Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

AGUDA

apresentação inicial: glaucoma agudo de ângulo fechado

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1ª linha – 

inibidores da anidrase carbônica e/ou betabloqueadores tópicos e/ou agonistas alfa-2 tópicos

Os inibidores da anidrase carbônica diminuem a formação do humor aquoso e comumente são usados como terapia de primeira linha em combinação com betabloqueadores e agonistas alfa-2. A dorzolamida e a brinzolamida tópicas são preferidas à acetazolamida e à metazolamida sistêmicas. Os betabloqueadores tópicos diminuem a pressão intraocular (PIO) suprimindo a produção do humor aquoso. Os betabloqueadores reduzem a PIO em aproximadamente 20% a 25%.[36] Os agonistas alfa-2-adrenérgicos tópicos diminuem a PIO suprimindo a produção de humor aquoso. Os agonistas alfa reduzem a PIO em aproximadamente 18% a 35%.[36]

Opções primárias

dorzolamida (solução oftálmica): (2%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) duas ou três vezes ao dia

ou

brinzolamida oftálmica: (1%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) duas ou três vezes ao dia

ou

acetazolamida: 125-250 mg por via oral (liberação imediata) até quatro vezes ao dia, máximo de 1000 mg/dia; 250-500 mg por via intravenosa a cada 2-4 horas, máximo de 1000 mg/dia

ou

metazolamida: 50-100 mg por via oral duas ou três vezes ao dia

--E/OU--

timolol oftálmico: (0.25% ou 0.5%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) duas vezes ao dia; (gel a 0.5%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) uma vez ao dia

ou

levobunolol (solução oftálmica): (0.25%) 1-2 gotas no(s) olho(s) afetado(s) duas vezes ao dia; (0.5%) 1-2 gotas no(s) olho(s) afetado(s) uma vez ao dia

ou

betaxolol (solução oftálmica): (0.5%) 1-2 gotas no(s) olho(s) afetado(s) duas vezes ao dia

--E/OU--

brimonidina (solução oftálmica): (0.1 a 0.2%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) três vezes ao dia

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Considerar – 

agonistas colinérgicos de uso tópico (solução oftálmica)

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Quando houver suspeita de que o glaucoma de ângulo fechado seja secundário ao bloqueio pupilar ou à síndrome da íris em platô, e assim que a pressão intraocular (PIO) for <40 mmHg esses agentes poderão ser incorporados.

Esses agentes podem causar constrição da pupila, afinando a íris e empurrando-a para longe da parede interna do olho e da rede trabecular – abrindo, dessa forma, o ângulo.

A frequência da instilação e a concentração de pilocarpina são determinadas pela resposta. Os pacientes com forte pigmentação na íris podem precisar de concentrações mais altas.

No ataque agudo, soluções a 1% a 2% são preferidas. Mióticos mais fortes podem aumentar o bloqueio pupilar. Paradoxalmente, eles podem resultar na redução de profundidade da câmara anterior e no estreitamento do ângulo em olhos com fechamento angular secundário a mecanismo induzido por lente ou desvio do aquoso. Logo, eles são contraindicados nesses casos.

Os pacientes podem ser mantidos na pilocarpina enquanto a PIO estiver controlada e não ocorrer deterioração dos campos visuais.

Opções primárias

pilocarpina (solução oftálmica): (1-2%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) até quatro vezes ao dia

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Considerar – 

agentes hiperosmóticos

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Caso haja falha no tratamento médico inicial ou caso a pressão intraocular (PIO) esteja acima de 50 mmHg, os agentes hiperosmóticos são usados para controlar os episódios agudos de PIO elevada. Eles raramente são administrados por mais que algumas horas, pois seus efeitos são temporários.

Indicados para pacientes nos quais os tratamentos médicos não foram bem-sucedidos ou se as pressões estiverem excessivamente altas.

Opções primárias

manitol: 1.5 a 2 g/kg por via intravenosa ao longo de 30 minutos

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associado a – 

iridotomia periférica a laser após ataque agudo ser resolvido (após edema da córnea ser resolvido)

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A iridotomia periférica a laser (IPL) geralmente é bem-sucedida.[17][39][40][41][42]

A IPL alivia o bloqueio pupilar permitindo que o humor aquoso contorne a pupila. O diferencial de pressão entre as câmaras anterior e posterior é eliminado e a íris perde sua configuração convexa, ficando inclinada em relação à rede trabecular (RT), resultando na abertura ou no alargamento do ângulo. A IPL é indicada para todos os olhos com fechamento angular e, geralmente, também nos olhos contralaterais, já que, no geral, ambos os olhos possuem a mesma predisposição anatômica para aumento do bloqueio pupilar, bem como alto risco de evoluir para fechamento angular agudo.

