45]Haya N, Feiner B, Baessler K, et al. Perioperative interventions in pelvic organ prolapse surgery. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Aug 19;8(8):CD013105.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD013105/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30121957?tool=bestpractice.com
Cirurgia reconstrutiva versus cirurgia obliterativa
Procedimentos reconstrutivos para restaurar o útero prolapsado e a anatomia normal (por exemplo, sacrocolpopexia, sacro-histeropexia, suspensão do ligamento uterossacro, fixação do ligamento sacroespinhal e colporrafia) são oferecidos a todas as pacientes sintomáticas e são recomendados para aquelas que gostariam de manter a atividade sexual, porque os procedimentos obliterativos (por exemplo, colpocleise ou colpectomia) estreitam ou fecham parcialmente o espaço vaginal.
A histerectomia simples sem reconstrução das anormalidades de suporte no ápice vaginal é insuficiente para a resolução dos sintomas. A suspensão do ápice vaginal deve ser realizada ao mesmo tempo em que a histerectomia, para reduzir o risco de prolapso recorrente.[22]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 214: pelvic organ prolapse. Nov 2019 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2019/11/pelvic-organ-prolapse
Os procedimentos de fixação do ligamento sacroespinhoso, incluindo a histeropexia do ligamento sacroespinhoso e a suspensão do ligamento uterossacro, com ou sem histerectomia, apresentam as mesmas vantagens para o tratamento do prolapso apical vaginal.[22]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 214: pelvic organ prolapse. Nov 2019 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2019/11/pelvic-organ-prolapse
[46]Barber MD, Brubaker L, Burgio KL, et al; Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development Pelvic Floor Disorders Network. Comparison of 2 transvaginal surgical approaches and perioperative behavioral therapy for apical vaginal prolapse: the OPTIMAL randomized trial. JAMA. 2014 Mar 12;311(10):1023-34.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4083455
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24618964?tool=bestpractice.com
[47]Detollenaere RJ, den Boon J, Stekelenburg J, et al. Sacrospinous hysteropexy versus vaginal hysterectomy with suspension of the uterosacral ligaments in women with uterine prolapse stage 2 or higher: multicentre randomised non-inferiority trial. BMJ. 2015 Jul 23;351:h3717.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4512203
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[48]Lukacz ES, Warren LK, Richter HE, et al. Quality of life and sexual function 2 years after vaginal surgery for prolapse. Obstet Gynecol. 2016 Jun;127(6):1071-9.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4879084
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27159758?tool=bestpractice.com
O reparo do tecido nativo é realizado por via vaginal. Caso a prioridade seja a minimização dos eventos adversos ou das reoperações, recomenda-se a abordagem vaginal com reparo do tecido nativo.[49]Siddiqui NY, Grimes CL, Casiano ER, et al. Mesh sacrocolpopexy compared with native tissue vaginal repair: a systematic review and meta-analysis. Obstet Gynecol. 2015 Jan;125(1):44-55.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4352548
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25560102?tool=bestpractice.com
A sacrocolpopexia, para tratar o prolapso da cúpula vaginal, pode ser realizada por meio de abordagem abdominal aberta ou laparoscópica minimamente invasiva, com ou sem assistência robótica.[50]Mahran MA, Herath RP, Sayed AT, et al. Laparoscopic management of genital prolapse. Arch Gynecol Obstet. 2011 May;283(5):1015-20.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21210136?tool=bestpractice.com
[51]Ganatra AM, Rozet F, Sanchez-Salas R, et al. The current status of laparoscopic sacrocolpopexy: a review. Eur Urol. 2009 May;55(5):1089-103.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19201521?tool=bestpractice.com
[52]Serati M, Bogani G, Sorice P, et al. Robot-assisted sacrocolpopexy for pelvic organ prolapse: a systematic review and meta-analysis of comparative studies. Eur Urol. 2014 Aug;66(2):303-18.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24631406?tool=bestpractice.com
A sacrocolpopexia assistida por robô apresenta uma taxa de curas que varia de 84% a 100%; os desfechos relacionados à cirurgia melhoram com o aumento da experiência.[52]Serati M, Bogani G, Sorice P, et al. Robot-assisted sacrocolpopexy for pelvic organ prolapse: a systematic review and meta-analysis of comparative studies. Eur Urol. 2014 Aug;66(2):303-18.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24631406?tool=bestpractice.com
Um estudo que avaliou a custo-efetividade e a reinternação (dentro de 6 semanas) da sacrocolpopexia laparoscópica em comparação com a sacrocolpopexia robótica encontrou desfechos e taxas de complicações semelhantes em ambos os grupos.[53]Anger JT, Mueller ER, Tarnay C, et al. Robotic compared with laparoscopic sacrocolpopexy: a randomized controlled trial. Obstet Gynecol. 2014 Jan;123(1):5-12.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4266590
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24463657?tool=bestpractice.com
A sacrocolpopexia pode ser realizada com uma malha sintética ou um enxerto biológico.
