Etiologia
Lesões por inalação normalmente resultam de uma exposição óbvia a substâncias nocivas por via inalatória produzidas por combustão. Embora a exposição e a presença de lesão possam ser claras, muitas inalações tóxicas múltiplas podem ocorrer simultaneamente e são mais difíceis de discernir. Indivíduos que parecem ter sido expostos de forma similar podem ter lesões bem diferentes, pois as condições no local de exposição mudam muito rápido. Fatores causais comuns em incêndios residenciais são calor, gases inertes que deslocam oxigênio (por exemplo, nitrogênio, hidrogênio, metano), gases tóxicos (por exemplo, monóxido de carbono, cianeto de hidrogênio, amônia, dióxido de enxofre) e material particulado (pó e fumaça).[1][10][11] Exposições no ambiente de trabalho variam muito conforme a indústria, o que reforça a importância de uma história detalhada e da aquisição de fichas de informações de segurança de materiais para substâncias específicas presentes no local de exposição. A duração e a intensidade da exposição também são fatores essenciais para a determinação da gravidade da lesão por inalação.
Fisiopatologia
A fisiopatologia da lesão por inalação reflete a heterogeneidade das exposições. Grandes categorias de lesões incluem lesão térmica direta, asfixia, efeitos tóxicos sistêmicos e lesão direta às vias aéreas.[11] Apesar das temperaturas extremas, o ar seco em um incêndio não retém muito calor, que é dissipado rapidamente nas vias aéreas superiores. Assim, a lesão térmica costuma ocorrer apenas nas vias aéreas mais superiores, causando edema e comprometimento das vias aéreas.[2][12] Lesões por vapor são a exceção, pois a extrema capacidade térmica do vapor é maior que a capacidade da via aérea de dissipar o calor.[13] A asfixia simples ocorre quando altas concentrações de gases inertes deslocam o oxigênio. Asfixiantes químicos absorvidos, como monóxido de carbono e cianeto de hidrogênio, são mais pertinentes a indivíduos afastados da exposição, e podem ter efeitos metabólicos prolongados ao interromper o transporte de oxigênio para as células.[11][14] Muitos outros gases absorvidos causam toxicidade sistêmica e inflamação. Em pacientes queimados, esse efeito é muitas vezes agravado por um efeito similar decorrente de queimaduras cutâneas, resultando em altos índices de síndrome do desconforto respiratório agudo.[15] Além disso, materiais gasosos e particulados podem causar lesão direta às células das vias aéreas, causando broncoconstrição, edema, morte de células epiteliais com descamação, diminuição da remoção de partículas pelas vias aéreas e obstrução das vias aéreas.[1][11]
Classificação
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