A maioria dos casos de impetigo bolhoso e não bolhoso é tratada sem a necessidade de cuidados médicos.[25]Hoffmann TC, Peiris R, Glasziou P, et al. Natural history of non-bullous impetigo: a systematic review of time to resolution or improvement without antibiotic treatment. Br J Gen Pract. 2021;71(704):e237-42.
https://www.doi.org/10.3399/bjgp20X714149
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33558328?tool=bestpractice.com
O tratamento padrão da doença local sem manifestações sistêmicas é por meio de antibióticos tópicos.[26]Koning S, van der Sande R, Verhagen AP, et al. Interventions for impetigo. Cochrane Database Syst Rev. 2012 Jan 18;(1):CD003261.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003261.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22258953?tool=bestpractice.com
Os antibióticos orais são reservados para pacientes com doença mais grave ou refratária ao tratamento.[24]National Institute for Health and Care Excellence. Impetigo: antimicrobial prescribing. Feb 2020 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng153
[27]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52.
https://www.doi.org/10.1093/cid/ciu444
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com
[28]Kwak YG, Choi SH, Kim T, et al. Clinical guidelines for the antibiotic treatment for community-acquired skin and soft tissue infection. Infect Chemother. 2017 Dec;49(4):301-25.
https://www.icjournal.org/DOIx.php?id=10.3947/ic.2017.49.4.301
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29299899?tool=bestpractice.com
Antibióticos intranasais são usados para pacientes com carreamento nasal crônico de bactérias causativas. Medidas de higiene da pele e o uso de agentes antissépticos que reduzam a densidade das bactérias patogênicas na pele são úteis para a maioria dos pacientes.
A pele rompida por trauma menor ou como resultado de outra doença fica particularmente exposta à infecção. Assim, qualquer causa subjacente (inclusive feridas, dermatite, picadas de insetos e escabiose) deve ser descartada e tratada.[1]Hartman-Adams H, Banvard C, Juckett G. Impetigo: diagnosis and treatment. Am Fam Physician. 2014 Aug 15;90(4):229-35.
https://www.aafp.org/afp/2014/0815/p229.html
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25250996?tool=bestpractice.com
Neonatos
Realize o tratamento com antibióticos em neonatos em colaboração com um dermatologista pediátrico ou especialista em doenças infecciosas.
Pacientes que apresentam impetigo não bolhoso no primeiro mês de vida requerem antibióticos orais quando a Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) é excluída ou improvável. A eritromicina é recomendada como tratamento de primeira linha. A vancomicina intravenosa é recomendada quando o exame indica a presença de MRSA.[26]Koning S, van der Sande R, Verhagen AP, et al. Interventions for impetigo. Cochrane Database Syst Rev. 2012 Jan 18;(1):CD003261.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003261.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22258953?tool=bestpractice.com
[29]Wallin TR, Hern HG, Frazee BW. Community-associated methicillin-resistant Staphylococcus aureus. Emerg Med Clin North Am. 2008 May;26(2):431-55.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18406982?tool=bestpractice.com
Para neonatos com impetigo bolhoso, recomenda-se a antibioticoterapia parenteral com nafcilina, oxacilina ou clindamicina; a vancomicina é recomendada para casos de MRSA.[26]Koning S, van der Sande R, Verhagen AP, et al. Interventions for impetigo. Cochrane Database Syst Rev. 2012 Jan 18;(1):CD003261.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003261.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22258953?tool=bestpractice.com
[29]Wallin TR, Hern HG, Frazee BW. Community-associated methicillin-resistant Staphylococcus aureus. Emerg Med Clin North Am. 2008 May;26(2):431-55.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18406982?tool=bestpractice.com
Adultos, crianças e lactentes: infecção superficial ou limitada
Esses pacientes não apresentam evidências de envolvimento de tecidos moles profundos (abscesso, celulite) nem disseminação hematogênica (febre, sintomas constitucionais). As diretrizes do National Institute for Health and Care Excellence (NICE) no Reino Unido recomendam um creme à base de peróxido de hidrogênio como tratamento de primeira linha.[24]National Institute for Health and Care Excellence. Impetigo: antimicrobial prescribing. Feb 2020 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng153
Antibióticos tópicos, como a mupirocina, o ácido fusídico, a retapamulina e o ozenoxacino devem ser usados se o creme à base de peróxido de hidrogênio não for adequado (por exemplo, se houver impetigo ao redor dos olhos) ou for ineficaz, exceto quando houver resistência.[26]Koning S, van der Sande R, Verhagen AP, et al. Interventions for impetigo. Cochrane Database Syst Rev. 2012 Jan 18;(1):CD003261.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003261.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22258953?tool=bestpractice.com
[27]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52.
https://www.doi.org/10.1093/cid/ciu444
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com
[28]Kwak YG, Choi SH, Kim T, et al. Clinical guidelines for the antibiotic treatment for community-acquired skin and soft tissue infection. Infect Chemother. 2017 Dec;49(4):301-25.
