História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os fatores de risco principais de luxação de articulações são atividades esportivas, ligamentos frouxos, síndrome de Ehlers-Danlos, homens entre a adolescência e 40 anos de idade (ombro e dedo), mulheres de 61 a 80 anos de idade (ombro), história prévia de instabilidade da articulação, displasia esquelética ou muscular (patela), ângulo Q elevado (patela), torção tibial externa (patela) e patela alta.

postura característica da articulação

As luxações anteriores do ombro apresentam o braço em uma posição característica de rotação externa e ligeira abdução. Luxações posteriores do ombro são raras e apresentam o braço mantido em adução e rotação interna; o ombro não consegue ser rotacionado externamente, ativa ou passivamente. As luxações inferiores do ombro apresentam o braço totalmente abduzido e o cotovelo muitas vezes flexionado sobre a cabeça, ou por trás dela.[21][22][54]

A luxação patelar com frequência apresenta um joelho edemaciado mantido em flexão com uma proeminência lateral óbvia.

A luxação do cotovelo geralmente apresenta o cotovelo mantido em flexão.

A aparência clássica de luxação posterior do quadril é com o quadril em posição de flexão, rotação interna e adução. Com as luxações anteriores do quadril, o quadril é classicamente mantido em rotação externa, com leve flexão e abdução.[4]

dor

Os pacientes geralmente sentem muita dor ao se movimentarem e têm grande apreensão em relação à mobilização da articulação afetada.

incapacidade de mover a articulação

Os pacientes geralmente não conseguem mover a articulação nem apresentam amplitude de movimento completa.

sensibilidade

Os pacientes apresentam sensibilidade ao redor da articulação luxada.

edema

Muitas vezes, os pacientes apresentam diferentes graus de edema ao redor da articulação luxada.

lesão do nervo ciático com luxação do quadril

Pode ocorrer com o alongamento do nervo sobre a cabeça do fêmur com luxação posterior. Fragmentos de ossos de uma fratura posterior da parede também podem causar lesão do nervo.[4]

lesão da artéria, veia ou nervo femoral com luxação do quadril

A luxação anterior do quadril pode causar lesão da artéria, veia ou nervo femoral.

lesão concomitante com luxação do quadril

Lesões concomitantes são bastante frequentes com luxações do quadril. As fraturas ipsilaterais do joelho, patela e fêmur são frequentes. Fraturas da pelve e lesões da coluna também podem ser observadas.[4]

lesão do ligamento cruzado com luxação patelar

Pode acompanhar a luxação patelar.

Se a dor permitir, o médico deve também realizar um exame físico completo do joelho para constatar se há lesão concomitante nas demais estruturas ligamentares (por exemplo, testes de gaveta anterior/posterior e de Lachman para examinar os ligamentos cruzados).

rupturas do menisco com luxação patelar

Podem acompanhar a luxação patelar.

O teste de McMurray pode ser usado para avaliar rupturas do menisco em pacientes com luxação patelar.

lesões dos ligamentos do joelho com luxação patelar

Pode acompanhar a luxação patelar.

Os testes do estresse em varo e valgo podem ser usados para avaliar a função de vários ligamentos do joelho.

ruptura do tendão patelar ou do quadríceps com luxação patelar

Pode acompanhar a luxação patelar.

O paciente deve demonstrar a capacidade de realizar um levantamento supino da perna estendida para descartar a possibilidade de ruptura destas estruturas.[16][32][56][57]

Outros fatores diagnósticos

comuns

equimoses com luxação do dedo

As luxações dos dedos podem ser acompanhadas de equimoses (hematomas).

Incomuns

hemartrose com luxação patelar

Com a luxação patelar, pode ocorrer sangramento nos espaços articulares.

Fatores de risco

Fortes

atividades esportivas

Causa mais comum de luxações no ombro, dedo, patela e cotovelo.[5][7][10][14][18][33]

acidente com veículo automotor (luxação do quadril)

A carga axial do fêmur em direção ao acetábulo é o mecanismo classicamente descrito para a luxação do quadril. Costuma ser observada com o impacto do joelho dobrado no painel de instrumentos em acidente com veículo automotor.[36]

frouxidão ligamentar

Pessoas com ligamentos frouxos podem sofrer entorses ou luxações com mais frequência.

Os ligamentos frouxos podem ser generalizados ou restritos a algumas articulações; o caráter é geralmente hereditário. As articulações dos pacientes afetados apresentam uma grande variedade de movimentos (por exemplo, pessoas com “articulação dupla").

Síndrome de Ehlers-Danlos

Pode ser a causa da frouxidão disseminada do tecido conjuntivo. Esta é uma doença hereditária rara caracterizada por articulações excepcionalmente flexíveis, pele muito elástica e tecidos frágeis.

homens entre a adolescência e 30 anos de idade

Lesões no ombro e dedos ocorrem com mais frequência neste grupo de pacientes depois de lesões sofridas no campo esportivo.[7][8][10]

sexo feminino com idade de 61 a 80 anos (luxação de ombro)

As taxas de incidência de luxação do ombro são maiores neste grupo de pacientes.[5][7][8]

história prévia de instabilidade na articulação

Pacientes com uma luxação prévia no ombro ou na patela apresentam maior tendência à reluxação.

displasia esquelética ou muscular

Causa frouxidão da patela como consequência de hipermobilidade ou falta de restrições mediais e parece ser o fator que contribui de forma mais significativa para a instabilidade da articulação patelofemoral.[16][31][32]

torção tibial externa (luxação patelar)

Refere-se à tíbia que gira para fora e está associada a pés pronados em excesso e lesões patelares.[30]

patela alta (luxação patelar)

Refere-se a uma patela alta anormal em relação ao fêmur. Pode também resultar na luxação patelar.[26][28][29]

Fracos

ângulo Q alto (luxação patelar)

Medida do ângulo entre o quadríceps e o tendão patelar. Fornece informações úteis sobre o alinhamento da articulação do joelho que, se estiver fora dos valores normais, pode ser um precursor para lesões causadas por uso repetitivo, como a luxação.[27]

Um ângulo Q elevado muitas vezes é consequência de um posicionamento errado da patela (ou seja, ela não se desloca sobre a frente da articulação do joelho como deveria).

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