A sacro-histeropexia (abdominal ou laparoscópica), com malha sintética, é um tratamento alternativo para as mulheres que não desejam fazer histerectomia.
A cirurgia vaginal anterior e/ou posterior concomitante (por exemplo, com colporrafia) não deve ser considerada rotineiramente, mas deve ser baseada nos defeitos anatômicos após o reparo do ápice.[54]Cvach K, Dwyer P. Surgical management of pelvic organ prolapse: abdominal and vaginal approaches. World J Urol. 2012 Aug;30(4):471-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22020436?tool=bestpractice.com
[55]Maher C, Feiner B, Baessler K, et al. Surgery for women with anterior compartment prolapse. Cochrane Database Syst Rev. 2016 Nov 30;(11):CD004014.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD004014.pub6/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27901278?tool=bestpractice.com
Uma cirurgia obliterativa, como a colpocleise parcial (Le Fort) e a colpectomia total, pode ser oferecida aos pacientes com alto risco de complicações (por exemplo, aquelas com doença sistêmica grave ou pacientes mais idosas que não forem sexualmente ativas e preferirem evitar cirurgias mais agressivas) e/ou que não desejarem manter a permeabilidade vaginal. Uma revisão da colpocleise relatou uma taxa de sucesso de quase 100%.[56]Benson JT, Lucente V, McClellan E. Vaginal versus abdominal reconstructive surgery for the treatment of pelvic support defects: a prospective randomized study with long-term outcome evaluation. Am J Obstet Gynecol. 1996 Dec;175(6):1418-21.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8987919?tool=bestpractice.com
Complicações
As possíveis complicações da cirurgia para POP incluem hemorragia intraoperatória, lesão vesical, lesão retal ou do intestino delgado e dor intensa no glúteo que irradia para a parte posterior da perna devida a encarceramento do nervo ciático.
O sangramento pré-sacral, embora incomum, é a complicação intraoperatória mais preocupante associada com os tipos laparoscópico e aberto da sacrocolpopexia, e pode ter consequências com risco á vida. As complicações associadas à sacrocolpopexia aberta incluem cistotomia (3.1%), enterotomia (1.6%), problemas incisionais (4.6%), íleo paralítico (3.6%), eventos tromboembólicos (3.3%) e necessidade de transfusão (4.4%).[57]Nygaard IE, McCreery R, Brubaker L, et al. Abdominal sacrocolpopexy: a comprehensive review. Obstet Gynecol. 2004 Oct;104(4):805-23.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15458906?tool=bestpractice.com
[58]Jia XG, Glazener C, Mowatt G, et al. Systematic review of the efficacy and safety of using mesh in surgery for uterine or vaginal vault prolapse. Int Urogynecol J. 2010 Nov;21(11):1413-31.
https://www.crd.york.ac.uk/crdweb/ShowRecord.asp?LinkFrom=OAI&ID=12011000593#.VFpCevmsXTY
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20552168?tool=bestpractice.com
[59]Geoffrion R, Larouche M. Guideline No. 413: Surgical management of apical pelvic organ prolapse in women. J Obstet Gynaecol Can. 2021 Apr;43(4):511-23.e1.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33548503?tool=bestpractice.com
Atualmente, não há produtos de malha transvaginal aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA para o tratamento do POP. A FDA dos EUA tem recebido centenas de relatos de complicações envolvendo o uso de malha no reparo transvaginal do POP, incluindo infecção, sangramento, dor pélvica, dor durante a relação sexual, perfuração de órgãos e problemas urinários em decorrência de erosão da malha para os tecidos circundantes. Em 2019, a FDA solicitou a retirada da prática o uso de malhas vaginais para reparo de POP e ordenou que os fabricantes de todos os kits de malhas transvaginais restantes para reparo de POP parassem de vender e distribuir seus produtos nos EUA imediatamente.[60]US Food and Drug Administration. FDA takes action to protect women’s health, orders manufacturers of surgical mesh intended for transvaginal repair of pelvic organ prolapse to stop selling all devices. Apr 2019 [internet publication].