https://www.icjournal.org/DOIx.php?id=10.3947/ic.2017.49.4.301
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29299899?tool=bestpractice.com
[30]Vogel A, Lennon D, Best E, et al. Where to from here? The treatment of impetigo in children as resistance to fusidic acid emerges. N Z Med J. 2016 Oct 14;129(1443):77-83.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27736855?tool=bestpractice.com
[31]Rosen T, Albareda N, Rosenberg N, et al. Efficacy and safety of ozenoxacin cream for treatment of adult and pediatric patients with impetigo: a randomized clinical trial. JAMA Dermatol. 2018 Jul 1;154(7):806-13.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29898217?tool=bestpractice.com
[32]Gropper S, Albareda N, Chelius K, et al; Ozenoxacin in Impetigo Trial Investigators Group. Ozenoxacin 1% cream in the treatment of impetigo: a multicenter, randomized, placebo- and retapamulin-controlled clinical trial. Future Microbiol. 2014;9(9):1013-23.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25340832?tool=bestpractice.com
Adultos, crianças e lactentes: lesões cutâneas disseminadas
Esses pacientes não apresentam evidências de envolvimento de tecidos moles profundos (abscesso, celulite) nem disseminação hematogênica (febre, sintomas constitucionais). Os antibióticos orais, incluindo dicloxacilina ou flucloxacilina, eritromicina ou uma cefalosporina de primeira geração (por exemplo, cefalexina), são os agentes de escolha.[24]National Institute for Health and Care Excellence. Impetigo: antimicrobial prescribing. Feb 2020 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng153
[27]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52.
https://www.doi.org/10.1093/cid/ciu444
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com
Pacientes imunocomprometidos apresentam maior risco de desenvolver um ciclo de infecção complicado; o tratamento com antibióticos parenterais é considerado para pacientes com lesões disseminadas e que estejam gravemente imunocomprometidos.[26]Koning S, van der Sande R, Verhagen AP, et al. Interventions for impetigo. Cochrane Database Syst Rev. 2012 Jan 18;(1):CD003261.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003261.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22258953?tool=bestpractice.com
[29]Wallin TR, Hern HG, Frazee BW. Community-associated methicillin-resistant Staphylococcus aureus. Emerg Med Clin North Am. 2008 May;26(2):431-55.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18406982?tool=bestpractice.com
Se houver suspeita de MRSA (casos de celulite ou abscesso espontâneo; lesões que não se curam com a antibioticoterapia recomendada) e/ou se ele for determinado pelo teste de sensibilidade aos antibióticos, as opções antibióticas apropriadas incluem clindamicina, sulfametoxazol/trimetoprima, ou doxiciclina.[27]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52.
https://www.doi.org/10.1093/cid/ciu444
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com
[28]Kwak YG, Choi SH, Kim T, et al. Clinical guidelines for the antibiotic treatment for community-acquired skin and soft tissue infection. Infect Chemother. 2017 Dec;49(4):301-25.
https://www.icjournal.org/DOIx.php?id=10.3947/ic.2017.49.4.301
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29299899?tool=bestpractice.com
[33]Bowen AC, Tong SY, Andrews RM, et al. Short-course oral co-trimoxazole versus intramuscular benzathine benzylpenicillin for impetigo in a highly endemic region: an open-label, randomised, controlled, non-inferiority trial. Lancet. 2014 Dec 13;384(9960):2132-40.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25172376?tool=bestpractice.com
Adultos, crianças e lactentes: envolvimento de tecidos moles profundos ou disseminação hematogênica
Esses pacientes apresentam doença de pele mais extensa (abscesso, celulite) ou evidências de disseminação hematogênica (febre, sintomas constitucionais). A antibioticoterapia parenteral com nafcilina, oxacilina ou clindamicina é recomendada.[34]Sartelli M, Coccolini F, Kluger Y, et al. WSES/GAIS/WSIS/SIS-E/AAST global clinical pathways for patients with skin and soft tissue infections. World J Emerg Surg. 2022 Jan 15;17(1):3.
https://www.doi.org/10.1186/s13017-022-00406-2
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35033131?tool=bestpractice.com
Quando há suspeita de MRSA (casos de celulite ou abscesso espontâneo; lesões que não se curam com a antibioticoterapia recomendada) e/ou ele é confirmado pelo teste de sensibilidade aos antibióticos, a vancomicina é o antibiótico de escolha.[27]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52.
https://www.doi.org/10.1093/cid/ciu444
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com
Alternativas à vancomicina incluem oritavancina, dalbavancina e tedizolida. A colaboração com um especialista em doenças infecciosas (pediátrico ou adulto) deve ser considerada durante o tratamento de lactentes, crianças, pacientes imunocomprometidos ou qualquer paciente que responda de maneira insatisfatória ao tratamento inicial com antibióticos parenterais.
Antibióticos intranasais para colonização bacteriana nasal crônica
Para pacientes que sofrem recidivas frequentes de impetigo, um antibiótico intranasal (aplicado nas narinas na mesma frequência que o uso tópico de antibióticos por 5 a 7 dias do mês) é adicionalmente usado.[35]The Primary Care Dermatology Society. Impetigo. May 2022 [internet publication].
https://www.pcds.org.uk/clinical-guidance/impetigo
No caso em que vários familiares, além do paciente, sejam afetados por impetigo, o antibiótico intranasal isolado deve ser prescrito para os familiares não afetados. Em ambos os casos, a intenção é diminuir a colonização nasal pelas bactérias, pois o reservatório nasal pode servir como fonte de reinfecção de um indivíduo ou de disseminação da infecção entre contatos próximos.
Medidas de higiene da pele
A lavagem duas vezes ao dia com água e sabão é um bom cuidado geral da pele para todos os pacientes com impetigo, pois essa medida ajuda a reduzir a quantidade de bactérias na pele. Para crianças mais velhas e adultos, particularmente aqueles em que a infecção está mais disseminada pela pele, a clorexidina pode ser um bom agente antibacteriano a ser incluído na rotina.[35]The Primary Care Dermatology Society. Impetigo. May 2022 [internet publication].
https://www.pcds.org.uk/clinical-guidance/impetigo
Entretanto, a clorexidina não é recomendada em neonatos nem em crianças menores de 4 anos de idade (por problemas relacionados à sua potencial toxicidade com absorção).