História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os principais fatores de risco incluem imobilidade, idade >70 anos, cirurgia recente ou internação em unidade de terapia intensiva, e desnutrição.

uso de superfície de apoio que não oferece alívio da pressão

Um paciente de qualquer idade, com uma ferida ou uma área de pele sem coloração, que tenha ficado deitado totalmente imóvel por um longo período sobre uma superfície não projetada especificamente para reduzir a possibilidade de dano por pressão.

As superfícies de apoio dos colchões convencionais, mesas de operação, macas e cadeiras de rodas não fornecem proteção adequada contra danos por pressão aos pacientes que não consigam se reposicionar sozinhos.

alterações de pele localizadas em áreas sujeitas a pressão

Eritema que não clareia ou área localizada, roxa ou marrom-avermelhada, de pele intacta e sem coloração, que pode ser dolorido, firme, mole, úmido, mais quente ou mais frio que o tecido adjacente.

Isso indica estadiamento inicial de dano ao tecido ou provável formação de ferida.

ferida superficial aberta ou perda de tecido em áreas sujeitas a pressão

Uma bolha ou uma úlcera superficial brilhante ou seca, envolvendo perda parcial da derme, sem tecido necrótico, indica uma úlcera por pressão de estágio 2.

ferida com espessura total em áreas sujeitas a pressão, com ou sem descolamento (tunelização)

Ferida com espessura total, possivelmente contendo algum tecido necrótico, sem envolvimento/exposição de osso, tendão ou músculo indica uma úlcera por pressão de estágio 3.

ferida com espessura total, com envolvimento de tecidos importantes, em áreas sujeitas a pressão, com ou sem descolamento (tunelização)

Perda da espessura total do tecido, com exposição de osso, tendão ou músculo, possivelmente contendo tecido necrótico ou escara em algumas partes do leito da ferida indica uma úlcera por pressão de estágio 4.

Quando há exposição óssea, a osteomielite deve ser considerada.[55]

dor localizada e aumento da temperatura na área em torno da ferida

Sugere infecção.

aumento do exsudato e/ou odor fétido

Os indicadores de infecção incluem: desenvolvimento de odor e excesso de exsudato em uma ferida anteriormente limpa, alteração na aparência do leito da ferida ou deterioração súbita da condição da ferida ou do paciente.

Fatores de risco

Fortes

imobilidade

Todos os pacientes que têm mobilidade reduzida estão sob risco de desenvolvimento de úlceras por pressão. A imobilidade pode ser permanente, como a decorrente de um AVC, ou transitória, como aquela oriunda do uso de sedativos ou de contenção.

deficiência sensorial

O comprometimento neurológico que resulta em perda sensorial pode impedir o autorreposicionamento normal em resposta a estímulos nocivos.

idade avançada

A incidência e a prevalência das úlceras por pressão aumentam com a idade.[4][5] Até dois terços das úlceras ocorrem em pacientes >70 anos.[6] Ainda não está claro se isso reflete as alterações da pele relacionadas com a idade ou o fato de que as afecções que causam imobilidade são mais comuns em idosos.

cirurgia

As cirurgias, com a consequente imobilidade e menor sensibilidade, colocam os pacientes sob risco considerável de desenvolver úlceras por pressão.

Uma revisão sistemática e metanálise constatou que, em todos os setores hospitalares, a maior incidência de úlceras por pressão ocorreu entre pacientes hospitalizados em alas de cirurgia ortopédica (18.5%; IC de 95%: 11.5-25.0).[3] O risco pode ser particularmente alto nas cirurgias ortopédicas após fratura do quadril.[18]

internação em unidade de terapia intensiva

Os pacientes em unidades de terapia intensiva apresentam alto risco de desenvolvimento de úlceras por pressão em decorrência da imobilidade, da sedação e da instabilidade cardiovascular. O risco aumenta em função do tempo, de modo que, em um estudo, o risco acumulado foi de 50% em 20 dias.[19]

desnutrição

As úlceras por pressão são significativamente mais comuns nos pacientes desnutridos.[5]

Uma miniavaliação nutricional realizada em 484 pacientes idosos com múltiplas morbidades revelou que 39.5% daqueles que apresentavam úlceras estavam desnutridos e 2.5% estavam bem nutridos. Dos pacientes que não apresentavam úlceras por pressão, 16.6% estavam desnutridos e 23.6% bem nutridos.[20] Não se tem certeza de como a desnutrição interage com a pressão para causar o dano à pele, mas é possível que isso inclua alterações na resistência da pele ao dano por pressão ou uma cicatrização deficiente do dano inicial causado por pressão.

A desnutrição também tem relação com o peso corporal. Os índices de massa corporal mais baixos estão, claramente, associados a um aumento do risco de desenvolvimento de úlceras por pressão; o risco com massa corporal muito alta é menos certo.[21]

história prévia de úlcera por pressão

A cura de úlceras por pressão em estágios 3 e 4 ocorre através de um processo que envolve a contração da ferida e a formação de tecido cicatrizado. O tecido resultante não é a pele normal e tem tendência a ser novamente danificado.

fatores ambientais

A probabilidade de desenvolver danos por pressão é altamente influenciada pela natureza da superfície sobre a qual o paciente fica sentado ou deitado.

As superfícies de suporte dos colchões convencionais, mesas de operação, macas e cadeiras de rodas não fornecem proteção adequada contra danos por pressão aos pacientes que não conseguem se reposicionar sozinhos com regularidade, seja qual for o motivo. Um paciente imobilizado, que tenha sido mantido em um colchão inadequado, apresenta alto risco de sofrer danos por pressão e, portanto, a consideração desses fatores pode dar suporte ao diagnóstico de lesão induzida por pressão.

Fracos

incontinência fecal ou urinária

A umidade da pele é frequentemente citada como um fator que contribui para o dano à pele e para a dermatite por umidade. Não se sabe ao certo como a umidade pode causar danos aos tecidos profundo, e alguns estudos sugerem que a incontinência urinária seja apenas um indicador de outros fatores de risco ou uma medida da necessidade de cuidados, sem nenhuma relação causal com as lesões por pressão.[22] A possível relação entre o microclima na superfície da pele e lesões teciduais profundas está apenas começando a ser reconhecida.[12]

A incontinência fecal pode ser um fator de risco mais significativo, talvez em decorrência das substâncias tóxicas presentes nas fezes.[23]

diabetes

As pessoas com diabetes parecem ter um risco mais elevado de desenvolver úlceras por pressão.[21][24][25]

O mecanismo é, provavelmente, multifatorial e inclui sensibilidade reduzida, má circulação e cicatrização deficiente dos danos iniciais à pele induzidos por pressão.

doença vascular periférica

As pessoas com doença vascular periférica têm hipofluxo sanguíneo para as pernas e correm um risco particular de desenvolvimento de úlceras por pressão no calcanhar.

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