https://www.fda.gov/news-events/press-announcements/fda-takes-action-protect-womens-health-orders-manufacturers-surgical-mesh-intended-transvaginal
O National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido não recomenda mais o uso de malha vaginal para o reparo de POP.[28]National Institute for Health and Care Excellence. Urinary incontinence and pelvic organ prolapse in women: management. Jun 2019 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng123
[61]National Institute for Health and Care Excellence. Transvaginal mesh repair of anterior or posterior vaginal wall prolapse. Dec 2017 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ipg599
A lesão ureteral é a complicação mais frequentemente relatada após a suspensão do ligamento uterossacro, e foi mais comum em comparação com a fixação sacroespinhal.[59]Geoffrion R, Larouche M. Guideline No. 413: Surgical management of apical pelvic organ prolapse in women. J Obstet Gynaecol Can. 2021 Apr;43(4):511-23.e1.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33548503?tool=bestpractice.com
Aproximadamente 40% das mulheres com prolapso apical ou anterior que não apresentam incontinência desenvolvem incontinência urinária pós-operatória, e pode ser necessário tratamento adicional.[19]American College of Obstetricians and Gynecologists. Urinary incontinence in women: ACOG practice bulletin no.155. Obstet Gynecol. 2015 Nov;126(5):e66-81.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26488524?tool=bestpractice.com
[28]National Institute for Health and Care Excellence. Urinary incontinence and pelvic organ prolapse in women: management. Jun 2019 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng123
Cirurgia para incontinência concomitante
Até 80% das mulheres com POP apresentam incontinência urinária coexistente.[19]American College of Obstetricians and Gynecologists. Urinary incontinence in women: ACOG practice bulletin no.155. Obstet Gynecol. 2015 Nov;126(5):e66-81.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26488524?tool=bestpractice.com
[62]Bai SW, Jeon MJ, Kim JY, et al. Relationship between stress urinary incontinence and pelvic organ prolapse. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct. 2002;13(4):256-60.
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Se os sintomas forem incômodos, o POP e a incontinência urinária por esforço podem ser tratadas simultaneamente para reduzir uma incontinência urinária de esforço persistente ou agravada após a cirurgia para prolapso.[22]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 214: pelvic organ prolapse. Nov 2019 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2019/11/pelvic-organ-prolapse
A via de acesso para reparo de prolapso determina o tipo de procedimento de continência.[19]American College of Obstetricians and Gynecologists. Urinary incontinence in women: ACOG practice bulletin no.155. Obstet Gynecol. 2015 Nov;126(5):e66-81.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26488524?tool=bestpractice.com
[63]Baessler K, Christmann-Schmid C, Maher C, et al. Surgery for women with pelvic organ prolapse with or without stress urinary incontinence. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Aug 19;(8):CD013108.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD013108/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30121956?tool=bestpractice.com
As pacientes com POP que não apresentam incontinência urinária por esforço devem ser informadas de que o risco de incontinência urinária por esforço "de novo" é maior se um procedimento de continência não for realizado, mas o risco de efeitos adversos aumenta com um procedimento adicional.[19]American College of Obstetricians and Gynecologists. Urinary incontinence in women: ACOG practice bulletin no.155. Obstet Gynecol. 2015 Nov;126(5):e66-81.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26488524?tool=bestpractice.com
A colpossuspensão de Burch concomitante à sacrocolpopexia abdominal e o sling uretral médio retropúbico concomitante à cirurgia vaginal para reparo de POP reduzem o risco de incontinência urinária por esforço pós-operatória nas mulheres sem incontinência pré-operatória.[63]Baessler K, Christmann-Schmid C, Maher C, et al. Surgery for women with pelvic organ prolapse with or without stress urinary incontinence. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Aug 19;(8):CD013108.
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[64]Wei JT, Nygaard I, Richter HE, et al; Pelvic Floor Disorders Network. A midurethral sling to reduce incontinence after vaginal prolapse repair. N Engl J Med. 2012 Jun 21;366(25):2358-67.
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[65]Brubaker L, Cundiff GW, Fine P, et al; Pelvic Floor Disorders Network. Abdominal sacrocolpopexy with Burch colposuspension to reduce urinary stress incontinence. N Engl J Med. 2006 Apr 13;354(15):1557-66.
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[
]
For continent women with pelvic organ prolapse (POP), how do different POP surgeries compare?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.4159/fullMostre-me a resposta Na maioria dos estudos disponíveis, os dados são insuficientes para afirmar se um procedimento de continência concomitante afeta as taxas de POP recorrente, a necessidade de cirurgia adicional ou a bexiga hiperativa pós-operatória.[63]Baessler K, Christmann-Schmid C, Maher C, et al. Surgery for women with pelvic organ prolapse with or without stress urinary incontinence. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Aug 19;(8):CD013108.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD013108/full
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O National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido não recomenda a cirurgia para prevenir incontinência em mulheres que tiverem passado por cirurgia para prolapso e não tiverem incontinência.[28]National Institute for Health and Care Excellence. Urinary incontinence and pelvic organ prolapse in women: management. Jun 2019 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng123