Prognóstico

Luxação do ombro

  • A incidência de instabilidade recorrente em pacientes com menos de 25 anos de idade, que tiveram tratamento não cirúrgico, com ou sem tipoia de imobilização, varia de 50% a 95%.[46][93][94] Em um estudo, pacientes com fraturas concomitantes de tuberosidade maior tiveram uma taxa de recorrência de 8%.[46] Também foi relatado que a presença de lesões de Hill-Sachs e lesões ósseas de Bankart está associada a maior recorrência.[95]

  • A imobilização na rotação externa não parece ser mais eficaz do que a imobilização na rotação interna após a luxação anterior aguda do ombro.[96][97] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Luxação do dedo

  • O prognóstico é afetado negativamente pela presença de fraturas concomitantes, luxações irredutíveis, lesões abertas e/ou lesões nos ligamentos ou tendões.

Luxação patelar

  • Foi estimado que o risco de recorrência após uma luxação aguda, tratada com ou sem cirurgia, está presente em 25% a 71% dos pacientes. No entanto, mesmo com luxações recorrentes, aproximadamente 75% dos pacientes relatam que os resultados com o tratamento não cirúrgico variam de bons a excelentes.[98][99][100]

  • A reconstrução do ligamento femoropatelar medial (LFPM) para a instabilidade femoropatelar foi associada a uma alta taxa de sucesso em uma revisão sistemática da literatura.[83] A reconstrução do LPFM causa menos luxações recorrentes que o reparo do LPFM.[101] Tanto o reparo quanto a reconstrução fazem com que o paciente recupere os níveis de atividade pré-lesão com sucesso.[101]

Luxação do cotovelo

  • A luxação do cotovelo sem fratura associada geralmente apresenta um prognóstico favorável, quando tratada através de redução fechada, sendo relativamente rara a instabilidade com rigidez.[33][85][86][87] Com amplitude de movimentos precoce, a maioria dos pacientes recupera a função normal do membro afetado.[88] Vários estudos mostraram melhores desfechos com a mobilização precoce que com imobilização em pacientes com luxações simples.

  • Os pacientes com fraturas concomitantes, sobretudo da apófise coronoide e da cabeça do rádio, necessitam de correção cirúrgica para estabilizar o cotovelo. Mesmo depois da intervenção cirúrgica, os desfechos funcionais variam de moderados a insatisfatórios em mais de 50% dos pacientes com luxações complexas.[102]

Luxação do quadril

  • Os fatores que influenciam o desfecho incluem a extensão de outras lesões graves, o tempo até a redução, a direção da luxação e a condição geral do paciente antes da luxação. O desfecho para pacientes individuais depende em grande parte do desenvolvimento de complicações tardias, como artrite, osteonecrose e paralisia do nervo ciático.[52]

  • Devido à natureza de alta energia das luxações nativas do quadril, elas raramente são observadas sem lesão concomitante.[38] As lesões associadas apresentam um efeito prognóstico desfavorável sobre o desfecho clínico. Lesões do nervo ciático são mais frequentes após a fratura/luxações em comparação com as luxações puras. Estas lesões geralmente são parciais, e na maioria das vezes afetam a distribuição do nervo peroneal (fibular). Remissão após redução da luxação ocorre via de regra, e uma exploração maior não é necessária, a menos que a função do nervo esteja intacta antes da redução e depois tenha sido perdida.[103]

  • As luxações anteriores isoladas sem lesão ou fratura da cabeça do fêmur apresentam um prognóstico melhor que as luxações posteriores semelhantes.[52]

  • Geralmente, acredita-se que o fator prognóstico mais importante seja o tempo até a redução, pois isso se correlaciona diretamente com o risco subsequente de desenvolver osteonecrose da cabeça do fêmur, que é um indicador de prognóstico desfavorável dos desfechos clínicos.[38] A taxa de osteonecrose após luxação do quadril varia amplamente. Se o quadril for reduzido em 6 horas, a taxa é de aproximadamente 2% a 10%.[52] Uma metanálise revelou que se o quadril for reduzido após 12 horas, o risco de desenvolver osteonecrose é 5.6 vezes maior versus redução antes de 12 horas. Quando a osteonecrose ocorre, ela geralmente aparece dentro de 2 anos após a lesão, mas já foi observada em um período de 8 anos após a lesão. Portanto, deve-se fazer o acompanhamento dos pacientes com exames de imagens para monitorar os sinais de osteonecrose.[52]

  • A artrite é a complicação mais comum em pacientes que sofreram uma luxação traumática do quadril e estima-se que afete 20%. Provavelmente resulta de lesão da cartilagem articular durante a luxação inicial.[52]

  • O pinçamento femoroacetabular é outra complicação potencial, embora a incidência seja desconhecida. Pacientes com menos de 50 anos devem ser acompanhados quanto ao seu desenvolvimento. Embora o tipo "cam" ou pinçamento, ou uma combinação, possa se desenvolver, o tipo "cam" é mais comum nessa população.[52]

  • As luxações do quadril recorrentes após uma luxação do quadril simples inicial são raras, com uma taxa de incidência de apenas 1%.[52]

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