Um olho contralateral não tratado tem 40% a 80% de risco de evoluir para um ataque agudo. Logo, recomenda-se que o olho contralateral seja tratado de forma profilática com iridotomia periférica a laser caso o ângulo da câmara se encontre anatomicamente estreito.[17][24][47][48][49]

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2ª linha – 

paracentese da câmara anterior

Caso não seja possível diminuir a pressão intraocular (PIO) com terapia medicamentosa, uma paracentese da câmara anterior pode oferecer resolução imediata. Geralmente, isso resulta na eliminação do edema da córnea, o que pode facilitar uma iridotomia periférica a laser. Um estudo mostrou que isso também pode beneficiar os desfechos de uma consequente intervenção cirúrgica.[38]

Esse estudo prospectivo randomizou pacientes para que eles recebessem ou não paracentese na apresentação, com ambos os grupos sendo submetidos a cirurgia (trabeculectomia). A paracentese reduziu significativamente a PIO em todos os pacientes, sem eventos adversos graves. Foi observada uma inflamação pós-trabeculectomia em alguns olhos e, em nível inferior, no grupo da paracentese. Além disso, a porcentagem de bolhas filtrantes funcionais, a taxa de sucesso da trabeculectomia e a taxa de recuperação visual foram de superioridade estatisticamente significativa no grupo da paracentese.

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associado a – 

iridotomia periférica a laser após ataque agudo ser resolvido (após edema da córnea ser resolvido)

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A iridotomia periférica a laser (IPL) geralmente é bem-sucedida.[17][39][40][41][42]

A IPL alivia o bloqueio pupilar permitindo que o humor aquoso contorne a pupila. O diferencial de pressão entre as câmaras anterior e posterior é eliminado e a íris perde sua configuração convexa, ficando inclinada em relação à rede trabecular (RT), resultando na abertura ou no alargamento do ângulo. A IPL é indicada para todos os olhos com fechamento angular e, geralmente, também nos olhos contralaterais, já que, no geral, ambos os olhos possuem a mesma predisposição anatômica para aumento do bloqueio pupilar, bem como alto risco de evoluir para fechamento angular agudo.

Um olho contralateral não tratado tem 40% a 80% de risco de evoluir para um ataque agudo. Logo, recomenda-se que o olho contralateral seja tratado de forma profilática com iridotomia periférica a laser caso o ângulo da câmara se encontre anatomicamente estreito.[17][24][47][48][49]

apresentação inicial: glaucoma crônico de ângulo fechado

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1ª linha – 

iridotomia periférica a laser

A iridotomia periférica a laser (IPL) geralmente é bem-sucedida.[17][39][40][41][42]

A IPL alivia o bloqueio pupilar permitindo que o humor aquoso contorne a pupila. O diferencial de pressão entre as câmaras anterior e posterior é eliminado e a íris perde sua configuração convexa, ficando inclinada em relação à rede trabecular (RT), resultando na abertura ou no alargamento do ângulo. A IPL é indicada para todos os olhos com fechamento angular e, geralmente, também nos olhos contralaterais, já que, no geral, ambos os olhos possuem a mesma predisposição anatômica para aumento do bloqueio pupilar, bem como alto risco de evoluir para fechamento angular agudo.

Um olho contralateral não tratado tem 40% a 80% de risco de evoluir para um ataque agudo. Logo, recomenda-se que o olho contralateral seja tratado de forma profilática com iridotomia periférica a laser caso o ângulo da câmara se encontre anatomicamente estreito.[17][24][47][48][49]

CONTÍNUA

fechamento angular residual após iridotomia periférica a laser com pressão intraocular elevada

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1ª linha – 

análogos da prostaglandinas de uso tópico e/ou betabloqueadores tópicos e/ou agonistas alfa-2 tópicos

Esses agentes geralmente são usados individualmente, mas também podem ser usados em combinação. Eles podem ser usados em casos refratários. A latanoprosta foi associada a uma menor incidência de hiperemia conjuntival que outros análogos da prostaglandina.[62] Os análogos da prostaglandina oftálmicos tópicos atuam de forma a aumentar o fluxo aquoso, atingindo a eficácia máxima 10 a 14 horas após a administração. Eles são os agentes mais potentes para diminuir a pressão intraocular (PIO). A latanoprosta e a travoprosta são preferidas à bimatoprosta. Os betabloqueadores tópicos diminuem a PIO suprimindo a produção do humor aquoso.

