Abordagem

O prolapso uterino é diagnosticado por exame clínico e estadiado de acordo com a extensão do deslocamento para baixo da área vaginal mais afetada.[24]

História clínica

Os principais fatores de risco para prolapso incluem parto vaginal anterior, idade avançada, obesidade, cirurgia anterior para prolapso, história familiar de prolapso, ascendência branca, distúrbios do tecido conjuntivo e aumento da pressão intra-abdominal (por exemplo, doença obstrutiva das vias aéreas crônica, constipação crônica com esforço excessivo, levantamento de pesos e atividade física intensa).

O sintoma mais específico do prolapso de órgãos pélvicos (POP) é a paciente relatar ver ou sentir a vagina ou o colo uterino sendo projetados pela abertura vaginal, o que também se correlaciona com a gravidade.[20] A paciente frequentemente descreve uma sensação de abaulamento, pressão, preenchimento ou peso na região pélvica. O peso é frequentemente descrito como um desconforto arrastado ou uma pressão na parte inferior do abdome ou na pelve. Em certos casos, uma disfunção miccional ou de armazenamento acompanha o desconforto pélvico, apresentando-se com retenção urinária ou incontinência urinária, respectivamente.[19]​ As mulheres tornam-se progressivamente mais sintomáticas depois de ficarem em pé por períodos prolongados ou de esforços físicos. Uma disfunção defecatória e a disfunção sexual (dispareunia) podem coexistir. Esses distúrbios concomitantes provavelmente não estão diretamente relacionados à POP, embora compartilhem fatores de risco semelhantes e possam persistir após um reparo anatômico bem-sucedido.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Estágio III do prolapso apical segundo a quantificação de prolapso dos órgãos pélvicos (POP-Q)Do acervo do Prof L. Brubaker e do Dr L. Lowenstein; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@6a2195ef[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Estágio IV do prolapso uterovaginal total (procidência) segundo a quantificação de prolapso dos órgãos pélvicos (POP-Q)Do acervo do Prof L. Brubaker e do Dr L. Lowenstein; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@778d9c1d

Exame físico

Qualquer mulher com queixas ginecológicas relacionadas aos sintomas de POP deve ser submetida a um exame pélvico.[25]

O exame físico deve ser realizado com a paciente em repouso e realizando esforços, tanto na posição supina quanto em pé.

O tônus dos músculos do assoalho pélvico deve ser avaliado.

É necessário um exame ginecológico completo, incluindo exame bimanual, a fim de estimar o tamanho do útero e o comprimento cervical.

Uma massa vaginal é palpada ao exame digital.

Um espéculo vaginal é usado para visualizar o colo uterino e a cúpula vaginal, enquanto a paciente realiza uma manobra de Valsalva. A lâmina fixa do espéculo desmontado é colocada para apoiar a parede vaginal posterior para a avaliação de um prolapso apical ou anterior. Enquanto isso, a parede vaginal anterior é apoiada para avaliação de um prolapso posterior.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Estágio III do prolapso apical segundo a quantificação de prolapso dos órgãos pélvicos (POP-Q)Do acervo do Prof L. Brubaker e do Dr L. Lowenstein; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@73d6b18e[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Estágio IV do prolapso uterovaginal total (procidência) segundo a quantificação de prolapso dos órgãos pélvicos (POP-Q)Do acervo do Prof L. Brubaker e do Dr L. Lowenstein; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@71e8851e

Um exame de quantificação sistemática do prolapso dos órgãos pélvicos (POP-Q) define a extensão do prolapso e estabelece os segmentos da vagina que são afetados (anterior, posterior ou apical).[22]​ Consulte Critérios.

Investigações

As mulheres com prolapso avançado (estágio 3 ou 4) muitas vezes têm dificuldades de micção, o que pode resultar em retenção urinária, infecções do trato urinário recorrentes e, em casos raros, danos ao parênquima renal.[22] A função do trato urinário inferior deve ser avaliada pela avaliação da perda e do tipo de urina (incontinência urinária de esforço ou de urgência) e pela adequação do esvaziamento da bexiga.[22]

Se o prolapso estiver além do hímen ou se a paciente apresentar incontinência concomitante, a avaliação do volume do resíduo pós-miccional é importante, principalmente se houver planejamento de uma intervenção cirúrgica. O volume do resíduo pós-miccional pode indicar disfunção miccional, a qual pode progredir para retenção completa após a intervenção cirúrgica.[19]​​[22]​​​​[26]​ Antes de consentir com a cirurgia vaginal para reparar o POP, é indicada uma avaliação para incontinência urinária de esforço oculta, por meio da realização de um teste de esforço por tosse ou teste urodinâmico após a redução do útero prolapsado por um pessário ou cotonete.[19]​ A urinálise também é recomendada como parte da avaliação inicial das pacientes com sintomas do trato urinário baixo, pois a infecção é conhecida por exacerbar os sintomas de incontinência.[27][28][29]​​

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