História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

início agudo dos sintomas

Pode sugerir entorse ou distensão.

mecanismo da lesão

Tempo, circunstância e tipo de trauma apresentado, incluindo força e direção do mesmo.

O exercício excêntrico apresenta maior probabilidade de causar lesão na junção musculotendinosa. Esse tipo de exercício se correlaciona com alongamento forçado do músculo em contração (por exemplo, ao abaixar um peso).

dor intensa

Dor que pareça ser desproporcional à lesão e seu mecanismo pode indicar lesão de grau 3 ou ruptura completa.

edema

O volume depende em parte da gravidade e em parte do tempo decorrido desde a lesão, podendo levar até 24 horas para que a extensão completa do inchaço se manifeste.

hematomas

A distensão muscular geralmente resulta em hematoma extenso.

Nos hematomas intramusculares, o sangramento é contido na bainha do músculo, resultando em dor e inchaço localizado. Nos hematomas extramusculares, o sangramento se infiltra nos espaços intermusculares; a dor é menor que a causada por hematomas intramusculares, sendo o inchaço mais difuso.

fenda palpável na posição normal no tendão de Aquiles (ruptura do tendão de Aquiles)

Pode ser detectada em pacientes com ruptura do tendão de Aquiles.[26]

teste de aperto da panturrilha positivo (ruptura do tendão de Aquiles)

Também denominado teste Simmonds/Thompson.

Teste clínico com a sensibilidade e a especificidade mais altas com relação à ruptura do tendão de Aquiles. Realizado solicitando-se que o paciente se deite em posição prona com os pés fora do colchão de exame. O examinador aperta a panturrilha do paciente distalmente ao ponto mais espesso. Se o tendão de Aquiles estiver intacto, será observada uma flexão plantar do pé. Com o rompimento do tendão de Aquiles, o pé consegue apresentar uma leve flexão plantar (devido ao músculo plantar estar intacto), porém, em grau muito menor que a do pé não lesionado.[26]

teste de Matles positivo (ruptura do tendão de Aquiles)

Para realizar esse teste, solicita-se que o paciente se deite em posição prona com os joelhos flexionados a 90 graus. Na presença de ruptura do tendão de Aquiles, o pé lesionado deve assumir uma posição que apresenta uma flexão dorsal mais acentuada que a do pé não lesionado.[26]

teste de aperto do bíceps positivo (ruptura do tendão do bíceps)

Avalia a integridade do tendão do bíceps.[27]

teste de “gancho” positivo (ruptura do tendão do bíceps)

Um teste positivo sugere de forma robusta a avulsão completa do tendão do bíceps.

Consiste na supinação ativa do braço pelo paciente com o cotovelo flexionado a 90 graus. O examinador então tenta enganchar seu dedo indicador sob o tendão do bíceps no lado lateral. Isso é possível caso o tendão do bíceps esteja intacto. Entretanto, na presença de avulsão distal do tendão do bíceps, o examinador não deve conseguir sentir a estrutura semelhante a uma corda e, portanto, não será capaz de enganchar o dedo embaixo dela.[28]

Incomuns

som de estalo

História de som de estalo pode sugerir distensão de grau 3

deformidade

Mais comum nas fraturas que nas entorses ou nas distensões.

Outros fatores diagnósticos

comuns

lesão prévia

História de várias pequenas lesões pode indicar tendência de entorse muscular grave (e não de fratura).

sintoma com duração superior a alguns dias

Possivelmente sugere graus mais intensos de lesão.

amplitude de movimentos (ADM) limitada

A limitação da ADM é mais comum na fase aguda. A não recuperação do movimento apesar da melhora na dor e no inchaço pode sugerir distensão de grau 3.

fraqueza

Mais comum na fase aguda em decorrência da inibição da contração pela dor.

Fatores de risco

Fortes

tipo de esporte (basquete, patinação no gelo, futebol, esportes de contato)

A incidência de lesão e entorse do tornozelo pode ser maior nos jogos de quadra e esportes coletivos.[9]

A prevalência relatada de lesões no tornozelo é maior no basquete, patinação no gelo e futebol.[18]

Esportes de contato podem aumentar o risco de contusão.

variação anatômica

Variações anatômicas dos pés, como pés chatos ou frouxidão articular generalizada, podem afetar o risco de lesão no tornozelo.[19]

A dorsiflexão limitada do tornozelo em crianças pode aumentar o risco de lesão no tornozelo.[20]

exercício excêntrico

Esse tipo de exercício se correlaciona com alongamento forçado do músculo em contração (por exemplo, ao abaixar um peso).

As forças geradas no músculo ativado excentricamente são maiores que as do músculo ativado concentricamente, aumentando, desta forma, a suscetibilidade à lesão.[14]

arquitetura penada dos músculos e fibras musculares tipo II (contração rápida)

Constatou-se que um número maior de músculos penados (músculos com um tendão central para o qual as fibras musculares convergem) apresenta um percentual mais alto de alongamento antes da falha que músculos menos penados. As fibras musculares do tipo II (contração rápida) comumente sofrem mais lesões.[21][22]

unidades músculo-tendão que abrangem 2 articulações

Músculos como o reto femoral, o semitendinoso e os músculos gastrocnêmios comumente sofrem mais lesões.[23][24]

Fracos

história pregressa de entorse de tornozelo

Uma história prévia de entorse no tornozelo foi citada como fator de risco comum num estudo prospectivo sobre o basquete recreativo.[25]

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