Etiologia

As lesões musculares podem ser causadas por contusão, distensão ou laceração.[10][11]

Mais de 90% de todas as lesões esportivas consistem em contusões ou distensões.[11]

Uma contusão muscular ocorre quando um músculo é submetido a uma força compressora intensa e súbita, como uma pancada direta no músculo. Esse tipo de trauma muscular ocorre tipicamente em esportes de contato, enquanto distensões musculares se correlacionam mais comumente a atividades como corridas de velocidade e saltos.[10][12]

Nas distensões, uma força de tensão excessiva aplicada ao músculo leva ao estiramento excessivo das miofibrilas e, consequentemente, a uma ruptura próxima da junção musculotendinosa. As distensões musculares tipicamente afetam músculos superficiais entre 2 articulações, como o reto femoral, o semitendinoso e os músculos gastrocnêmios.[12][13][14]

As lesões ligamentares geralmente consistem em entorses frequentemente decorrentes de alguma força de tensão excessiva que resulta em entorses de grau variado.

Fisiopatologia

A fisiopatologia das entorses e distensões musculoesqueléticas difere, dependendo da estrutura anatômica envolvida.

Lesões musculares

Uma unidade músculo-tendão pode ser lesionada quando é passivamente alongada ou estirada enquanto está ativa. Nos exercícios excêntricos, o músculo em contração é forçosamente alongado; já nos exercícios concêntricos, o músculo é encurtado. Se por um lado as contrações concêntricas iniciam os movimentos, as excêntricas diminuem a velocidade dos mesmos e os interrompem. Uma lesão de distensão frequentemente ocorre devido à contração excêntrica. As forças geradas no músculo ativado excentricamente são maiores que as do músculo ativado concentricamente, aumentando, desta forma, a suscetibilidade à lesão.[15]

A recuperação de um músculo esquelético lesionado geralmente segue um padrão constante, independentemente da causa subjacente (contusão, distensão ou laceração).[13][16]

Foram identificadas três fases nesse processo:

  1. Fase de destruição, caracterizada pela ruptura e necrose subsequente das miofibrilas, formação de hematoma entre os cotos do músculo rompido e reação celular inflamatória.

  2. Fase de reparação, que consiste em fagocitose do tecido necrosado, regeneração das miofibrilas e produção concomitante de uma cicatriz do tecido conjuntivo, bem como o crescimento capilar para dentro da área lesionada.

  3. Fase de remodelação, período no qual as miofibrilas regeneradas amadurecem, o tecido cicatrizado se contrai e é reorganizado e a capacidade funcional do músculo é reestabelecida.

Lesões de ligamentos

A lesão de um ligamento, geralmente devido à ruptura de uma série sequencial de feixes de fibras de colágeno, pode alterar sua estrutura e fisiologia. A lesão ligamentar pode ser resolvida pela formação de tecido cicatricial, que é biologicamente e biomecanicamente inferior ao ligamento que substitui. A frouxidão articular pode persistir após uma lesão ligamentar.[17]

Classificação

Classificação de acordo com o mecanismo das lesões[1]

Lesão indireta: distensão muscular

  • Sem contato direto

  • As lesões ocorrem na junção musculotendinosa

  • Frequentemente ocorre devido à contração excêntrica. As contrações excêntricas diminuem a velocidade ou interrompem os movimentos (por exemplo, ao abaixar um peso).

Indireta: dor muscular de início tardio

  • Ocorre 24 a 48 horas após exercícios físicos não rotineiros

  • Resolve-se em até 5 a 7 dias

  • Exercício excêntrico. Esse tipo de exercício se correlaciona com alongamento forçado do músculo em contração.

Lesão direta

  • Força direta

  • Pode ocorrer miosite ossificante.

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