Abordagem

A maioria dos casos de impetigo bolhoso e não bolhoso é tratada sem a necessidade de cuidados médicos.[25]​ O tratamento padrão da doença local sem manifestações sistêmicas é por meio de antibióticos tópicos.[26]​ Os antibióticos orais são reservados para pacientes com doença mais grave ou refratária ao tratamento.​[24][27]​​[28]​​​​ Antibióticos intranasais são usados para pacientes com carreamento nasal crônico de bactérias causativas. Medidas de higiene da pele e o uso de agentes antissépticos que reduzam a densidade das bactérias patogênicas na pele são úteis para a maioria dos pacientes.

A pele rompida por trauma menor ou como resultado de outra doença fica particularmente exposta à infecção. Assim, qualquer causa subjacente (inclusive feridas, dermatite, picadas de insetos e escabiose) deve ser descartada e tratada.[1]

Neonatos

Realize o tratamento com antibióticos em neonatos em colaboração com um dermatologista pediátrico ou especialista em doenças infecciosas.

Pacientes que apresentam impetigo não bolhoso no primeiro mês de vida requerem antibióticos orais quando a Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) é excluída ou improvável. A eritromicina é recomendada como tratamento de primeira linha. A vancomicina intravenosa é recomendada quando o exame indica a presença de MRSA.[26][29]

Para neonatos com impetigo bolhoso, recomenda-se a antibioticoterapia parenteral com nafcilina, oxacilina ou clindamicina; a vancomicina é recomendada para casos de MRSA.[26][29]

Adultos, crianças e lactentes: infecção superficial ou limitada

Esses pacientes não apresentam evidências de envolvimento de tecidos moles profundos (abscesso, celulite) nem disseminação hematogênica (febre, sintomas constitucionais). As diretrizes do National Institute for Health and Care Excellence (NICE) no Reino Unido recomendam um creme à base de peróxido de hidrogênio como tratamento de primeira linha.[24] Antibióticos tópicos, como a mupirocina, o ácido fusídico, a retapamulina e o ozenoxacino devem ser usados se o creme à base de peróxido de hidrogênio não for adequado (por exemplo, se houver impetigo ao redor dos olhos) ou for ineficaz, exceto quando houver resistência.[26][27][28]​​​[30][31][32]

Adultos, crianças e lactentes: lesões cutâneas disseminadas

Esses pacientes não apresentam evidências de envolvimento de tecidos moles profundos (abscesso, celulite) nem disseminação hematogênica (febre, sintomas constitucionais). Os antibióticos orais, incluindo dicloxacilina ou flucloxacilina, eritromicina ou uma cefalosporina de primeira geração (por exemplo, cefalexina), são os agentes de escolha.[24][27]​ Pacientes imunocomprometidos apresentam maior risco de desenvolver um ciclo de infecção complicado; o tratamento com antibióticos parenterais é considerado para pacientes com lesões disseminadas e que estejam gravemente imunocomprometidos.[26][29]​ Se houver suspeita de MRSA (casos de celulite ou abscesso espontâneo; lesões que não se curam com a antibioticoterapia recomendada) e/ou se ele for determinado pelo teste de sensibilidade aos antibióticos, as opções antibióticas apropriadas incluem clindamicina, sulfametoxazol/trimetoprima, ou doxiciclina.[27][28][33]

Adultos, crianças e lactentes: envolvimento de tecidos moles profundos ou disseminação hematogênica

Esses pacientes apresentam doença de pele mais extensa (abscesso, celulite) ou evidências de disseminação hematogênica (febre, sintomas constitucionais). A antibioticoterapia parenteral com nafcilina, oxacilina ou clindamicina é recomendada.[34]​ Quando há suspeita de MRSA (casos de celulite ou abscesso espontâneo; lesões que não se curam com a antibioticoterapia recomendada) e/ou ele é confirmado pelo teste de sensibilidade aos antibióticos, a vancomicina é o antibiótico de escolha.[27]​ Alternativas à vancomicina incluem oritavancina, dalbavancina e tedizolida. A colaboração com um especialista em doenças infecciosas (pediátrico ou adulto) deve ser considerada durante o tratamento de lactentes, crianças, pacientes imunocomprometidos ou qualquer paciente que responda de maneira insatisfatória ao tratamento inicial com antibióticos parenterais.

Antibióticos intranasais para colonização bacteriana nasal crônica

Para pacientes que sofrem recidivas frequentes de impetigo, um antibiótico intranasal (aplicado nas narinas na mesma frequência que o uso tópico de antibióticos por 5 a 7 dias do mês) é adicionalmente usado.[35]​ No caso em que vários familiares, além do paciente, sejam afetados por impetigo, o antibiótico intranasal isolado deve ser prescrito para os familiares não afetados. Em ambos os casos, a intenção é diminuir a colonização nasal pelas bactérias, pois o reservatório nasal pode servir como fonte de reinfecção de um indivíduo ou de disseminação da infecção entre contatos próximos.

Medidas de higiene da pele

A lavagem duas vezes ao dia com água e sabão é um bom cuidado geral da pele para todos os pacientes com impetigo, pois essa medida ajuda a reduzir a quantidade de bactérias na pele. Para crianças mais velhas e adultos, particularmente aqueles em que a infecção está mais disseminada pela pele, a clorexidina pode ser um bom agente antibacteriano a ser incluído na rotina.[35]​ Entretanto, a clorexidina não é recomendada em neonatos nem em crianças menores de 4 anos de idade (por problemas relacionados à sua potencial toxicidade com absorção).

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