Abordagem
O glaucoma de ângulo fechado (GAF) agudo apresenta-se com alteração da visão ou frequentemente com sintomas agudos e graves, como dor no olho afetado, cefaleia e náuseas ou vômitos associados.[17] O GAF crônico geralmente é descoberto acidentalmente durante o exame de rotina ou durante exame por outras razões. O GAF também pode apresentar sintomas intermitentes recorrentes. Os pacientes com suspeita de GAF devem ser encaminhados imediatamente a um oftalmologista.
História
Dor no olho afetado, visão turva, halos ao redor de luzes observadas com um olho, cefaleia e náuseas ou vômitos associados sugerem GAF aguda.
A maioria dos pacientes com GAF crônica é assintomática. História de GAF aumenta o risco de fechamento angular no olho não afetado. Pode haver dor intermitente e/ou visão turva com halos ao redor de luzes observadas com um olho, o que apresenta resolução espontânea. O paciente pode reportar alteração na visão.
A história familiar do paciente deve ser avaliada, caso revele um parente com GAF.[17][29]
O paciente pode estar tomando medicamentos que aumentam o risco de GAF, como medicamentos anticolinérgicos oculares tópicos (por exemplo, dilatadores de pupila) ou medicamentos sistêmicos (por exemplo, sulfonamidas, topiramato, fenotiazinas), já que estes induzem o estreitamento do ângulo.[27] É importante ficar atento e alerta quanto a medicamentos oftálmicos e sistêmicos que possam ocasionar GAF em pacientes predispostos.[30]
Exame
A acuidade visual deve ser testada, pois ela pode estar diminuída.[29]
O exame dos olhos pode mostrá-los vermelhos, com congestão vascular e edema da córnea. A pupila pode estar em média midríase, assimétrica ou oval durante ou após uma crise aguda de fechamento de ângulo. A reatividade da pupila pode ficar reduzida durante uma crise ou completamente ausente após uma crise. Defeito pupilar aferente relativo também pode estar presente.[17]
A pressão intraocular pode estar elevada acima de 21 mmHg.[31]
Investigações
O exame de lâmpada de fenda pode mostrar estreitamento da profundidade da câmara anterior central ou periférica, edema corneano, alterações no cristalino e perda endotelial corneana. Inflamação da câmara anterior e anormalidades na íris sugerem um ataque recente ou recorrente.[17]
A gonioscopia de ambos os olhos deve ser realizada em todos os pacientes nos quais haja suspeita de fechamento angular.[17] A gonioscopia se refere a técnicas utilizadas para a visualização do ângulo da câmara anterior do olho para avaliação das estruturas do ângulo. Lentes de contato especiais (lentes gonioscópicas) solucionam o problema de reflexo interno total dos raios de luz do ângulo da câmara e permitem a visualização do ângulo usando espelhos inclinados de forma oblíqua. O ângulo pode estar fechado, mesmo na ausência de outros sintomas ou sinais.
Se o médico não tiver certeza sobre os achados gonioscópicos, ele pode encaminhar o paciente para a obtenção de imagens objetivas do ângulo através de uma biomicroscopia ultrassônica ou de uma tomografia de coerência óptica.[17]
Testes automáticos de campo visual devem ser realizados rotineiramente, a fim de avaliar a presença e a extensão da perda glaucomatosa de campo visual.
Embora não seja viável para todos os pacientes, deve-se tentar avaliar o fundo do olho e a cabeça do nervo óptico usando um oftalmoscópio direto ou um biomicroscópio de lâmpada de fenda com uma lente indireta, a porção central de uma lente de gonioscopia ou uma câmera não midriática.[17]
A avaliação quantitativa objetiva do dano no nervo óptico pode ser obtida através de máquinas de imagens, como tomografia retiniana de Heidelberg, tomografia de coerência óptica e analisador de fibras nervosas GDx.[32]
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É comum que as investigações e a confirmação do diagnóstico sejam completadas antes que o tratamento completo seja iniciado.
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