Os agonistas alfa-2-adrenérgicos tópicos diminuem a PIO suprimindo a produção de humor aquoso. Pode ou não haver a necessidade de agonistas colinérgicos tópicos.

Opções primárias

latanoprosta (solução oftálmica): (0.005%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) uma vez ao dia à noite

ou

travoprosta (solução oftálmica): (0.004%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) uma vez ao dia à noite

ou

bimatoprosta (solução oftálmica): (0.03%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) uma vez ao dia à noite

--E/OU--

timolol oftálmico: (0.25% ou 0.5%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) duas vezes ao dia; (gel a 0.5%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) uma vez ao dia

ou

levobunolol (solução oftálmica): (0.25%) 1-2 gotas no(s) olho(s) afetado(s) duas vezes ao dia; (0.5%) 1-2 gotas no(s) olho(s) afetado(s) uma vez ao dia

ou

betaxolol (solução oftálmica): (0.5%) 1-2 gotas no(s) olho(s) afetado(s) duas vezes ao dia

--E/OU--

brimonidina (solução oftálmica): (0.1 a 0.2%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) três vezes ao dia

ou

apraclonidina (solução oftálmica): (0.5%) 1-2 gotas no(s) olho(s) afetado(s) três vezes ao dia

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Considerar – 

inibidores da anidrase carbônica

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Os inibidores da anidrase carbônica diminuem a formação de humor aquoso. A dorzolamida e a brinzolamida tópicas são preferidas à acetazolamida e à metazolamida sistêmicas.

A terapia com inibidores sistêmicos da anidrase carbônica não é comumente utilizada devido aos inúmeros efeitos colaterais do uso sistêmico, e deve ser reservada a pacientes com glaucoma refratário a outros tratamentos médicos.[36]

Opções primárias

dorzolamida (solução oftálmica): (2%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) duas ou três vezes ao dia

ou

brinzolamida oftálmica: (1%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) duas ou três vezes ao dia

Opções secundárias

acetazolamida: 125-250 mg por via oral (liberação imediata) até quatro vezes ao dia, máximo de 1000 mg/dia; 250-500 mg por via intravenosa a cada 2-4 horas, máximo de 1000 mg/dia

ou

metazolamida: 50-100 mg por via oral duas ou três vezes ao dia

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Considerar – 

iridoplastia periférica com laser de argônio (quando houver componente de íris em platô)

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Se ocorrer fechamento angular residual na presença de iridotomia periférica a laser (IPL) patente, deve-se realizar mais uma cirurgia por laser. A iridoplastia periférica com laser de argônio (IPLA) é um procedimento durante o qual são feitas queimaduras de retração na íris periférica com o objetivo de afiná-la e empurrá-la para longe da rede trabecular (RT).

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Considerar – 

cirurgia de extração da lente ± goniossinequiálise

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Se o fechamento angular residual for atribuído à lente empurrando para a frente a íris, deve-se considerar uma cirurgia de extração da lente, como ou sem goniossinequiálise.

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Considerar – 

agonistas colinérgicos tópicos

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Os agentes colinérgicos podem ser usados caso haja fechamento angular residual após o tratamento com laser. Esses agentes podem causar constrição da pupila, afinando a íris e empurrando-a para longe da parede interna do olho e da rede trabecular (RT), abrindo, dessa forma, o ângulo.

A frequência da instilação e a concentração de pilocarpina são determinadas pela resposta. Os pacientes com forte pigmentação na íris podem precisar de concentrações mais altas.

No ataque agudo, soluções a 1% a 2% são preferidas. Mióticos mais fortes podem aumentar o bloqueio pupilar.

Os pacientes podem ser mantidos na pilocarpina enquanto a pressão intraocular estiver controlada e não ocorrer deterioração dos campos visuais.

Opções primárias

pilocarpina (solução oftálmica): (1-2%) 1 gota no(s) olho(s) afetado(s) até quatro vezes ao dia

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Considerar – 

trabeculectomia ou implante de tubo

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Não é comum que a pressão intraocular (PIO) se mantenha elevada mesmo tomando-se as medidas médicas e cirúrgicas; nesse caso, indica-se cirurgia para diminuir a PIO, como trabeculectomia ou implante de tubo.[60][61] [ Cochrane Clinical Answers logo ] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

episódio repetido de glaucoma agudo de ângulo fechado

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1ª linha – 

reavaliação

Se o mecanismo de fechamento angular não tiver sido eliminado, pode ocorrer um novo episódio agudo. Nesse caso, além do tratamento padrão do episódio agudo, o médico deve procurar o mecanismo específico daquele fechamento angular e tratá-lo de acordo. É importante, em tais casos, verificar se a iridotomia periférica está patente.

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