Etiologia

As lesões no plexo braquial são bastante raras e podem resultar de uma série de causas. Em adultos, as lesões traumáticas no plexo braquial geralmente estão ligadas a acidentes com veículo automotor, ferimentos por arma de fogo e por arma branca, acidentes em esportes de contato ou acidentes de trabalho durante trabalhos físicos pesados.[5]

Graus menores de lesão podem ser observados em outras situações traumáticas, como posicionamento incorreto durante cirurgia, doenças inflamatórias, como síndrome de Parsonage-Turner, e tumores primários e metastáticos.[11][12] O tumor de Pancoast do ápice do pulmão causa sintomas típicos da raiz inferior, como dor e paralisia na mão, e suficientemente comum para que deva ser considerado em qualquer caso de dor significativa na mão que não apresente outra causa óbvia.[13]

Alguns distúrbios metabólicos, incluindo diabetes mellitus, doenças hepáticas e doenças renais podem resultar em lesão do nervo.[14]

Fisiopatologia

As muitas causas da lesão no plexo braquial têm em comum uma eventual descontinuidade da função do nervo. Isso pode ocorrer por:

  • Descontinuidade física dos axônios, como em lesões penetrantes

  • Compressão extrínseca das fibras nervosas por tumores primários, tumores metastáticos ou posicionamento dos membros, ou por presença de costela cervical ou anomalias na primeira costela

  • Causas metabólicas podem comprometer os sistemas internos de transporte ativo metabólico no axônio, resultando em perda de condutividade elétrica.

Como todos os nervos somáticos, incluindo os do plexo braquial, estão envolvidos no movimento voluntário e na sensibilidade cutânea, uma lesão no plexo braquial acarretará perda dessas funções. Pode haver alterações vasculares adicionais decorrentes do envolvimento do nervo simpático, mas, em geral, suas manifestações e consequências são mais leves.[15]

Embora a maioria das cirurgias reconstrutoras seja feita em casos de descontinuidade física dos nervos após trauma direto, compressões duradouras graves e inflamações podem também requerer manejo cirúrgico.[16]

Classificação

Classificação de Sunderland[3]

Baseada em limites anatômicos nos nervos que são ultrapassados de acordo com a força crescente do trauma. Há 5 graus de lesão, que vão desde simples distensões/compressões a transecções completas:

  • Lesão de primeiro grau: o axônio permanece intacto; inclui bloqueios de condução

  • Lesão de segundo grau: o axônio é rompido, mas o endoneuro, o perineuro e o epineuro ficam intactos

  • Lesão de terceiro grau: axônio e endoneuro danificados, deixando o padrão fascicular intacto

  • Lesão de quarto grau: axônio, endoneuro e perineuro danificados

  • Lesão de quinto grau: lesão completa.

Classificação de Seddon[4]

Baseada em achados clínicos de acordo com a força crescente do trauma. Há 3 graus de lesão, que vão desde simples distensões/compressões a transecções completas:

  • Neuropraxia (primeiro grau de Sunderland)

  • Axonotmese (segundo grau de Sunderland)

  • Neurotmese (quinto grau de Sunderland).

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